É Natal… Que tal criar amor?

A rua é a realidade. Observar as pessoas é um exercício incrível. Entender que nós somos essencialmente bons é melhor ainda. Isso ajuda a transformar a realidade. Percebe-se que para o mundo ser justo somente se precisa de pessoas justas. E isso começa quando cada um de nós escolhe ser justo e a agir com respeito. Quando cada um escolhe ser bom.
Outro dia minha esposa e eu fomos até a feira de Natal na cidade. Como não podia deixar de ser, havia as barracas com os artesanatos e os enfeites natalinos que davam um toque de harmonia naquele ambiente. Em frente a uma dessas barracas estava um menino que olhava completamente embevecido para a escultura de uma ovelhinha de presépio. Ele dava um passo para a direita e observava a ovelhinha. Dava dois passos para a esquerda e continuava a admirar aquela escultura. O pessoal da barraca começava a sorrir com postura do menino em frente à admirada ovelha. Um deles perguntou:
– Você gostou da ovelha?
– Sim… Respondeu o menininho.
– Você quer comprá-la?
– Eu gostaria, mas não posso. O dinheiro que a mãe me deu é para ir até a padaria comprar leite…
E colocou o dedo indicador no queixo com uma expressão de reflexão profunda. Parecia um adulto. Vimos que um senhor, que também observava a cena, entrou pela lateral da barraca. Conversou com a atendente do artesanato e novamente saiu sem ser percebido pelo menino que ficou mais um pouco por ali. Em seguida o menino foi em direção à padaria que estava uns dez metros adiante. Em menos de cinco minutos ele voltou até a barraca para perguntar:
– O Papai Noel passou aqui? O Papai Noel passou aqui? Ele era a expressão da felicidade. Estava radiante.
– Sim… Respondeu a atendente, sorrindo. Por quê?
– Ele deixou a ovelhinha lá na padaria pra mim. O nosso presépio este ano vai ter uma ovelha… E saiu em disparada com o leite numa das mãos e a sua tão desejada ovelha na outra.
E o senhor que fez o papel de Papai Noel? Não o vimos mais. Porém, para nós ficou a lição de como deve ter sido gratificante para aquele senhor dar aquela ovelha para o menino. Foi uma situação genuína de amor pelo próximo. Com toda a certeza o menino ficou feliz, mas certamente o maior beneficiário do gesto de amor foi aquele que deu com amor.
Escolher ser bom, entretanto, não quer dizer ser tolo. Não tem nada a ver com ser alienado. Penso que o que está errado deve ser denunciado, assim como cada um deve lutar por aquilo em que acredita. O que estiver ao alcance para que se corrijam situações equivocadas deve ser feito. O eu não entendo é que se canalize tanta energia boa para coisas ruins. Termina por se criar um inferno com aquilo que não se pode resolver. Por isso, acredito que para cada situação ruim deveríamos nos lembrar de outras boas.
Assim, ao nos lembrarmos, contarmos, recontarmos e produzirmos histórias de amor no trabalho, nas relações, no esporte e no lazer criamos mais amor. Com mais amor teremos mais respeito. Com mais respeito teremos um mundo mais justo. E num mundo mais justo teremos mais amor. O Natal é um bom momento para começar o círculo virtuoso do amor!

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