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Aos amigos, um abraço!

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Aos amigos, um abraço!

Quando dado de forma autêntica, o abraço pode expressar afeto, conexão, amor, carinho, aceitação, agradecimento, celebração, saudade, compaixão, pesar, proteção e amizade, entre outros sentimentos e emoções. Para se dar ou se receber um abraço é preciso de no mínimo duas pessoas que se colocam entre os braços uma da outra. O abraço tem variações culturais, podendo ser mais apertado ou mais frouxo; mais indicado para um momento ou outro; mais praticado entre um determinado grupo de pessoas ou outro; enfim, cada cultura com suas características. Porém, o que quero hoje é abraçar um amigo. Algum amigo pode me dar um abraço?

A pandemia chegou como quem não quer nada e mudou quase tudo. Pelo fato de não haver um medicamento comprovadamente eficaz no tratamento da doença, a pandemia instituiu o medo do contágio que nos fez adotar novos comportamentos. Mais cuidados com a higiene pessoal, o isolamento e o distanciamento social têm sido as novas práticas. Enquanto aumentar o cuidado com a higiene nos traz benefícios, o isolamento e o distanciamento social têm provocado efeitos colaterais danosos para muitas pessoas. Tenho vivido meu isolamento desde março. O meu trabalho migrou para o ambiente virtual, a minha família está distante e os meus amigos não os vejo. Da mesma forma, tenho praticado o distanciamento social em minhas poucas idas ao supermercado ou à farmácia. Tudo isso tem gerado efeitos colaterais, como a tristeza, a ansiedade, a depressão ou simplesmente a falta do contato físico. E aí faz falta o abraço de um amigo. E o abraço é incrível, porque no instante que você o dá, você o recebe. Parece-nos algo paradoxal, porque quanto mais você dá, mais você recebe. E dar abraços faz bem para a saúde física e a saúde da alma. Para as crianças, os abraços aumentam a autoestima, geram calor humano, melhoram as conexões, diminuem o estresse emocional, controlam a ansiedade e baixam a agressividade. Assim, as crianças que foram mais abraçadas se revelam como adultos mais amorosos, afetuosos e amigos. Por isso, o contato físico é uma necessidade humana, porque a nossa realização somente acontece com a presença e a participação do outro. É o outro que nos dá sentido a própria vida. Pode ser o cônjuge, a família, os colegas de trabalho e os amigos. Confesso que hoje sinto a falta de um abraço que expresse a amizade.

Lydia Denworth em seu livro Amizade: a evolução, a biologia e o poder extraordinário do vínculo fundamental da vida destaca que

…os amigos, em muitas ocasiões, nos levam a descobrir nossa missão no mundo. Tenho amigos assim. Têm amigos que nos levam a ser mais saudáveis. Tenho amigos assim. Têm amigos que nos levam para a diversão nem tão saudável. Tenho amigos assim. Têm amigos que nos permitem a intimidade das confissões. Tenho amigos assim. Têm amigos que nos dão suporte pelo simples vínculo da amizade. Tenho amigos assim. Muitos deles são os mesmos, porque a amizade é um empreendimento de longo prazo.

Muitas amizades começaram na infância e perduram até hoje. Outras começaram um pouco mais tarde, nem por isso menos intensas. Reconheço, nesse momento, que estar com os amigos não é indulgência com o trabalho ou desatenção para com a família, mas uma necessidade que nos dá sentido e traz felicidade à vida. E talvez um dos equívocos cometidos seja o de não dedicar todo o tempo devido aos amigos.

Antes da pandemia eu podia abraçar aos amigos, mas muitas vezes não o fazia. Hoje eu gostaria de abraçar aos amigos, mas não posso. No meu entendimento, as amizades necessitam de abraços. O que fazer? Enviar-lhes e receber os seus abraços virtuais na torcida para que possa fazê-lo presencialmente num futuro próximo.

Moacir Rauber

Blog: www.facetas.com.br

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Tomar um café com um amigo…

… não tem preço!

A última semana não foi das mais fáceis. Reapareceu uma questão pessoal ainda não bem resolvida e teve o dia  de Finados, sempre nostálgico pelas lembranças das pessoas queridas que já partiram. Cada um com os seus problemas. No meio disso tudo tive a sexta-feira (01-11-19) em que fui tomar café com o Paulinho Scarduelli, um ser iluminado que deixa os dias mais leves e arranca sorrisos até quando se está carrancudo.

Lembrei de uma música antiga:

“… só um sorriso pode mais que um grito pode mais que tudo se você está triste, vive carrancudo, basta um sorriso e será feliz!” (Roberto Barreiro)

E ainda sou brindado com um texto do Paulinho como parte de sua trajetória rumo aos seus 55 anos.

O Paulinho Scarduelli faz aniversário e é ele que distribui os presentes!

PAULINHO SCARDUELLI

Contagem regressiva pros 55 anos – 8/30 (SUPERAÇÃO)

Exemplos de superação sempre me atraíram. Adoro saber como pessoas iguais a mim enfrentaram um problema extremamente difícil e conseguiram superar. Sempre que posso, paro para ouvir e perguntar. E aprender. Com eles.

É o caso do grande amigo Moacir Rauber.

Sonhava em ser jogador de futebol e jogar pela Seleção Brasileira. E tinha chance. Morava no interior do Paraná nos anos 80 e foi “descoberto” por um grande clube de futebol de Porto Alegre. Era um goleador nato e iria atrás do sonho. Na véspera da viagem para Porto Alegre, decidiu comemorar com os amigos na sua terra natal. Bebeu um pouco além da conta, errou na curva, bateu o carro e ficou paraplégico.
Azar?
Acidente?
Nada disso. O jovem Moacir admite, foi “ladrão de si mesmo” e fez com que a estrada da vida desse uma guinada.

