PRAZER OU FELICIDADE?

Fonte: IA Gemini

PRAZER OU FELICIDADE?

Os dois conversavam sobre o estilo de vida de cada um. Um estava com sobrepeso considerável, ainda que mantivesse uma rotina de atividade física. O outro poderia ser considerado magro com o físico esbelto e igualmente mantinha um ritmo de atividade física, ainda que não fosse um atleta. Ao conversarem sobre as preferências alimentícias, aquele que estava com sobrepeso perguntou:

– Como você faz para se manter tão em forma?

– Não sei, eu só como quando tenho fome…

– Comer só quando tem fome? Comer é para ser feliz! Exclamou.

Talvez o diálogo revele muito sobre o momento da história humana em que, muitos de nós, vivemos a abundância sem a disciplina e, como crianças, nos lambuzamos com o excesso. Com isso comemos para sermos felizes e não para alimentarmos o corpo numa clara confusão entre prazer e felicidade.

As gerações mais velhas viveram a escassez. Muitas pessoas não tinham energia elétrica e com isso, muitas vezes, não dispunham de água encanada ou água quente para tomar um banho, além de todas as demais comodidades trazidas pela eletricidade. Da mesma forma, um grande número de pessoas tinha poucos recursos para comprar comida, pouca oferta de produtos de consumo, descartáveis ou não, pouca disponibilidade de conexão, pouco acesso às festas e bebidas. A escassez fazia que a disciplina fosse um imperativo em que o consumo se dava de maneira consciente para que o consumido atendesse a necessidade da pessoa e não apenas o desejo. Hoje nos bate à porta a abundância e temos tudo disponível o tempo todo. Ainda que nossa busca como seres humanos seja pela felicidade, nos tornamos viciados nos prazeres imediatos e não importa a geração.

Para sabermos se somos viciados ou não é fundamental entender a diferença entre prazer e felicidade. Por um lado, o prazer está associado as buscas pessoais que são satisfeitas de maneira individual, que têm curta duração, são tangíveis e irracionais, viciantes e podem ser alcançadas pelo consumo de produtos ou substâncias. Por outro lado, a felicidade não se encontra sozinho, porque se necessita uma conexão real. Além do mais, a felicidade é resultado de um processo de longa duração, sendo, geralmente, algo intangível e sublime que não é alcançável com o consumo de produtos e substâncias. Por fim, a felicidade não é viciante, mas se trata de um movimento consciente em direção a algo maior que se queira alcançar, exigindo disciplina.

Dessa forma, a oferta ilimitada de comida pode se transformar num vício ao comermos mais do que necessitamos, gerando ansiedade, angústia e infelicidade. A possibilidade de tomar um drinque todos os dias nos proporciona um prazer imediato, entretanto no médio e longo prazo nos torna alcóolatras. O acesso às redes sociais poderia representar a conexão que nos traria felicidade, entretanto tem se tornado um vício que nos isola dentro da multidão. O acesso irrestrito à produtos e serviços criou um universo de compradores compulsivos que não conseguem saldar as suas dívidas, viciados em compras desnecessárias. Além disso, os jogos e as apostas online que viciam jovens, adultos e idosos, sem exceções. Desse modo, a busca pelo prazer imediato tem sido o inferno das frustrações de médio e longo prazo.

No diálogo inicial, a surpresa da pessoa ao escutar que o outro come quando tem fome, e não para ser feliz, nos traz algumas reflexões. Comer, além de alimentar, pode nos trazer felicidade se compartilhamos um momento sublime. A importância está na conexão com as pessoas, assim como uma refeição em família que nos cria laços de longa duração com memórias afetivas que sobrepassam a barriga cheia. São a experiências com os outros que nos levam em direção à felicidade.

Por isso, a felicidade é um movimento consciente de conexão com o outro, transformando-se em algo sublime e duradouro. Finalmente, a felicidade não é um vício, é uma escolha.

