Moacir Rauber
Quinta-feira à tarde saí para comprar um roupeiro que queria ter em casa até no máximo na segunda-feira. Isso porque minha esposa viajaria na sexta-feira e eu na terça-feira. Retornaríamos juntos, dez dias depois, mas acompanhados com uma visita que ficaria conosco pelo período de vinte dias, motivo da compra do roupeiro. Entrei na primeira loja e vi um modelo que me agradou. Conversei com o vendedor e expliquei que o levaria, desde que me entregassem até a data pretendida. O vendedor lamentou, mas disse que não poderia entregar o produto antes de sete dias. Agradeci e fui para a segunda tentativa. Nada. A terceira, a quarta e não conseguia resolver meu problema. Ou não tinham o produto ou quando tinham não o podiam entregar dentro do prazo. Na verdade é uma forma muito estranha de ter, mas não ter. Por fim, encontramos numa loja o produto com as características desejadas e a garantia do vendedor que poderiam entregar o produto já no dia seguinte, sexta-feira. Tudo certo, dentro do programado. Fechamos a compra, embora eu mantivesse um certo receio quanto a entrega no prazo. Minha esposa viajou logo na manhã seguinte. Eu passei o dia em casa envolvido com meus trabalhos de consultoria, além de estar aguardando a entrega do produto. Por volta das 17h de sexta-feira toca a campainha. Eram os entregadores que estavam trazendo o roupeiro. Pensei comigo mesmo, Os serviços estão melhorando. As lojas estão cumprindo com o prometido. Subiram as caixas com o móvel desmontado. Pediram para que eu assinasse a nota de recebimento e já estavam de saída. Eu indaguei, Mas não vão montar? O rapaz me olhou e gentilmente informou, O senhor deve ligar para a empresa a agendar a montagem. O sangue subiu. Despedi-me do rapaz e telefonei para a empresa. Primeiro caiu no fax. Depois atenderam e passaram a ligação para o almoxarifado. Por fim, a ligação chegou ao destino. A atendente me informou que a montagem seria dali a sete dias. Argumentei calmamente com a atendente, explico a situação e concluo, Pois é, mas o vendedor me garantiu que o produto seria entregue até segunda-feira. Recebi a resposta num tom que me indagava se eu era estúpido ou o quê, Mas o produto foi entregue. A montagem e a entrega não tem nada a ver uma coisa com a outra! O meu queixo caiu. Ainda mantive a calma para explicar a situação para a atendente, que disse-me que o gerente daria um retorno. Viajei na terça-feira com produto entregue, mas sem ter sido montado.
As lojas usam seus jargões na comunicação para garantir uma venda, dando uma impressão e omitindo a informação. Por que eu como consumidor deveria saber que a entrega não garante a montagem? Como uma empresa pode vender com uma promessa de entrega, mas não de funcionamento de determinado produto? E ainda por cima o idiota sou eu.
Por isso, omitir informações também e atender mal.