Em um dos trechos da homilia o padre disse:
– … As pessoas hoje se separam, mas isso não justifica que se falte com o respeito com o cônjuge para o qual um dia se jurou amor eterno. Quando casais vem falar comigo na tentativa de uma reconciliação não foi nem uma nem outra vez que ouvi xingamentos como, “Aquele cavalo…”, aquela piranha…” entre outros adjetivos ofensivos. Às vezes tive que intervir para que não brigassem na minha frente. Por outro lado me vinha a cabeça pensamentos como, “Um cavalo vive com quem? Uma piranha vive num cardume de piranhas…” e por aí segue. Então, sempre que você for proferir algo referente ao outro lembre-se que muito provavelmente você estará falando de você também. Porque nós vivemos entre iguais…
E assim ele seguiu com a sua prática.
Lembro-me desse exemplo ao ver gestores de corporações lidando com seus subordinados e muitas vezes tratando-os como “Seu bando de incompetentes!” aos altos brados. Bando pode ser o coletivo de aves em geral. Mas há que se lembrar que as expressões que denominam os coletivos sempre se referem a iguais. Na visão organizacional é um grupo de pessoas que não se transformou numa equipe.
Assim, quando fico sabendo de alguma atitude semelhante de algum gestor, da mesma forma, me vem a cabeça:
Quando ele fala de bando de incompetentes está falando de quem?
E essas pessoas taxadas de incompetente pelo gestor fazem parte da organização comandada por quem?
Caso continuem a ser um bando é por responsabilidade de quem?
Não precisa nem desenhar para saber de quem ele está falando, não é?