E você, o que faz para caminhar em direção à FELICIDADE?

Moacir Rauber

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VIVA A VIDA, É O DIA DAS MÃES!

Fonte; IA GROK

VIVA A VIDA, É O DIA DAS MÃES!

Domingo é um dia dedicado ao descanso do corpo e da mente, assim como ao cuidado do espírito e da alma. É um dia para pensar e repensar a vida, o seu sentido, a sua finitude e a sua beleza. Desse modo, cultive a vida familiar, cultural e religiosa com a diminuição do ritmo da semana, possibilitando um olhar para dentro de você: qual é a tua busca? Como você vai viver isso?

É nesse momento dedicado a olhar para dentro que se podem reparar as decisões mal tomadas, restaurar as intenções, confirmar as buscas pessoais, reforçar o compromisso com o amor e escolher a compaixão e a bondade nas ações cotidianas a partir da fé, da esperança e da caridade. Tudo isso com a consciência da finitude da vida que nos leva a nos importar com dois momentos: o presente, agora, e o fim, a qualquer hora.

Por isso, convido a que você se sente num local calmo e tranquilo, fique com a coluna ereta, a cabeça erguida e tranquilize a mente. Deixe-se levar pelo movimento da vida. Lembre-se: num momento ela surge, noutro ela termina: você está preparado?

O convite a seguir requer atenção, porque ele vai te colocar frente ao inevitável: a finitude da vida. Não se sabe nem quando e nem onde, mas um dia tudo acaba, tudo para. Você não respira, não enxerga, não ouve e não sente. Lembre-se: “do pó viemos e ao pó voltaremos…”.

Ter a consciência da finitude da nossa vida nos prepara para diminuir nossas ansiedades, nossos desassossegos, nossos temores, nossos sofrimentos e nossos medos. É um convite para mudar a perspectiva ao se indagar: qual é a importância daquilo que me inquieta?

Pense nas tuas inquietudes e avalie: são elas relevantes após a minha existência? Se sim, cuide-as, porque serão o teu legado. Não tem importância nenhuma? Descarte-as porque é um peso que não precisa ser carregado. São elas importantes num espaço de tempo mediano? Preste atenção, porque pode se estar falando de resultados. Não tem importância nenhuma no curto e no médio prazo? Deixe-as, porque provavelmente é o teu ego incomodado.

Por isso, tradicionalmente o domingo é um dia para se dedicar a olhar para dentro. Para aqueles que são cristãos é feito o convite de ir à missa ou ao culto para igualmente se indagar: o que representam as minhas inquietudes no confronto com a realidade de uma vida que um dia termina?

Agora o convite é para viver a vida!

Traga para à sua mente uma imagem que te pareça linda, uma paisagem ou o sorriso de uma pessoa que você ama. Desfrute!

Lembre-se de um som alegre, como a risada de alguém, as ondas do mar, uma música, o canto de um pássaro ou outro som que você goste. Deleite-se!

Toque algo que está perto de você com a sua mão. Pode ser um objeto ou mesmo a sua perna, o seu rosto ou as suas mãos entrelaçadas. Pense no milagre que são os sentidos. Maravilhe-se!

Avance para o fenômeno indescritível de sentir a suave fragrância de uma flor, o cheiro de uma comida que você gosta ou o perfume inexplicável presente no abraço de uma criança. Deslumbre-se!

E o paladar? Você consegue trazer à sua mente o sabor de algo que você gosta muito? Como explicar tudo isso? É o Milagre da vida, da tua vida. Aproveite-o!

Um momento para desenvolver a compaixão e exibir a bondade com a responsabilidade de quem sabe que o beijo da morte é o sopro da vida.

Viva a Vida com a consciência de que, assim como eu, o outro é sagrado. Por isso, maravilhe-se com os pequenos grandes milagres, deleite-se com a beleza infinita da criação, esteja no comando das próprias escolhas, descalce-se dos julgamentos e lembre-se: você está no comando sempre que Deus está presente!

