Casamento, um modelo perfeito de comunicação!

Ele, o João, chegou no horário estabelecido. Ela, a Maria, chegou atrasada. Tudo certo, afinal faz parte do folclore de um casamento a noiva se atrasar. João, o noivo, estava nervoso enquanto esperava Maria, a noiva, próximo ao altar. Ela, finalmente, entra na igreja e se aproxima acompanhada do pai. O Padre começa a celebração do casamento. Os pais da noiva e do noivo se emocionam. Os amigos exibem sorrisos que demonstram o sentimento de felicidade pela felicidade do casal. Parece claro para ambos que encontrar a felicidade passa por fazer o outro feliz. A intenção está explícita na postura dos noivos. É chegado o momento de expressar as intenções por meio de palavras. Chega a hora do juramento.

João é convidado a dizer:

– Eu, João, recebo-te por minha esposa a ti, Maria, e prometo amar-te, ser-te fiel e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza todos os dias da minha vida.

Maria escuta com atenção, porque sempre esteve claro que ela iria se casar com o João para que pudesse fazê-lo feliz. As lágrimas começam a escorrer suavemente pela sua face. Ela não se importa, porque está feliz com a possibilidade de fazer João feliz.

Uma pequena pausa e o celebrante convida a Maria para fazer o seu juramento. Ela o faz com a emoção de quem tem a mais pura intenção. Maria se sente confiante ao dizer as palavras do juramento, porque ele expressa de forma direta tudo o que ela pretende fazer pelo seu amado João. Por outro lado, no juramento está resumido tudo o que ele sempre quis ouvir dela. Eles já estavam juntos há mais de quatro anos e sabiam o que queriam. As intenções estavam claras. Comunicar isso oficialmente um ao outro por meio do casamento, incluindo pais, amigos, familiares e a comunidade, era o caminho natural. O propósito de fazer um ao outro feliz agora era público.

O dia foi glorioso. A festa foi maravilhosa. A emoção tomou conta de todos, porque ninguém nunca duvidou do amor de João por Maria e de Maria por João. As intenções foram concretizadas no casamento. Depois disso, João e Maria viveram felizes para sempre!

O que cabe destacar aqui é que os cinco princípios de uma comunicação clara e perfeita estão presentes no relato. Pode-se identificar (1) quem fala: no primeiro momento João fala e, em seguida, Maria fala; (2) para quem se fala: por primeiro é falado a Maria para depois ser falado a João; (3) o que se fala: nas falas de ambos promete-se o amor, a fidelidade e o respeito; (4) em quais as condições será cumprido o que se fala: as promessas serão cumpridas na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza e (5) qual é o tempo determinado daquilo que se fala: por toda a vida.

Sabe-se que uma grande parte dos problemas organizacionais estão ligados a um processo de comunicação que muitas vezes não é claro e por isso a mensagem não chega corretamente. Quem fala nem sempre se preocupa em saber como aquele que ouviu entendeu a mensagem, da mesma forma como quem recebe a mensagem, muitas vezes, não esclarece se o que ele escutou era o que quem falou quis dizer. Desse modo, não basta a intenção de se comunicar bem, é preciso conferir se todos os elementos da comunicação estão presentes e confirmar se ela chegou da forma como se imaginou para aquele a quem a mensagem foi dirigida.

O que você quis dizer com aquilo que você falou foi o que quem ouviu o que você disse escutou? Só assim para uma verdadeira comunicação e a consequente diminuição dos problemas organizacionais ligados à comunicação.

João e Maria viveram felizes para sempre? Bem, isso é outra história. Entretanto, nenhum deles pode dizer que não sabia para quem dizia o que disse, em quais condições se comprometia a cumprir aquilo que prometeu e nem o tempo do compromisso assumido.

 

Moacir Rauber

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