Moacir Jorge Rauber
A falta de conhecimento cria situações absurdas e não está limitada às pessoas que tem pouco estudo. Mesmo especialistas em determinadas áreas cometem gafes e falhas impensáveis para cidadãos comuns. O fato de estar numa cadeira de rodas e não ter sensibilidade nos membros inferiores tem me proporcionado inúmeras situações embaraçosas, não tanto para mim, mas para aqueles que supostamente deveriam conhecer mais sobre a minha condição do que eu mesmo.
Numa dessas situações eu havia sofrido um pequeno acidente doméstico, que deixou um corte na parte inferior do dedão do pé. Dirigi-me ao hospital com o pé todo ensanguentado, encaminhei-me a recepção e, sorridente, falei com a atendente. Ela rapidamente me conduziu para a sala de cirurgia e no caminho indagou-me:
– Mas não está doendo? Vejo você tão tranquilo… Ao que eu lhe respondi: – Não, não dói, porque não tenho sensibilidade nas pernas e nos pés. – Ah!, foi a resposta.
Ao entrar na sala do pronto-socorro o médido foi solícito, olhou o ferimento e disse que aplicaria uma anestesia localizada. Eu lhe disse que não precisaria, que poderia fazer os pontos sem anestesia, uma vez que eu não tinha sensibilidade nenhuma nos pés. – Ah!, disse o médico.
Em seguida ele limpou o ferimento, que em contato com a água oxigenada fazia com que meu pé tivesse pequenas contrações involuntárias. O médico preocupado perguntou: – Está doendo? Eu lhe respondi que não e que se tratavam de espasmos involuntários, mas que ele podia seguir o trabalho que eu não teria como sentir nada. Depois ele avançou para fazer os pontos. Ao inserir a agulha na pele nos extremos do ferimento os espasmos foram um pouco mais fortes. Ele voltou a perguntar se eu estava com dores e recebeu a mesma explicação. Continuamos naquele diálogo de loucos, até que ele não se conteve e aplicou uma anestesia local e concluiu o tratamento do ferimento com tranquilidade e com a consciência tranquila de ter feito a coisa certa. Ainda que os espasmos continuaram até o final do atendimento.
Em seguida ele limpou o ferimento, que em contato com a água oxigenada fazia com que meu pé tivesse pequenas contrações involuntárias. O médico preocupado perguntou: – Está doendo? Eu lhe respondi que não e que se tratavam de espasmos involuntários, mas que ele podia seguir o trabalho que eu não teria como sentir nada. Depois ele avançou para fazer os pontos. Ao inserir a agulha na pele nos extremos do ferimento os espasmos foram um pouco mais fortes. Ele voltou a perguntar se eu estava com dores e recebeu a mesma explicação. Continuamos naquele diálogo de loucos, até que ele não se conteve e aplicou uma anestesia local e concluiu o tratamento do ferimento com tranquilidade e com a consciência tranquila de ter feito a coisa certa. Ainda que os espasmos continuaram até o final do atendimento.
Normalmente quando falamos de um assunto que nos deveria ser comum e temos que usar a expressão Ah!, está na hora de buscar conhecimento. E você, tem respondido muitas vezes Ah!?