FELIZ DIA DAS MÃES!

Moacir Rauber

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Inspirado: Anthony de Mello, S. J.

VOCÊ SE CASARIA CONSIGO MESMO?

Fonte: BING IA

Você se casaria consigo mesmo?

Minha esposa e eu fazemos leituras conjuntas e terminamos de ler o livro “A liberdade é uma escolha” de Edith Egger. Entre as reflexões, ela faz a pergunta: você gostaria de ser casado com você mesmo? Estávamos frente a frente e a pergunta era dirigida para cada um de nós. Muitas vezes, quando fazemos uma formação de desenvolvimento pessoal pensamos: “quem deveria estar aqui é minha esposa”, ou ainda meu pai, meu colega de trabalho, meu chefe ou meu empregado, entre outros exemplos. Entretanto, a pergunta era individual e não havia margem para que fosse dirigida ao outro. Era essencial responder.

Avançando para outros papéis, poderia perguntar-me: eu gostaria de ser o meu líder na empresa em que trabalho? Ou ainda, eu me contrataria como colaborador e como eu seria sendo meu colega?

Primeiro, ao pensar como seria a minha conduta como chefe ou líder, é essencial fazer o exercício de encontrar as qualidades e as competências dele esperadas e quais delas disponho. Para um líder é fundamental ter uma visão estratégica do negócio em que se atua para ter um conjunto de informações que permitam tomar as decisões mais acertadas, assim como é relevante exibir a competência da adaptabilidade no atual cenário. Igualmente, é esperado de um líder a empatia, a integridade e a resiliência num mundo cada vez mais disruptivo, mantendo-se alinhado com os valores individuais e as diferentes necessidades. Além disso, para ser um bom líder é importante se avaliar sobre as competências comunicacionais, o modelo inspiracional e motivacional que se representa, assim como se o comportamento demonstrado é capaz de desenvolver talentos e gerir conflitos. Você gostaria de ser o seu líder? Ao fazer este exercício voltado para si mesmo com respostas autênticas podemos facilmente concluir que existem competências a serem desenvolvidas e que, talvez, o meu líder tenha muitas delas.

Da mesma forma, não importa a função que você exerça, pergunte-se: você se contrataria como colaborador? Você se escolheria como colega? A autenticidade da resposta pode nos dar muitos indícios sobre a nossa situação atual e os caminhos a seguir na nossa jornada organizacional. Assim, ao responder a essas perguntas posso obter respostas sobre as minhas competências de proatividade, deassunção de responsabilidades e de conduta que me permitem ser um bom colega com capacidades adaptativas nos trabalhos colaborativos exigidos numa equipe. Além disso, nos permite ver se estamos abertos a aprender, avaliando as habilidades comunicacionais frente às divergências para buscar resultados positivos nos potenciais conflitos. Por fim, ao pensar se me contrataria ou me escolheria como colega, faço uma autoavaliação do meu comportamento ético, considerando ética aquilo que fazemos ainda que não sejamos vigiados.

Enfim, líder ou liderado é essencial ser um Ser Humano melhor.

Assim, voltando a pergunta proposta por Egger sobre ser casado consigo mesmo, as questões orientativas propostas podem ser levadas para as relações em outras esferas. Gostaria de ser o meu pai? Em alguns pontos sim em outros nem tanto. Como me reconheço como filho e irmão? Como filho minhas escolhas não foram sempre acertadas e como irmão ainda posso melhorar. São questões dirigidas a mim que me fazem pensar e repensar as atitudes em diferentes domínios das minhas relações pessoais, inclusive como amigo. Sou um bom amigo? Mais uma pergunta que me permite mudar comportamentos. Por fim, indagar-se sobre quais as competências são essenciais para manter uma relação saudável ou sobre comportamentos que podem manter um casamento, a motivação dos liderados ou a relação com o líder pode fazer a diferença.

