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A técnica do abraço:  que em 2018 você possa ser autêntico

Era uma aula como qualquer outra sobre comportamento humano, embora me pareça estranho que tenhamos que ter aulas para saber como nós, humanos, nos comportamos. Às vezes, parece que não somos humanos. O facilitador passava a demonstrar como se deve dar um abraço verdadeiro.

Ele dizia:

– Para se dar um abraço também tem técnica. Quando nos aproximamos da pessoa a quem vamos abraçar devemos passar o nosso braço esquerdo sobre o seu ombro direito e aconchegar a cabeça do lado esquerdo da sua face. Assim, os corações se aproximam… e continuou a explicação.

No curso foram tratados uma série de tópicos sobre os cumprimentos nas relações humanas e como ser mais efetivo no seu uso. Ele também havia falado sobre a importância do uso apropriado das ferramentas tecnológicas como o e-mail, as redes sociais e as mensagens instantâneas. Em seguida exemplificou como se deve dar um aperto de mão e quando se pode dar o beijo como forma de cumprimento. Tudo para conseguir ser mais efetivo na interação com o outro. Nesse momento, o facilitador tratava do abraço. Ele havia explorado o tema mostrando tudo o que envolve o ato de se dar um abraço. Como conceito abraçar é o ato de apertar entre os braços alguém ou algo. Pode estar implícito no abraço que ele signifique amor, carinho, amizade, afeto ou apoio, porque nesse momento se supõe que haja uma ligação entre as pessoas que se abraçam. E toda a apresentação do facilitador havia explorado esse gesto e como ele está presente no dia a dia da maioria das pessoas. O abraço serve para demonstrar os sentimentos, seja de alegria, de tristeza, de compaixão, de saudade ou de consolo. É reconfortante receber um abraço num momento difícil. É gostoso dar um abraço de solidariedade. O facilitador disse, Como diz o ditado, um abraço não custa nada e é bom para quem dá e para quem recebe. Concordo com isso. Por fim, ele até apresentou uma série de dados científicos que comprovam os benefícios do abraço. Os abraços diminuem o estresse e a ansiedade e aumentam o grau de felicidade porque fazem subir os níveis da oxitocina no organismo. Incrível, não é? Foi então que mais uma vez me pareceu que ciência descobre o que a natureza já sabia. A humanidade nunca precisou da ciência para descobrir que o abraço, o amor, a colaboração, a cooperação e a amizade são importantes para o ser humano. Nossos antepassados mais longínquos sempre souberam disso. Na verdade, essas demonstrações são a essência do ser humano. É na colaboração e na cooperação que nos desenvolvemos como espécie e é delas que nascem o amor e a amizade. Ultimamente, os seres humanos em sua ânsia de consumir é que perderam essa noção nas relações. Priorizamos coisas ao invés de pessoas. É mais importante ter um carro de luxo e fazer uma viagem deslumbrante para exibir isso do que construir relações em que o afeto seja natural. Por isso, agora precisamos estudar o comportamento humano para desenvolver as técnicas comportamentais. Para ser aceito no grupo, desenvolve-se a técnica do abraço, do aperto de mão e do beijo, como se o mais importante não fosse a autenticidade do sentimento e da emoção.

Talvez em 2018 seja mais importante buscar a essência dos sentimentos e das emoções humanas para que os abraços e os apertos de mãos sejam a verdadeira expressão da amizade, do amor, do apoio, do consolo e da cooperação. Que tal se aprendêssemos simplesmente a sentir e a demonstrar amor, amizade e afeto autêntica e verdadeiramente novamente? O que é mais importante: dar um abraço certo ou dar um abraço verdadeiro?

E a técnica do abraço? É só um resultado de quem pratica o abraço autenticamente.

Imagem: Rastro Selvagem

Moacir Rauber

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