O taxista e o cadeirante

Moacir Rauber

O desespero de muitos taxistas quando veem um cadeirante na fila de espera chega a ser cômico. Olham para um lado. Olham para o outro. Tentam passar adiante. Sinalizam que usam gás. Fingem que não viram nada e param em frente a outro passageiro. Mas não tem jeito. O cadeirante se dirige até o táxi. Alguns são até grosseiros. Outros ficam em estado de choque e devem pensar, Por que eu? Com tantos passageiros na fila tinha que ser justo eu? Com tantos taxistas, tinha que ser na minha vez?. Na última vez em que peguei um taxi no aeroporto de Porto Alegre o motorista teve estampada em sua cara todas essas reações. Por fim, quando me viu na sua porta ainda tentou uma última cartada para ver se a sua situação melhoraria e indagou, A cadeira vai junto?. Eu ri. Minha esposa que me acompanhava não riu e disse, Não, nós a trouxemos para passear… Apenas eu a ouvi, o taxista não. Entre o riso e o sorriso eu lhe disse, Sim, ela vai conosco. É minha companheira! Ah, a minha esposa vai também! e apontei para o outro lado do veículo, rindo. Ele olhou e finalmente desceu do carro. Rapidamente dei a volta e entrei no táxi. Dobrei a minha cadeira que ficou bem pequena. Minha esposa a carregou. Vi que ele ficou aliviado, pois deve ter pensado, Até que não foi tão difícil como imaginava… Durante o trajeto o taxista demonstrou ser um sujeito extrovertido e simpático.

Assim são nossos problemas. São muito maiores em nossas cabeças do que na realidade. Muitos deles sequer existem.

E você, como tem tratado os seus problemas? Cuidado para não transformá-los em realidade…

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