Desse modo, parar e pensar sobre as perguntas propostas para a área organizacional pareceu-me fácil, porque respondê-las estando em frente ao cônjuge foi desafiador. Contudo, foi um momento de conversa autêntica e reveladora em que, sinceramente, ainda não sei se casaria comigo, mas fico feliz que a minha esposa tenha me escolhido, deixando-me o compromisso de melhorar como pessoa.

Moacir Rauber

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Cada momento…

Fonte: IA Gemini

Cada momento…

Um monge foi condenado à morte e tinha vinte quatro horas antes da execução. O rei que o havia condenado, perguntou:

– Como você vai viver as tuas últimas horas?

O monge respondeu:

– Exatamente como vivi a minha vida, momento a momento.

A resposta traz em si a revelação da simplicidade da vida, porque somente se pode viver o presente, o único tempo que temos. Entretanto, muitas vezes, ficamos absortos no passado e nos esquecemos de atuar no presente. Outras vezes, olhamos tanto para o futuro que igualmente descuidamos do presente. Escutei a reflexão num áudio de Jorge Nardi, que não traz nada de novo, porém parece que repetidamente temos que ouvir para que vivamos o presente.

O que fazer para viver no presente respeitando o passado? Por um lado, acredito que o passado não resolvido, muitas vezes, nos bate à porta e isso acontece porque não estivemos tão presentes no passado. Por outro lado, penso que devemos usar o passado ao respeitar e aproveitar o conhecimento, a sabedoria, os costumes e as tradições que nos trouxeram até o presente.

Como viver no presente sem descuidar do futuro? Por um lado, é essencial traçar objetivos e metas para o futuro estando presente no presente. Igualmente, é indispensável estar absorto de corpo e alma em cada atividade que represente os objetivos e as metas, assim como tarefas, incumbências, responsabilidades, ou iniciativas em que se participe. Da mesma forma, no cotidiano é fundamental estar presente. Ao tomar o café da manhã desfrute do sabor, do aroma e da presença de quem te acompanha no momento, deixando de lado os estímulos externos a que estamos expostos. Ao conversar com outra pessoa esteja presente, evitando as distrações presentes nas tentações de responder antes mesmo de escutar. Ao participar de um empreendimento, ao realizar um trabalho ou tomar uma iniciativa entregue a sua presença com ações inteiras com a real intenção de estar onde se está.

Desse modo, com o exercício da presença integral no presente diminuímos a tristeza e a ansiedade. A tristeza, em geral, tem origem no passado ocasionada pelos arrependimentos, culpas e apegos a uma realidade que não existe mais. Cabe a nós fazermos o movimento de sair do passado para estar presentes aqui e agora. A ansiedade nada mais é do que a preocupação excessiva e os medos de eventos que não aconteceram, tirando-nos do presente e levando-nos para um mundo que não existe, o futuro. Enfim, o único momento que temos é o presente, portanto, ninguém tem vinte e quatro horas.

Por fim, o rei se aproximou do monge condenado à morte para entendê-lo melhor. O monge ainda fez alguns comentários, indagando ao rei se ele conhecia alguém que podia viver dois momentos simultâneos, assim como se tinha notícias de alguma pessoa que esteve presente em dois lugares ao mesmo tempo. O monge finalizou dizendo que eram as pessoas que fisicamente estavam num lugar com a mente e a alma em outro que não conseguiam estar no presente. Assim, viviam num estado de tristeza por um passado que já não existe e numa ansiedade constante por um futuro que não se sabe se virá. O rei o escutava com atenção e interesse, estando, finalmente, presente no presente.

E você, em qual mundo vive? O bom humor ajuda a estar presente…

Oração do bom humor

(São Tomás Moro)

Senhor, dai-me uma boa digestão, mas também algo para digerir.

Concede-me a saúde do corpo, com o bom humor necessário para mantê-la.

