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QUEM É VOCÊ AO SAIR DO QUARTO DOS ESPELHOS?

Imagem criada por COPILOT IA

QUEM É VOCÊ AO SAIR DO QUARTO DOS ESPELHOS?

Havia entrado no quarto dos espelhos, um dos ambientes da casa de quatro ambientes que somos, segundo a analogia do Pe. Eliomar Ribeiro. O quarto dos espelhos representa o Eu Profundo em que tudo que se vê é reflexo de si mesmo, porém não se pode viver ali. Temos que sair de nós mesmos, porque a vida se concretiza na interação com o outro e não na auto centração. Entretanto, o tempo dedicado a genuinamente avaliar-se nos permite sair da superficialidade presente nos estímulos externos e distanciar-nos da mediocridade reinante naqueles que se consideram satisfeitos com a sua vida. Por isso, ao chegar no retiro de silêncio de oito dias, afastei-me dos estímulos externos, mas me confrontei com ruídos internos a partir das perguntas: (1) quais as dimensões de sua vida precisam se expandir? (2) A sua vida necessita de um salto de qualidade? E, (3) na sua vida existe o risco da aventura ou somente o medo asfixiante?

A pergunta sobre as dimensões da minha vida que necessitavam ser expandidas me provocava, porque me colocava frente a minha satisfação com os sonhos alcançados. Entretanto, na sala dos espelhos éramos confrontados com a afirmação de que “nada é mais perigoso do que vidas satisfeitas” (Pe. Eliomar Ribeiro). Uma vida satisfeita nos leva ao descuido com o corpo, a indolência, ao medo, a anular a vontade, a endurecer o coração e a não desenvolver a razão. Uma vida satisfeita nos deixa covardes ao nos contentarmos com aquilo que somos e temos. Assim, no quarto dos espelhos fui levado a olhar para frente e para os lados e saber que cada uma das áreas da minha vida poderia ser expandida: quais as possiblidades que tenho? E você? Não importa a idade, porque todos somente temos o presente. Por isso, o que podemos desenvolver? Se não há nada para expandir, qual é o sentido de estar vivo?

Com isso em mente, a pergunta sobre um salto de qualidade começa a ser respondida. Desse modo, no quarto dos espelhos olhei para trás para verificar como estava usando o meu tempo: o que significa o trabalho para mim? O que representa a minha presença? E, qual é o impacto do meu trabalho e da minha presença nos outros? Se o resultado do trabalho e da presença não impactar positivamente aos outros, a pessoa está centrada em si, desintegrando, dividindo e desumanizando as relações, uma vez que nós somente podemos falar em qualidade de vida na presença do outro.

Por fim, ao responder as perguntas posso olhar para cima e saber que sou parte de algo maior e olhar para baixo sem ter medo de estar sobre alguém. Com cuidado comigo e com o outro a vida deixará de ser um medo asfixiante, abrindo-me para a aventura da vida que está presente na busca constante. Em que consiste a tua busca? 

Ao entendemos que somos parte do todo, alinhamos as nossas intenções e as ações passando a ser inspiração. Dessa maneira, a nossa imaginação nos desperta para a criatividade com a originalidade de sermos únicos. Estudar, aprender e desenvolver a razão faz bem ao corpo e ao coração, uma vez que a vontade que nos move permite contemplar, sentir, despertar e encantar-se com a vida.

Já é momento de olhar para fora do quarto dos espelhos para sair do Eu Profundo. A tua busca é superficial ou profunda? A superficialidade se manifesta pela desumanização do humano em relações fugazes. A profundidade se constrói com pessoas que se comprometem com a lealdade. A tua busca é medíocre ou elevada? A mediocridade está presente no tarefismo sem sentido que nos leva a um vazio vital encontrado nos não-lugares sem compromissos. A elevação se dá pelo cuidado do corpo, o desenvolvimento da razão em harmonia com o coração e no controle das vontades, comprometendo-nos conosco e com o outro. Assim, chegamos ao Espírito!Qual é o sentido da tua vida fora do quarto dos espelhos?

Moacir Rauber

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