De que lado você está 3?


Ouvia com atenção o meu amigo:
– Quando entrei naquela empresa, no primeiro ano eu fazia tudo que me pediam. Na verdade, eu fazia mais… Sempre estava disposto a ajudar e a colaborar. Acabei vendo que as coisas aconteciam. Era muito bacana isso! Estava sendo fácil o caminho para melhorar lá dentro. Lembro que cheguei a aceitar as responsabilidades de um cargo sem receber nada a mais. Depois veio o aumento de salário. Fiquei muito orgulhoso disso! Outra hora também me ofereci para participar de um grupo voluntário que prestava serviços num bairro afastado. Eram atividades bacanas. Eu era solteiro e não tinha muitos compromissos sociais. Até foi numa dessas horas que eu conheci a minha esposa. Eu fazia aquilo porque gostava e acreditava… Um dia, um cara que havia sido meu encarregado chegou e me disse, “Você é um puxa-saco!”. Juro que não entendi direito, mas me senti pressionado, como se estivesse fazendo alguma trairagem. Senti como se ele não gostasse de ver que eu estava bem na empresa. Parecia que eu estava do lado errado… Não me lembro exatamente como aconteceu, mas as coisas mudaram. Quando me dei conta eu estava junto daquele mesmo grupo. Para a empresa fazia só o que me pediam. Saí dos grupos voluntários. Não ajudava mais os outros. Só criticava e reclamava que faltavam as coisas. Terminei saindo da empresa o que foi uma das grandes burradas que fiz na vida…
E seguiu contando outras histórias resultado de uma escolha feita há trinta anos.

Normalmente, os grupos, dentro de qualquer organização, que se preocupam mais em criticar do que em fazer simplesmente não conseguem ver as pessoas competentes fazendo o que deve ser feito, principalmente nos momentos de escassez de recursos. Frustram-se ao ver que os outros usam a sua criatividade, o seu entusiasmo e a sua iniciativa para ver os problemas, encontrar e propor soluções. Por isso, não deixe que os frustrados frustem as suas iniciativas. Não faça trairagem com você mesmo.
Lembrar que uma organização não tem lados pode ser uma boa escolha. Lembrar que se você está numa organização foi porque escolheu estar também ajuda a que não nos entreguemos ao conformismo, ao derrotismo e ao vitimismo. Não deixe que os vitimistas o levem para o lado deles, porque quando você se coloca no papel de vítima ainda assim você é o protagonista…

Por isso a pergunta: de que lado você está? Nas organizações não há lados, pois existem objetivos comuns e individuais que estão no centro das atividades. Quando você perceber que está indo para um lado, aproveite, pule e saia da organização. Assim você não se prejudica e nem aos colegas de trabalho que não tem nada a ver com isso. Ter esse entendimento é fundamental para que se construa uma organização leal e competitiva.

Lembre-se: 

O trabalho faz parte da nossa vida e nela não há lados, porque nós sempre estamos no centro dela.

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