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O que você aprendeu hoje?

Quando criança, quase todos os dias ao retornar da aula minha mãe perguntava aos meus irmãos e a mim:

– O que vocês aprenderam hoje?

E lá estávamos nós relembrando o dia na escola para contar em casa qual tinha sido o aprendizado do dia. Era um processo de consolidação do conhecimento. Muitas vezes, quando nos tornamos adultos, acabamos por perder o hábito de revisitar o dia para lembrar o que aprendemos e, com isso, não exploramos todo o nosso potencial. Entende-se que potencial é tudo aquilo que alguém acredita que possa fazer e talento é o ato de explorar isso de forma que resulte em benefício próprio e dos outros. Não explorar as potencialidades termina por ser um desperdício de talento e um entrave para a melhoria do mundo. E o que tem a ver gratidão com esse pensamento? No meu entendimento tem tudo a ver.

A neurociência tem incentivado a que as pessoas façam a sua lista de coisas boas ocorridas no dia para exercer a gratidão. No artigo “Gratidão: quais foram as tuas ações?” desafio as pessoas a também se preocuparem em fazer coisas boas para os outros para que os outros possam ser gratos pela tua existência. E aqui, ao perguntar, “O que você aprendeu hoje?”, a ideia é que ao aprender com as coisas boas que faço e que recebo, assim como com aquelas não tão boas que faço e que recebo, posso orientar o aprendizado para melhorar ainda mais como pessoa. Penso que também posso ser grato por isso. Talvez, a opção pelo aprendizado é que vai permitir que eu possa exibir cada vez mais atitudes melhores. Resultado? Um mundo melhor.

E é bíblico. Cada um é responsável pelas dádivas recebidas. A parábola contada por Jesus sobre o patrão que vai se ausentar e deixa aos cuidados de seus empregados dez moedas de ouro para cada um é um exemplo. Um deles gastou tudo em festas, desperdiçou as moedas. O outro enterrou as moedas para ter a garantia de que poderia devolvê-las no retorno do patrão. E o terceiro trabalhou com as moedas de ouro, fazendo com que elas dessem retorno. Cada um de nós recebe as suas moedas naturalmente por meio das potencialidades. Qual é o seu potencial individual? Viver sem se responsabilizar por nada é desperdiçar o potencial. Esconder-se para não arriscar nada é desperdiçar o potencial. Aprender para transformar todo o potencial em talento, colocando-o a serviço de si mesmo e dos outros, é valorizar as moedas e é ser grato pelas dádivas recebidas. Assim, entendo que a vida seja a mais especial das dádivas, por isso, seja grato pelo privilégio de estar vivo, agradeça. A capacidade de aprender é outra dádiva importante, por isso, seja grato pela capacidade de aprender, aprenda. Criar um mundo melhor é a responsabilidade pelas dádivas da vida e da capacidade de aprender recebidas, por isso, seja grato, faça algo que contribua para um mundo melhor.

Ao final, acredito que muito mais do que a lista de gratidão pelas coisas boas recebidas e da lista de coisas boas realizadas num dia é indispensável que se faça uma lista das coisas aprendidas e das coisas por aprender. Mantendo isso em mente e em movimento é que a gratidão deixará de ser um gesto ou uma emoção passiva para realmente fazer a diferença na própria vida e na vida dos outros. A gratidão exige atitude de ser grato ativamente pelas dádivas recebidas. Enfim, lembre-se que o nosso espírito é de uma criança ávida por aprender e fazer a diferença no mundo.

Fonte da imagem: http://menteemharmonia.com/aprendizado-e-experiencia/

Quais as coisas boas que lhe aconteceram hoje?

Quais as boas ações que você fez hoje?

O que você aprendeu hoje?

E amanhã, o que você vai fazer com aquilo que aprendeu hoje?

Moacir Rauber

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