A conversa girava em torno de como o ano havia passado rápido. Num piscar de olhos o mês de janeiro tinha se ido. Os meses de fevereiro e de março não se teve tempo nem de ver, porque o foi neles que o ano começou realmente. Quando se olhou para o calendário os meses de abril, maio e junho tinham passado e com eles a metade do ano. Em julho, agosto e setembro as atividades fizeram com que o tempo voasse. Nos meses de outubro e novembro já se começou com a sensação de que o ano estava por acabar. E agora, a metade de dezembro já foi ultrapassada e a certeza de que mais um ano vai acabar é real. Em meio a essa conversa, um dos amigos se despede e deseja Feliz Natal, Boas Festas e um excelente Ano Novo para todos. Logo em seguida, um dos ranzinzas da turma fala:
– Não gosto desse período. Todo ano é a mesma coisa. Ficam sempre com essa lenga lenga e daí todo mundo quer ser bonzinho. A gente deveria ser bom o ano inteiro… concluiu.
E eu tive que concordar com o meu amigo ranzinza que todo o ano é sempre a mesma coisa. Quase todos começam a desejar e a fazer coisas boas para os outros e as pessoas deveriam ser assim o ano inteiro. Muitas vezes, observo o comportamento dos outros, e o meu também, e é realmente incrível como as falas e as expressões se repetem. É um ritual. Porém, acredito que nessa época em que as pessoas se dão conta de que o ano está acabando é que elas ficam mais sensíveis, mais amigas, menos resistentes, menos implicantes, mais amorosas e mais humanas. Entendo que, ainda que inconscientemente, as pessoas fazem a associação de que assim como um dia, uma semana, um mês e um ano acaba, também esta vida um dia acabará. Por isso, no final de ano quase todos estão mais abertos para dedicar um tempo para uma atividade e para um gesto de bondade. É um presente que se dá para conhecidos e desconhecidos. É um conflito que se evita com parentes, amigos e estranhos. É o desejo de que também o outro tenha uma vida boa. É por isso que eu não gosto do período de festas de final de ano. Na verdade, eu adoro essa época do ano.
Voltando à observação do meu amigo de que deveríamos ser assim o ano inteiro, com a qual concordo, acredito que no fundo nós somos o que somos o ano inteiro. A tradição natalina, associada ao final de ano, apenas é um momento mais apropriado para expressar aquilo que realmente somos. É um momento especial em que a nossa humanidade fica mais latente por meio de palavras, de gestos e de atitudes de amor para consigo mesmo e para com os outros. É um período em que cada ser humano está um pouco mais humano que é o que nos aproxima do Divino representado pela figura e pela mensagem do nascimento de Jesus Cristo. É o nascimento Dele, assim como é o nosso pela tomada de consciência de nossa finitude humana. É um período para deixar nascer e florescer a nossa Divina Humanidade. É uma época em que se torna mais fácil reconhecer que a eternidade que temos está no presente, agora e sempre.
Por isso, eu também não gosto do período festas de final, assim como o meu amigo ranzinza. Porém, diferentemente dele eu simplesmente adoro essa época para poder desfrutar de um abraço forte, autêntico e verdadeiro que reforça a humanidade das pessoas na capacidade de amar o outro e a si mesmo, despertando a divindade de cada um. E você? Gosta ou não gosta do período natalino e das festas de final de ano?
Boa tarde,
‘MÊS HIPÓCRITA’, sim é este adjetivo que dou a DEZEMBRO.
Onde as pessoas ficam BOAZINHAS, PERDOAM, FAZEM O ‘BEM’, LIMPAM SEUS CORAÇÕES…. EM DEZEMBRO, entenderam?!
Na mídia, as famílias ‘margarinas’, onde até cachorro ‘sorri’.
Espírito Natalino? BONDADE, PERDÃO, CORAÇÃO LIMPO, FAZER O BEM, ISSO DEVERIA SER ‘ANO INTEIRO’!
É muito fácil, falar em NATAL, FINAL DE ANO COM O’BURRO NA SOMBRA’. As famílias ‘despejadas’, aquelas atoladas em ‘empréstimos’ para sobreviver… DEUS QUE ME PERDOE, NÃO GOSTO MESMO DE DEZEMBRO.