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(Re) Criar a Humanização? Precisamos de mais jardineiros no mundo!!!

(Re) Criar a Humanização?

É preciso compostar a vida para transformar e inovar

Escutava como o jardineiro que, antes era apenas um trabalhador, havia se transformado em jardineiro. Ele dizia que fora contratado para cuidar do jardim do monastério. O espaço era lindo. Ele foi orientado a cortar a grama no momento adequado, a podar as árvores quando se fazia necessário e a regar as plantas sempre que faltava água. Ele, igualmente, aprendeu a produzir e a repor adubo para aquelas plantas que pareciam ter menos vigor. Como trabalhador, ele desempenhava a sua função porque era dela que ganhava o seu salário para alimentar a sua família. Tudo isso era supervisionado pelo monge que se encantava com a beleza da natureza e o seu processo de transformação, enquanto o trabalhador que ainda não se via como jardineiro, não entendia muito bem a importância daquilo tudo. Dia após dia as conversas com o monge sobre as conexões e a interdependência do que ocorre na natureza passaram a fazer sentido para o jardineiro. Começava a transformação do trabalhador em jardineiro. Qual era o sentido daquilo que ele fazia? Esse era o ponto. Isso ficou claro para o jardineiro numa conversa mais longa que teve com o monge que refletiu sobre o processo:

– Tudo se transforma na natureza, assim como nas pessoas… e trouxe o exemplo da compostagem que produzia o adubo orgânico que usavam no jardim.

A reflexão do monge começava sobre a importância de mudar a forma de entender o “homem” (espécie) e a natureza. Não se trata de pensar “o homem e a natureza”, mas de construir o mundo sabendo que o “homem” é parte da natureza. Ele não está a parte dela, dizia. A natureza em sua essência é sábia, por isso ela deve ser reconhecida para que a humanidade a ela se reconecte, humanizando as relações e as organizações. Como é possível ser necessário humanizar se somos humanos? Arrematou. Entende-se que o Ser Humano, ao se colocar a parte da natureza, perdeu parte da sua humanidade. Portanto, o passo essencial no presente é (Re) Criar a Humanização para Transformar e Inovar com e não contra a natureza. O monge voltava a introduzir a analogia da compostagem como um exemplo de humanização, transformação e inovação. Entenda-se que compostar é a ação da decomposição da matéria orgânica que gera adubo natural. Assim, compostar é transformar, que é o movimento de passar de uma forma a outra ou de um estado a outro. Dessa forma, transformar é inovar, que é tornar algo novo, renovar, restaurar ou simplesmente fazer algo de forma diferente daquela que era feita. Aquilo que ele explicava acontecia, porque enquanto o monge falava o trabalhador se transformava. As cascas, os restos, a madeira e tudo que é orgânico se transforma. Nós, seres humanos, somos orgânicos e precisamos aprender a nos transformar e a inovar com humanidade. O que fazemos com as emoções? Como transformamos os sentimentos? Perguntas inquietantes que o monge fazia para si mesmo e para o seu ouvinte. Sua reflexão seguia enquanto os dois acrescentavam mais uma camada de restos orgânicos na composteira. A partir dessa conversa a transformação do trabalhador em jardineiro ficava clara para o jardineiro, porque ele entendeu o sentido daquilo que fazia. Cuidar, podar e regar as plantas do jardim passou a ser muito mais do que um trabalho para o jardineiro, tornou-se um modo de vida. Ao entender que o seu trabalho gerava bem estar e qualidade de vida para outras pessoas, o jardineiro se humanizou e se transformou, passando a inovar no jardim do monastério. O jardim está ainda mais lindo!

Enfim, acredito que compostar as nossas emoções e os nossos sentimentos permitirá que transformemos os nossos restos emocionais em adubo que vai nos impulsionar para transformar e inovar com humanidade. Afinal, se somos humanos qual é o sentido de não agirmos com humanidade? Precisamos ser jardineiros para aprender a compostar a vida e seguirmos conectados como humanos.

Ao final da conversa com o Guillermo perguntei quem ele era de verdade. A resposta faz todo o sentido:

– Mais um jardineiro no mundo!