Dai-me, Senhor, uma alma simples, que saiba aproveitar tudo o que é bom e puro para que não se assuste diante do pecado, mas encontre o modo de colocar de novo as coisas em ordem.

Concede-me uma alma que não conheça o tédio, as murmurações, suspiros e lamentos, e não permitais que eu sofra excessivamente por esse ser tão dominante que se chama “Eu”.

Dai-me, Senhor, senso de humor!

Concede-me a graça de compreender as piadas, para que conheça na vida um pouco de alegria e possa comunicá-la aos demais.

Amém.

Fonte IA Grok

Papa Francisco fez a oração nos últimos 40 anos.

Moacir Rauber

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PÁSCOA, TEMPO DE SE ESVAZIAR!

Fonte: IA COPILOT

PÁSCOA, TEMPO DE SE ESVAZIAR!

Os eventos nas áreas organizacionais, que têm os seus palestrantes e conferencistas, as peças de teatro, que têm os seus atores, ou os filmes, que têm as suas estrelas, são convites para que essas pessoas se encham de si mesmo. Algo assim aconteceu comigo na semana passada.

Após uma participação como palestrante num evento com a presença de mil pessoas na plateia, a vaidade procurou ocupar o seu espaço. Logo após o término da palestra os cumprimentos pelo bom desempenho e os elogios me levavam a me encher de mim mesmo ao embebedar o meu ego. Esses são alguns dos riscos a que se está exposto ao representar um papel ou fazer uma palestra como especialista sobre um tema comum a todos. As dores e os sofrimentos, assim como as alegrias e as realizações relatadas todos as tiveram e acontece a identificação de cada um com o conteúdo abordado. Por isso, as pessoas se aproximavam e diziam, Parabéns, foi sensacional ou Você é incrível.  O que fazer para não se encher de si mesmo dando lugar a vaidade? Como a Páscoa pode nos ajudar?

Vive-se um tempo que somos incentivados a cuidar da autoestima para ter uma boa percepção e uma autoavaliação positiva de nós mesmos, levando-nos a ser mais produtivos e a manter relações satisfatórias no ambiente de trabalho e fora dele. Uma boa autoestima favorece a que se desenvolva a fortaleza emocional, afastando-nos do vitimismo que nos paralisa. Portanto, a autoestima é essencial para que desenvolvamos os sentimentos de valor, pertencimento e confiança e nos apropriemos da competência que temos, assim como nos mantenhamos estimulados a desenvolver as competências que ainda não exibimos. Aqui acredito que há um ponto de inflexão. A autoestima estimulada, defendida e aprendida tem avançado para a visão de “auto me estimo” a tal ponto que muitas pessoas transformam valor em soberba, pertencimento em propriedade e confiança em arrogância. Desse modo, entendo que a Páscoa, com toda a sua tradição cristã, pode nos ajudar a que nos esvaziemos um pouco de nós mesmos para reconhecer que o outro é igual a mim.

Portanto, voltando aos elogios recebidos pela palestra dada, fiquei feliz pelo valor que representou para o outro, porém com a consciência de não me transformar em soberbo ao acreditar ser melhor do que qualquer pessoa. Igualmente me deixou contente que parte das reflexões repercutiram no outro para que ele se aproprie da própria vida, com o sentimento de pertencimento sem ser propriedade nem proprietário de ninguém. Por fim, os elogios recebidos me deixaram genuinamente agradecido, alertando-me para que a confiança exibida em determinadas situações não se transforme em arrogância. Ao sair do palco e retomar a própria vida a confiança deve resultar em ações para que o pertencimento e o próprio valor sejam reconhecidos. Mais uma vez vem o convite para se esvaziar de si mesmo.