Cirurgia, sessões de fisioterapia, mais cirurgia. E Moacir teve que aprender a viver novamente, e com novos sonhos.
Mergulhou nos estudos e acabou vindo morar em Floripa. Aqui estudou mais ainda, fez faculdade, mestrado e doutorado.

Como morava no Continente e trabalhava na Ilha, tinha que enfrentar todo dia a fila de automóveis em cima da Ponte Pedro Ivo. Lá de cima, ele mirava uns remadores alheios ao trânsito, indo pra lá e pra cá na Baía Sul. Até que veio o insight que mudou sua vida para sempre: “vou acordar mais cedo, vir mais cedo pra ilha, fugir da fila e fazer remo também”.

Apaixonado por esportes, Moacir logo começou a remar.
E remou.
Remou.
Remou tanto que passou a competir.
Dos excelentes resultados nas competições, foi “descoberto” de novo. Só que desta vez pela Seleção Brasileira de Remo. E foi assim que ele concretizou o sonho antigo, vestiu o uniforme verde amarelo e representou o Brasil.

Moacir é uma aula de superação.
Circula pra lá e pra cá pelo Brasil e no exterior dando palestra e trabalhando como coach.
Fui seu aluno e aprendi muito com ele.

Viramos amigos e hoje tenho o privilégio de poder tomar café uma vez por mês com ele, no final de expediente de uma sexta-feira. Como hoje.

Dia para aprender mais sobre a vida e buscar sempre a superação.

https://www.facebook.com/paulo.scarduelli

Negócios, amizade, fidelidade e lealdade: é possível?

Quando se toma consciência de que o mundo é igual para todos e que a real diferença está em como cada um o vê, percebe-se que a amizade, os negócios e os pontos de vista diferentes são possíveis.

Trabalhar com pessoas permite acompanhar histórias. Testemunhei uma trajetória de negócios e de amizade que, às vezes, parece não ser possível que caminhem juntas. Porém, quando se toma consciência de que o mundo é igual para todos e que a real diferença está em como cada um o vê, percebe-se que a amizade, os negócios e os pontos de vista diferentes são possíveis. Nesse ponto entra a importância de que se tenham valores convergentes, ainda que a vivência deles seja diferente, dependendo do momento de cada um. Vamos a história dos meus dois amigos.

Um sujeito ofereceu ajuda para outro no início de sua vida profissional. Não foi uma ajuda gratuita, mas sim uma ajuda interessada no retorno que aquele a quem ela foi oferecida poderia dar. Foi iniciado o negócio e estabeleceu-se uma parceria que perdurou por vários anos. O negócio se desfez e permaneceu a amizade. O tempo passou. Outros projetos e convites foram feitos entre os amigos. Tratavam-se de ofertas como resultado da relação estabelecida, revelando também a presença de valores como a fidelidade e a lealdade, defendidos pelos dois. Passados alguns anos dessa relação, aquele que inicialmente oferecera a ajuda, precisava de ajuda. Sabendo que o seu amigo estaria para iniciar um projeto na área em que ele atuava, dirigiu-se a ele e pediu ajuda, afinal ele era seu amigo. Porém, o amigo disse que não poderia fazê-lo, porque a parceria seria com outro. O que aconteceu? Onde estariam a lealdade e a fidelidade defendida por ambos?

Entendo que quando se estabelecem determinadas relações, alguns valores são intrínsecos a elas e acredito que a fidelidade e a lealdade estejam na base do casamento, da amizade e das ligações profissionais. Pressuponho, também, que há uma distinção entre como cada um vê e vive o conceito dessas palavras, dependendo do momento em que se encontra. Nos dicionários, a fidelidade pode ter entre os seus sinônimos a lealdade, a honradez, a constância e a obediência, sendo entendida como a qualidade daquele que é fiel ao demonstrar zelo com os compromissos assumidos. A fidelidade não depende de algo escrito, embora possa ser. Como um valor, a defesa da fidelidade estava presente no discurso de ambos. Por outro lado, a lealdade também tem entre os seus sinônimos a fidelidade, além de representar a sinceridade, a integridade e a dignidade, sendo entendida como o cumprimento dos compromissos assumidos. E a lealdade é um valor que dificilmente se escreve, porque ela apenas existe ou não. Da mesma forma, a lealdade estava presente no discurso da relação de amizade dos dois. Particularmente, entendo que a lealdade é o valor com maior amplitude, abarcando e envolvendo a fidelidade.

Alguém pode ser infiel, permanecendo leal, porém, uma vez sendo desleal certamente se é infiel. Entretanto, podem existir diferenças no momento de vida em que cada um se encontra e como são vividos tais valores.

E o amigo que foi pedir ajuda do outro amigo sentiu na pele essa diferença.

O amigo teve a ajuda recusada no formato como ele a pedira. Por isso, inicialmente, sentiu-se traído. Acusou, mentalmente, o outro de não ter respeitado os valores defendidos por ambos. Onde estava a fidelidade defendida? Como ficava a lealdade na recusa de ajuda? Ele calou-se. Passado o impacto inicial, conversaram sobre o tema. O amigo que agora recusava a ajuda estava em outra relação, porém os valores permaneciam importantes para ele. Por isso, nesse projeto, especificamente, ele estava sendo fiel e leal para com quem ele já havia se comprometido, porque a vida segue. Ao final, retomaram uma parceria em outro projeto. A lealdade e a fidelidade continuavam importantes para ambos, por isso os negócios e a amizade prevaleceram.

Moacir Rauber

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