“Em certos momentos da história, as culturas partiam do princípio que uma pessoa não era completamente humana se não soubesse controlar os seus pensamentos e os seus sentimentos. Na China de Confúcio, na antiga Esparta, na Roma republicana, nas primeiras colónias de peregrinos da Nova Inglaterra e na alta sociedade inglesa da época vitoriana as pessoas eram responsabilizadas pelo domínio severo das suas emoções. Quem se abandonasse à autocomiseração, e permitisse que as suas acções fossem ditadas mais pelo instinto do que pela reflexão, perdia o direito a ser aceite como membro da comunidade. Noutros períodos históricos, como o que vivemos actualmente, a capacidade de autocontrole não é muito valorizada e os que tentam alcançá-la são considerados ridículos, ‘excêntrico’, ou fora ‘da onda’. Mas, sejam quais forem os ditames da moda, aparentemente os que levam a sério o domínio do que acontece na mente, vivem uma vida mais feliz.”
Texto extraído do livro Fluir de Mihaly Csikszentmihalyi (1990, p. 46)
Realmente ainda tem um longo caminho para sermos completamente humanos…