Por fim, entendo que as atividades que nos põe em evidência e em destaque, como atores, cantores, palestrantes, entre outros, são um convite para à vaidade. Entende-se vaidade como a sobre valorização da aparência física ou das qualidades intelectuais a partir do reconhecimento dos outros, assim como a “qualidade do que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória” (Dicionário Oxford). No momento de receber os elogios, sempre agradeço com autenticidade, porém faço o exercício de me manter em alerta, porque eu sei quem eu sou. O que é ilusório em tudo isso? A história contada é passado, o meu desafio é no presente. Assim sendo, esvaziar-se de si mesmo é um exercício diário e vitalício, nem sempre fácil, de não permitir que o ego faça com que você se encha de si mesmo.

Finalmente, a Páscoa é um convite para que cada um se esvazie um pouco de si, assim como Jesus se esvaziou de sua divindade para resgatar a nossa humanidade.

FELIZ PÁSCOA!

Moacir Rauber

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ANTES DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL… VOCÊ!

Fonte: IA Copilot

Antes da IA… Você!

As pessoas estão em polvorosa para saber como usar a inteligência artificial (IA), independentemente da função que se exerça na organização. O uso da IA já está disseminado nos algoritmos de indicação, sugestão e recomendação de produtos e serviços no comércio eletrônico, serviços de streaming e nos buscadores da internet. Entretanto, para o uso pessoal ainda estamos tateando para dar sentido ao seu uso, sem que isso represente uma diminuição de nós mesmos ao não diferenciar uma ferramenta externa do nosso ambiente interno. (1) Posso ser um líder inovador usando a IA? (2) Faz parte da transformação digital o uso da IA? (3) Qual o impacto social do uso da IA no ambiente organizacional?

Independentemente da função, cada um pode ser um líder a partir da transformação digital com consequentes impactos sociais. Entretanto, o uso da IA não é uma garantia de que seja inovador, porque a IA é uma ferramenta, ela não é você. Por isso, para desenvolver a competência de ser um líder inovador é necessário estar aberto para a troca de ideias num ambiente flexível em que experimentar é uma opção em meio ao caos. A transformação digital é a capacidade de abraçar novas tecnologias, incluindo a IA, para melhorar desempenho e reformular processos, aplicável em qualquer função. Por fim, o impacto social daquilo que se faz, ou não, com a tecnologia e com a inovação que se produz deve nortear o trabalho a partir da consciência social da não exclusão, da equidade e do bem-estar resultantes das ações individuais e organizacionais.

Desse modo, a IA é uma ferramenta que vai produzir impactos sociais no nosso ambiente organizacional com reflexos na sociedade. Por isso, antes da IA, pergunte-se: qual o impacto social da minha atuação como líder na função que exerço? Aqui trazemos um olhar para as características pessoais da fragilidade, da força e da anti-fragilidade (Taleb) como conceitos que nos ajudam a tomar consciência de nosso papel para melhorar no caos.

O caos parece instalado com a chegada da IA, entretanto, entenda-se que o caos não é a ausência de ordem, mas a existência de variadas ordens. Nesse cenário é essencial estar consciente da própria fragilidade para não quebrar, como um copo de cristal; ter o discernimento da força para não ser resistente ao novo, impedindo-nos de evoluir como uma rocha; e desenvolver a anti-fragilidade para resistir ao estresse do caos, tornando-se mais forte pela prática e exercício, adaptando-se como um músculo ou o cérebro.

Nassim Nicholas Taleb reforça, no livro “Anti-Frágil, coisas que se beneficiam com o caos”, a importância de que reconheçamos a nossa fragilidade para podermos nos prevenir dela: não gosto de incertezas ou de variações? Conhecer as próprias fragilidades nos ajuda a adotar medidas para que nos adaptemos àquilo que precisamos mudar. No outro lado, a força marcada pela robustez que não quebra, porém não evolui e não muda com os impactos, representa a estagnação pessoal. Pergunte-se: estou evoluindo ou apenas sobrevivendo? Responder a essa questão nos dará a dimensão das mudanças que posso fazer. Por fim, chegamos a anti-fragilidade como aquele que sabe resistir no momento certo e ser flexível quando necessário, beneficiando-se do caos ficando mais forte. Enquanto a resiliência se refere a capacidade de voltar ao estado original após sofrer um impacto, o anti-frágil volta melhor após o impacto. Enfim, ao tomarmos a consciência de que a mudança e a incerteza são as constantes que darão o ritmo no nosso ambiente, desenvolver a anti-fragilidade é uma característica determinante no nosso futuro.

