Muitas vezes, ao assistir uma entrevista ou uma reportagem pergunto-me por que os repórteres fazem tão poucas perguntas? São inúmeras as situações que o jornalista responsável dá a sua versão do fato, que é mera opinião, dá a sua resposta e deixa ao final uma interrogação. As entrevistas coletivas dadas por jogadores e treinadores durante a Copa do Mundo exemplificaram a situação.
Lembro-me de uma pergunta feita a um técnico:
– Você não acha que na última derrota se nós não tivéssemos encarado eles de igual para igual, assumindo que são mais fortes, e tivéssemos povoado o meio de campo (expressão da moda) nós teríamos obtido um resultado melhor?
Pergunto: isso é uma pergunta? No meu ponto de vista não. O repórter mencionou o fato, fez a análise e deu a resposta. Caso o técnico tivesse dito “Sim” ou “Não” poderia ter encerrado a questão. O repórter usou a forma interrogativa para expressar a sua opinião. Às vezes, deve-se lembrar que a pergunta é uma ferramenta útil para aqueles que querem investigar, descobrir e aprender quando usada com genuína curiosidade.
Você tem sido genuinamente curioso?