Tive o prazer de viver em Florianópolis por um bom período, desfrutando das belezas naturais, do convívio com muitos amigos e do registro de muitas situações cômicas. Minha esposa e eu vivíamos um momento bastante zen e frequentávamos a igreja regularmente. Num domingo, final de tarde, havíamos participado da missa do dia dos pais. Naquele dia entramos na igreja e procuramos um lugar no corredor central, que era mais largo. Ela sentou-se na ponta do banco e eu fiquei com minha cadeira na borda do banco ocupando uma parte de espaço do corredor, embora minha presença ali não atrapalhasse em nada o trânsito das demais pessoas. Ao final da cerimônia sempre acontece um alvoroço das pessoas querendo sair todas ao mesmo tempo. Nós ficamos em nossos lugares esperando que a movimentação maior passasse. Nisso, aproxima-se uma senhora bastante idosa, deslocando-se com muita dificuldade, amparada por uma pessoa mais jovem. Ao passar por mim ela toca no meu ombro e dirige-se para minha esposa dizendo, “Cuida bem do teu paizinho!” Entre um sorriso para ser simpático e os pensamentos indaguei-me mentalmente, “Mas como ela conhece o pai da minha esposa?” A senhora seguiu o seu caminho e eu recebi um aperto na mão e um suave cochichar em meu ouvido, “Oi, paizinho!” Foi então que eu, com minhas sinapses atrasadas, dei-me conta que o paizinho era eu… Na hora fiquei atordoado, mas esse fato continua sendo um motivo a mais para rir até os dias de hoje.
Nunca fale sobre aquilo que você não conhece e evite constrangimentos. Porque quem fala o que quer pode ouvir o que não quer!