Desse modo, cabe a nós estarmos preparados para sairmos melhor frente aos impactos dos eventos não previsíveis que vão nos alcançar.

Por fim, a IA permite que você seja um líder inovador, assim como a transformação digital é uma escolha que vai gerar impacto social no seu ambiente. Antes, porém, desenvolva a sua anti-fragilidade e pergunte-se: o mundo vai ser melhor com isso?

Antes da IA, olhe para você!

Moacir Rauber

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SEM TEMPO PARA VIVER!

Fonte: BING IA

Sem tempo para viver!

Ainda é comum encontrar pessoas que falam dos seus compromissos que se atropelam na agenda. Geralmente estão estressados pelo excesso de trabalho, pelas inúmeras reuniões, pelas tarefas que se acumulam e assim sucessivamente. Quase sempre terminam dizendo:

– Não aguento mais o ritmo que tenho…

Esse tipo de comentário me provoca um pouco de graça, porque, afinal, quem assume ou não os próprios compromissos? Alguém pode dizer que é a secretária ou o chefe, mas a decisão final é individual. A outra reação é de preocupação, porque muitos vivem a rotina do excesso de atividades, resultando no estresse que culmina em doenças físicas e mentais. Talvez, por isso, a saúde mental tenha se transformado num dos temas mais falados nos meios organizacionais e empresariais. O que fazer para diminuir a incidência do estresse negativo que afeta a tantas pessoas nos ambientes corporativos?

Não há uma só resposta para um problema tão complexo, mas atender as necessidades é o que move cada ser humano e a comunicação afetiva é uma ferramenta.

Por um lado, as pessoas têm a necessidade de subsistência, como o abrigo e o alimento, atendida pelo trabalho. Igualmente, elas também têm a necessidade de descanso, representadas pelo equilíbrio e a harmonia que devem ser encontradas no ambiente de trabalho para que possam descansar. Desse modo, é um desafio para os gestores que precisam criar um ambiente em que a produtividade esteja alinhada com o tempo disponível para alcançá-la. Após esse alinhamento, é essencial que cada indivíduo que integre a organização tenha clareza sobre o sentido daquilo que ele faz. Qual é o impacto na vida dos outros a realização do meu e do seu trabalho? Entendo que a partir dessa clareza cada um deve ter a autonomia, que igualmente é uma necessidade individual, para ter uma agenda compatível com a sua capacidade produtiva num ambiente de segurança psicológica gerada pela confiança. Cada um de nós precisa tempo para viver, e a comunicação afetiva pode contribuir.

Portanto, uma agenda compatível com as próprias capacidades faz com que as pessoas atendam outras necessidades, como a liberdade, o afeto, o reconhecimento, o pertencimento e a conexão que contribuem para a transformação saudável do ambiente organizacional. Dessa perspectiva, as pessoas poderão desenvolver-se mais, apropriando-se de ferramentas e recursos produzidos pelo conhecimento humano, como a IA, para o beneficio comum numa organização que não tem lados.