Moacir Rauber

Blog: www.facetas.com.br

E-mail: mjrauber@gmail.com

Home: www.olhemaisumavez.com.br

Inspirado por: Guillermo, “mais um jardineiro no mundo”

ESARH 2020 – Era Digital: O Mundo vai acabar…

Era Digital:

O Mundo vai acabar…

…para quem não se (Re) Humanizar

No caminho do desenvolvimento tecnológico com o avanço da era digital e o surgimento de um mundo virtual, muitas pessoas não encontram sentido nem significado naquilo que fazem e, por isso, muitas vezes deixam de fazer. Desse modo, entendo que a virtualidade presente na era digital é um mundo real. A diferenciação entre real e virtual perde espaço, no entanto, urge ao Ser Humano dar sentido ao seu papel no mundo. Real? Virtual? Digital? Analógico? Pouco importa, porque o Mundo Vai Acabar para aqueles que não se (Re) Humanizarem ao encontrar o sentido daquilo que fazem na sua relação com os outros. Qual é o sentido daquilo que você faz no mundo atual? O que isso representa para a sua organização? E para você?

O SENTIDO daquilo que se faz para si e para os outros começa ao se desenvolver uma visão sistêmica de si mesmo para entender o próprio papel no sistema do qual se faz parte, incluindo a organização em que se trabalha. A tecnologia surgida deveria gerar conforto e segurança num caminho evolutivo que contribuísse para a jornada planetária do Ser Humano. Toda a tecnologia criada fez o mundo migrar de uma era analógica para uma era digital, criou universos virtuais em diferentes áreas e terminou por gerar mais insegurança, ansiedade, medo e desconforto nas pessoas. Deveria ter sido diferente. O conhecimento adquirido pela humanidade, que desencadeou o processo de desenvolvimento tecnológico, provocou também uma crise existencial nunca vista em outras fases na história. Muitas são as mudanças visíveis que aconteceram no mundo a nossa volta e que não foram acompanhadas no mundo que existe dentro de cada um. Por isso, houve uma desconexão que somente pode ser refeita por meio da RECONEXÃO entre a realidade externa e interna de cada indivíduo. E isso vai se dar pela (RE) HUMANIZAÇÃO que permite a que cada um entenda a importância dos seus diferentes papéis sociais e organizacionais a partir de uma visão sistêmica de si mesmo e a interdependência com o sistema integral. O Ser Humano continua Integral na Era Digital. Como resgatar essa integralidade?

Para se alcançar a integralidade do Ser Humano é preciso a (Re) Humanização do indivíduo na sua relação com os sistemas que ele integra, principalmente nas organizações. Para isso, se propõe o círculo do AFETO: a Força da Esperança do Trabalho Orientado para os resultados com amor. Eu AFETO o Mundo. O Mundo me AFETA. Utopia? Não, necessidade. Justamente porque cada vez mais se vive em um mundo digital e virtual em que é importante dar sentido àquilo que se faz. Cabe a cada indivíduo entender que ele afeta o mundo, a sua organização e a sua equipe pela sua ação e ele é afetado pelas ações do outros. Fala-se do afeto substantivo que é a emoção e fala-se do afeto verbo que é a ação. Para se apropriar dessa visão é preciso conhecer o círculo do AFETO: (1) EU ESTOU – o desafio de se estar onde se diz estar é potencializado pelo mundo digital e sua virtualidade, transformando-se num dilema das pessoas e dos profissionais de alto desempenho; (2) EU SOU – muitas pessoas terminam os seus dias sem saber quem são na organização e no mundo; (3) EU CRIO – o resultado daquilo que se cria está ligado a se ter consciência de onde se está e quem se é; e (4) EU MANIFESTO – a competência se revela em como cada um se manifesta no mundo em que se vive, porque deve ser bom estar com quem se é e com aquilo que se cria.

Desse modo, o Mundo Vai Acabar para aqueles que não se (Re) Humanizarem. A importância da Reconexão com a essência humana ao dar significado àquilo que se faz e com quem se faz permitirá que a era digital leve a cada pessoa paz, conforto e harmonia por meio da produtividade e competitividade com Sentido.

Qual é o Sentido daquilo que você faz?

Moacir Rauber

Skype: mjrauber

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Tema do ESARH 2020: www.esarh.com.br