No Natal: quem pode imitar você?
– Pai, vamos cortar a grama, arrumar o jardim e fazer um pinheirinho para o Natal? Vamos, vamos… falava empolgado o menininho de 5 anos.
O pai assentiu com a cabeça. Logo, perguntou para o filho, ou talvez para si mesmo:
– Você sabe o que é o Natal?
O filho empolgado deu todas as respostas que escuta na televisão, dos amiguinhos, na internet e todo o entorno social. A empolgação era contagiante. Para o pai, os motivos eram um pouco frustrantes. Na reta de final de ano todos respiram festas, comércio, comparações e movimento. Tudo parece que envolve barulho, espetáculo e vaidade. Pensava, É muito movimento e pouca direção.
No seu diálogo interno pensava no Natal com o sentimento de saudades da sua infância. A ingenuidade, a inocência e a boa vontade de fazer desse período algo especial eram lindas, igual a de seu filho agora. Porém, ele acreditava que no seu tempo ela estava conectada com a essência do espírito natalino. As festas eram para celebrar, não para comprar e nem comparar. A preparação começava com o silêncio do período chamado de advento para a chegada de um Ser Humano Divino que mudou para sempre a história da humanidade. Culminava com efusivos abraços e o compartilhar das boas intenções que se mostravam nas ações no Natal. Havia barulho, mas era de amor. Havia espetáculo, mas era da fé. A vaidade? Não entrava nas portas das casas porque não se tratava de comparação. Assim, ele pensava que o Natal é um período em que as pessoas são invadidas pelas boas emoções humanas que, muitas vezes, precisam uma pausa e de silêncio para desvendar as intenções, convertendo-as em ações. Surgem a compaixão, a caridade e o amor.
No silêncio nós nos escutamos e escutamos ao outro.
No silêncio aprofundamos o conhecimento com a conexão entre a mente e o coração.
No silêncio entendemos o que sentimos e o que podem estar sentindo o outro.
No silêncio identificamos as necessidades minhas e as do outro.
No silêncio podemos escolher como nos expressar com autocuidado e cuidado com o outro.
Portanto, a pausa vai permitir que AQUELE que nasce para a humanidade nesse dia nos fale ao coração no SILÊNCIO, porque nele existe diálogo. O diálogo exige reciprocidade que acontece no silêncio que nos permite escutar e ser escutado para AFETAR O MUNDO COM AFETO. O silêncio nos conecta com a espiritualidade. A espiritualidade nos traz o discernimento. O discernimento nos brinda com a sabedoria. A sabedoria está no silêncio.
No silêncio a autenticidade se revela com amor.
No silêncio a alegria é autêntica.
No silêncio a comunicação é exigente porque revela a natureza das intenções.
Natal é tempo de resgatar as intenções para transformá-las em ações que podem ser ruidosas, desde que valha a pena romper o silêncio. Desse modo:
Natal é tempo de abraçar.
Natal é tempo de amar.
Natal é tempo de afetar com AFETO porque com AFETO o mundo é MELHOR!
O Pai pensava em tudo isso enquanto olhava com todo o amor para o seu filho e emendou:
– Vamos fazer uma oração de agradecimento ao Menino Jesus?
O menininho, na sua inocência, ingenuidade e boa vontade, ajoelhou-se, rezou e agradeceu. Essa postura de ajoelhar-se frente ao desconhecido nos traz a humildade. Para ser humilde se requer sabedoria. A sabedoria nos leva a espiritualidade. A espiritualidade nos leva a rezar e a agradecer como um gesto natural que dá direção ao movimento. O menino estava pronto para dar direção ao movimento e repetir o comportamento de um Ser Humano adulto e Divino em busca de um mundo melhor. Ele pode imitar você no Natal? E no restante do ano?
Desejo que no silêncio dos corações brotem os sorrisos que revelem a alegria da Felicidade em construir um mundo melhor.
FELIZ NATAL E UM EXCELENTE 2023!!!
Moacir Rauber
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