Acho que vi o Sinhô…

Combinei de me encontrar às 8h30 em frente ao hotel com um amigo que me daria uma carona. Desci um pouco antes para esperar. Fiquei observando o trânsito e as pessoas caminhando de um lado a outro. Uma cidade mineira onde eu estava pela primeira vez. Logicamente que eu também era observado. Um cadeirante na rua ainda desperta a curiosidade de alguns. Passava um e me cumprimentava. Eu retribuía. Passava outro e só me dava uma olhadinha meio de lado. E assim foram várias as pessoas. Ora um cumprimento, ora uma olhada. De repente passa por mim aquela pessoa que se alguém descrever um mineirinho seria ele. O estereótipo materializado. Ele me disse:
– Bom dia…

Respondi:
– Bom dia, tudo bem?
– Tudo bem, sim Sinhô…

Ele seguiu em frente, embora tenha me parecido que estava matutando… Uns quinze metros adiante ele parou, deu meia volta e retornou até mim para perguntar:
– O sinhô tava naquele jogo de basquete de cadeirantes? Acho que o vi o Sinhô jogando…
– Ah, teve um jogo de basquete sobre rodas?
– Sim, Sinhô. É um trem muito doido
– Não, não… Não era eu.
– Mas que era parecido com o Sinhô era…

Para muitas pessoas todos os usuários de cadeira de rodas são parecidos. Nesse caso, a semelhança está na cadeira, não necessariamente nas pessoas. 


Na realidade somos todos parecidos, somos todos diferentes, somos todos humanos…

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