Faltavam poucos minutos para que a minha esposa chegasse vinda de Porto Alegre e eu já a esperava em frente à área de embarque e desembarque da rodoviária de Criciúma. Estava lá eu com minha cadeira de rodas completamente distraído apreciando o movimento dos carros do outro lado da rua, tentando entender por onde eu entrara e por onde deveríamos sair, assim que ela chegasse. Percebo alguém se aproximar.
Levantei meu olhar e vi um homem vestindo o uniforme de uma empresa de ônibus com uma maleta na mão. Parecia um motorista no final de expediente. Ele retribuiu o olhar, deu um sorriso, bateu no meu ombro e perguntou:
Levantei meu olhar e vi um homem vestindo o uniforme de uma empresa de ônibus com uma maleta na mão. Parecia um motorista no final de expediente. Ele retribuiu o olhar, deu um sorriso, bateu no meu ombro e perguntou:
– Tá tudo bem aí com o senhor?
– Sim, sim. Tá tudo bem. Estou esperando uma pessoa que já deve estar chegando…
A minha resposta deixava transparecer felicidade, pois reencontraria a minha esposa depois de um tempo longe um do outro. Mesmo assim, um pensamento paralelo percorria a minha mente, Como as coisas mudam. Parece que foi ontem que me diriam, “E aí rapaz, tá tudo bem?”Agora me tratam de senhor… O tempo passa rápido e não perdoa.
Meus pensamentos logo se voltaram para a situação presente, assim que ouvi o homem continuar a conversa:
– Para quem não caminha o senhor até que é bem animado, né?
Estendeu-me a mão num cumprimento forte e alegre, disse boa noitee foi embora com a sua maleta. E eu fiquei lá não acreditando naquilo que ouvira. Mesmo não acreditando, são essas situações que sempre estimulam o meu humor.