Pessoas com deficiência funcional, uma nova categoria

Moacir Jorge Rauber
Surge no Brasil uma nova categoria de pessoas com deficiência, a funcional. O país consegue inovar em diferentes áreas, mas basicamente a corrupção é o seu forte. A esfera de sonegação fiscal é um bom exemplo, mas dificilmente consegue se equiparar a esfera governamental que surpreende pela criatividade e engenhosidade. Isto sem contar os valores que sempre extrapolam a imaginação de um cidadão comum. Porém, o mais grave de tudo isso não é somente ser corrupto, mas o grau em que se corrompe a população. Esse corrompimento da população está expresso em muitos programas sociais, quando assumem um caráter meramente assistencialistas, como o auxílio gás, bolsa família, bolsa disto e bolsa daquilo, que faz surgir essa nova categoria de pessoas, os deficientes funcionais.
As pessoas com deficiência funcional são, normalmente, saudáveis, fortes, com bom potencial de desenvolvimento, mas que vivem na condição de estado-dependentes. Para ser um estado-dependente a pessoa precisa, inicialmente, comprovar uma alegada condição de pobreza e inserir-se em um ou mais dos programas sociais do governo. Pronto, tem-se assim mais uma pessoa com deficiência funcional, que deveria ser uma condição passageira, mas que acaba por ser permanente. Deste modo, não mais deixa os programas sociais, vivendo desde tenra idade sob a tutela do estado, sem dar uma mínima contrapartida.
Ressalta-se aqui a questão da expressão do parágrado anterior de “comprovar uma alegada condição de pobreza”. Quando se diz “comprovar” seria de esperar que não pudesse ser somente “alegada”, pois se está comprovado não há como refutá-lo. Mas no Brasil é diferente. Não se comprova, alega-se e paga-se com o voto. Este é mais um exemplo do poder corrompedor do estado brasileiro.
Sabe-se que o país tem um elevado nível de analfabetos funcionais, em que os principais prejudicados são eles próprios, pois, muitas vezes, são impedidos de melhorar sua condição de vida pela limitação do analfabetismo. O Brasil também tem um grande número de pessoas com deficiência física, que ainda sofrem com a falta de infra-estrutura e outros fatores que os impedem de participar da sociedade em igualdade de condições com os demais membros. Contudo, a sociedade brasileira evoluiu a passos largos com a diminuição do analfabetismo em geral e com a melhoria das condições de acessiblidade para as pessoas com deficiência física. Porém, com o surgimento e o fomento desta nova categoria de pessoas com deficiência, em que se juntam as partes negativas de condições sociais e físicas que não foram resultado de uma escolha, cria-se o pior dos mundos. Tem-se a deficiência adquirida por livre e espontânea vontade, incentivada pelo Estado e que não tem cura. Essa capacidade de inovar é um produto genuíno brasileiro.

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