APD – Associação de Pessoas com Decência. Obrigado!!!

Quando escolhi vir para Braga tinha a firme disposição de participar e, quem sabe, ganhar o campeonato português de basquete sobre rodas com a equipe da APD. Comecei bem. No primeiro final de semana tivemos a Copa de Abertura que ganhamos. Foi uma alegria e o presságio de dias melhores ainda. Os treinos começaram. A busca por uma melhor condição física aliava o basquete com o exercício diário de remoergômetro. A questão técnica era trabalhada nos treinos com a equipe. A primeira partida assisti do banco, pois ainda faltava condicionamento físico e técnico. A segunda partida se aproximava e via a clara oportunidade de estrear por Braga mais uma vez. Os treinos cada vez mais disputados e acirrados levavam-nos aos limites. Via meus colegas de equipe a darem o seu melhor, assim como também eu o fazia. Foi então que aconteceu o inesperado, o imprevisto. Uma lesão que me levou a não jogar mais basquete, conforme descrevi no texto A ÚLTIMA VEZ! Nele relato a frustração daquele último treino antes do Natal que fora para mim o último treino de basquete. Já não poderia mais ser campeão pela equipe de Braga. Se o inesperado pode acabar com sonhos e projetos ele também pode nos dar uma nova oportunidade. Sim, mesmo uma restrição pode significar novas oportunidades. Jogar basquete não era mais recomendado, mas o inesperado faria-me campeão mais uma vez e não só uma vez. Apesar de não treinar e não jogar continuei a participar semanalmente dos treinos e dos jogos, assim como continuei a treinar no equipamento de remoergómetro. Sempre que possível acompanhava a equipe para torcer e, por que não, para desfrutar da companhia dos amigos. A temporada já caminhava para o seu final e teve um jogo que decretou o segundo lugar no campeonato para a nossa equipe. Tínhamos exatamente o mesmo número de pontos e de vitórias que os campeões, entretanto tivemos dois cestos a menos no critério de desempate. Via no grupo uma frustração terrível. A sensação de que o campeonato nos fugira pelas mãos, literalmente, era muito forte. A equipe estava emocionalmente destroçada, entretanto ainda havia a Taça de Portugal a ser disputada. Ela reúne as quatro melhores equipes do ano na disputa de encerramento da temporada. Lá foi a equipe mais uma vez. Naquele dia não pude viajar como das outras vezes. Acompanhei o decorrer das partidas por mensagens. Recebi uma mensagem dizendo que chegáramos a final. No dia seguinte recebi outra mensagem dizendo que a APD de Braga era a campeã da Taça de Portugal!!! Um título merecido por todos. Eu estava muito feliz pela premiação ao esforço de todos os atletas e dirigentes. Sei perfeitamente que numa equipe sempre tem os atletas que jogam mais, e muitas vezes são considerados titulares, e os outros que jogam menos. Entretanto no resultado final todos são importantes, porque são aqueles que muitas vezes não entram num jogo decisivo é que fazem com que aqueles que decidem joguem melhor. As equipes são assim compostas e são competitivas quando todos dão o seu melhor permitindo que o outro também dê o seu melhor. O resultado termina por ser uma consequência. E a consequência foi terminarmos a temporada como campeões! Não estive presente, mas sempre tive a sensação de ser campeão como todos da nossa equipe. Esse momento se tornou real no treino seguinte. A temporada havia terminado, mas os treinamentos prosseguiram. Cheguei ao pavilhão para o treino e reuni-me com os demais jogadores e a comissão técnica para a preleção inicial como sempre acontecia. O técnico disse que o capitão da equipe queria fazer um comentário e foi então que realmente senti-me campeão. Ele entregou-me a medalha de campeão como uma lembrança pela temporada. Foi sensacional. Emocionei-me. Senti-me parte da equipe. Senti-me campeão e soube, naquele momento, que integrava uma equipe campeã. Terminar em primeiro, segundo ou terceiro? Tinha menos importância, porque o importante mesmo era que aqueles meus colegas e amigos eram campeões e compartilhavam a sua vitória num gesto de humildade. Agradeço a todos os meus amigos campeões da APD de Braga!


Assim, tive um ano sensacional em Braga pelas pessoas que reencontrei e por outras que conheci. Gostaria de deixar minha gratidão para cada um:

  • Dado, pelo compromisso e busca da excelência.
  • Filipe e seu pai Jorge, pela presença e cooperação.
  • Gabriel, pela autenticidade e pela alegria.
  • Gonçalves, pelo bom humor e companheirismo.
  • Henrique, pela tranquilidade e competência.
  • João Paulo, pela força de vontade e dedicação.
  • Jorge, pelo vigor das participações.
  • Manuel, pela boa vontade e pelas “boleias” semanais.
  • Mendes, pelo bom humor e crença de que amanhã será melhor.
  • Miguel, pelo esforço e exemplo de que é possível!
  • Rafael, pelo empenho e contribuição.
  • Rogério, pela presença e disponibilidade para a equipe.
  • Sílvio, pelo companheirismo e liderança.
  • Toni, pela capacidade de doação e de conciliação.
  • Para a menina fisiterapeuta, pela prontidão em atender.
  • Rosa Guimarães, presidente da APD Braga: pessoas cuidando de pessoas!

E o que falar do Ricardo? Técnico e amigo de muitas conversas. Espero ter muitas mais, porquee têm certas coisas que não tem preço, não é?
E do Zé Miguel pai? Um novo amigo que é um exemplo para quando eu for pai. 
E do Seu Carlos e da Dona Custódia? Simplesmente traduzem tudo que se pode entender por desprendimento, colaboração, contribuição e clareza de saber pensar no bem maior. 


Obrigado a todos vocês pela amizade! No próximo ano pretendo voltar a Braga para simplesmente estar presente no dia em que vocês levantarem a taça de Campeões mais uma vez.  E o que fica de tudo isso? Ficam as amizades e ficam as histórias. 


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