“Ajude-me a lembrar…”

Moacir Rauber

No dia de ontem tínhamos nos programado para revisar os barcos e equipamentos que serão utilizados na travessia da próxima semana na Lagoa dos Patos. A ideia era sair daqui do centro da cidade e nos deslocarmos até o clube para fazer uma última modificação no barco. Precisávamos levar a caixa de ferramentas e também a furadeira. No dia anterior, enquanto combinávamos o horário em qua faríamos os ajustes juntamente com o técnico, olhei para o meu sobrinho e disse, “Ajude-me a lembrar para que levemos a furadeira…”. Ele me deu uma olhada e a nossa comunicaçao ficou por ali. A caixa de ferramentas já estava no carro…

No dia seguinte, no horário marcado, saímos de casa, passamos pela casa do técnico e fomos ao clube. Lá chegando começamos os ajustes de algumas peças e partes do barco. Na hora de arrumar o flutuador precisávamos da furadeira. Olhei para meu sobrinho que me confirmou com os olhos aquilo que eu já tinha certeza. Havíamos esquecido a furadeira. Não, não havíamos esquecido… Eu havia esquecido a furadeira!!! Da forma como eu me dirigi ao meu sobrinho a responsabilidade continuava sendo toda minha, porque ajudar quer dizer contribuir para que alguém faça algo. Não se trata de fazer. Não transferi a responsabilidade para ele, mas ao mesmo tempo o meu cérebro se desvinculou de tal compromisso.

Por isso, pedir para ajudar a lembrar é uma maneira eficiente de se esquecer…

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