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O dia hoje foi punk!!!

O dia hoje foi punk!!!

A segunda-feira foi um dia muito especial para mim. Fui até um colégio e conversei com dois grupos de alunos sobre o tema do livro Ladrão de Si Mesmo. Impressionante como desde muito cedo as pessoas têm a clara percepção de que são autossabotadores e que são eles próprios os seus maiores inimigos. Por meio da descrição de algumas situações e da realização de poucas perguntas cada um dos jovens começa a identificar os pequenos roubos que cada um comete contra si. Apesar de ter sido realmente muito bom conversar com eles, saí dali exaurido. No almoço encontrei um amigo e comentei da minha experiência. Disse-lhe que estava exausto. Não deu tempo para dizer que estava satisfeito, porque o meu amigo logo complementou:

– É, o meu dia também vai ser de matar…

Parecia ser uma questão de honra que o dia dele também fosse ou seria terrível. E continuou a relatar os desafios para o dia que ele esperava que terminasse logo. Eu o ouvi. Trocamos mais algumas ideias. Depois eu fui para casa e ele seguiu com o seu “dia de matar” com todo o orgulho. Pensando sobre isso, dei-me conta que é muito comum ouvir das pessoas expressões como a do meu amigo, ou àquela que dá título ao texto ou ainda admitir que “eu estou me matando de tanto trabalhar”. A questão que me chama a atenção é que as pessoas não falam disso com pesar. Elas admitem essa realidade insana com orgulho. Parece-me um contrassenso, pois se cada um tem autonomia para determinar os seus compromissos, como é que podem fazer escolhas que os levam ao esgotamento? Como é que podem compor uma agenda com tantos compromissos que lhes afeta a saúde física e mental? Por que as pessoas se envolvem em tantas novas situações que ainda que o dia tivesse quarenta e oito horas não seriam suficientes? E como podem dizer isso com orgulho?

Entendo que muitas pessoas imprimem, ou dizem imprimir, um ritmo de vida acima daquele considerado saudável simplesmente para dar a impressão de serem úteis e importantes. Também me parece que muitas pessoas até gostariam de diminuir o próprio ritmo, mas elas estão presas àquilo que o dinheiro pode comprar que não conseguem abrir mão de trabalhar em exagero para ter mais dinheiro. Por fim, penso que aqueles que vivem num ritmo de vida tão alucinante que os deixa exauridos já numa segunda-feira também são ladrões de si mesmos. Eles roubam de si mesmos a possibilidade de levar uma vida organizada, útil, produtiva e saudável. É possível fazer mais com menos.

Confesso que eu estava cansado logo após as duas intervenções que eu escolhi fazer. Entretanto, revelo que eu estava plenamente realizado após a conclusão do compromisso e faria tudo novamente, principalmente porque foi um trabalho voluntário. A participação sequencial e sem intervalo em dois eventos no dia não tinha a mínima chance de me matar. A participação teve o grande papel de me fazer viver. Pude sentir-me vivo ao constatar que de uma ou outra forma contribuí positivamente para futura boa vida daqueles jovens.

E os seus dias estão sendo punks? O seu ritmo o está matando? Não tenha tanta pressa, pois esse dia chegará. Lembre-se que na verdade todo dia é especial, uma pena que muitas vezes nós não nos damos conta disso.

LIVRO LADRÃO DE SI MESMO!

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