Enfim, precisamos de tempo para viver e a comunicação afetiva pode ser um recurso, porque ninguém pôde nascer por nós, assim como ninguém poderá morrer por nós. Essa consciência nos leva a um processo de comunicação afetiva em que nos ocupamos em acolher os outros por meio de sons que se propagam como ondas suaves e que nos conectam ao outro. Nessa proposta, o “não” para o outro é um “sim” para si mesmo com a tranquilidade de quem tem a segurança psicológica produzida pela confiança existente no ambiente. Destaque-se: “nas relações não é o grito que ressoa mais forte, mas o sussurro que acolhe nos transforma”. Essa é a natureza da comunicação afetiva que nos permite desenvolver o sentimento de pertencimento em que a nossa empresa é o nosso chão, conectando com as pessoas em que o horizonte é o limite da transformação. Finalmente, a consciência da unicidade da vida nos leva a desenvolver a competência da comunicação afetiva expresso no conceito de ser ambivertido (Daniel Pink). Nele, aproveitamos o melhor de nossa parte introvertida, assim como do nosso lado extrovertido ao saber calar no momento de calar e de falar no momento de falar.

Desse modo, não tem sentido que alguém tenha que morrer para ter as suas necessidades de subsistência e de descanso atendidas. Concluo com a ideia da interdependência com a consciência de que não somos tão importantes a ponto de que o mundo não exista sem nós, mas somos sim relevantes para que o mundo seja do jeito que é simplesmente porque existimos nele.

Para isso, cada um precisa de tempo para viver!

Moacir Rauber

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Do EGO para o ECO!

Do EGO para o ECO!

Parece que ainda escuto o meu amigo falando sobre os projetos esportivos para resgatar os valores humanos entre os jovens. Ele pensava na disciplina do esporte como o exercício da liberdade de fazer aquilo que se escolheu fazer a partir do senso de pertencimento para transformar a realidade dos jovens a partir de conexões saudáveis.

Era o ano de 2010 na cidade de Pelotas e eu conversava com Oguener Tissot, que sonhava em transformar a cidade num polo de remo olímpico no Brasil. Existia um clube de remo na cidade com poucos sócios e participação menor ainda.  Mesmo assim, o meu amigo começou um projeto chamado Remar para o Futuro. Recebia algum apoio privado e público, embora enfrentasse a resistência de muitos que criticavam as suas inciativas.

Em 2013 ele começou uma escola de remo associada ao Clube Centro Português e alguns anos depois ele havia transformado o sonho em realidade. Passou a ser referência nacional na prática do Remo Olímpico como esporte de alto rendimento, sendo considerado um dos melhores técnicos do esporte no país, além de ser o principal criador de novos talentos. Muitos dos jovens de Pelotas passaram a integrar os grandes clubes de remo do Brasil, além da seleção brasileira. Outros tantos usaram os valores do remo para transformar dificuldades em oportunidades pelas novas conexões estabelecidas. Os jovens haviam desenvolvido o sentido de pertencimento a algo maior do que eles.

Entretanto, a vida nos reserva surpresas. No dia 20 de outubro de 2024 a jornada do meu amigo (e sua equipe) terminou aos 43 anos de forma trágica num acidente de repercussão nacional. Pergunto:

– Qual foi o ECO deixado pelo meu amigo?

Ecoam nas pessoas o trabalho, a jornada, as iniciativas, os movimentos, a dedicação, o esforço, a luta, o amor e a presença, sentida na sua ausência, a partir das obras realizadas e dos projetos que vão seguir.

Por que tantos ECOS? Porque o meu amigo soube migrar do EGO para o ECO. Ocupou-se de si com a consciência de que o reflexo seria positivo para os outros. Ainda que pudesse ter trabalhado em projetos economicamente mais lucrativos, ele escolheu trilhar o caminho da vocação numa nítida transição do individual para o coletivo que garantem mais ECO do que exaltam o EGO.

Tive o privilégio de acompanhar o trabalho realizado na Escola de Remo Tissot, que ultrapassou as fronteiras da cidade e do país. O ECOS deixados pelo meu amigo se constituem num dos mais belos exemplos de empreendedorismo em que o lucro foi gigantesco para todos os envolvidos. O meu amigo viveu o seu sonho? Viveu o sonho e viveu do seu sonho, porque o sustento da sua vida vinha da atividade que realizava. Ele fazia o que gostava? Sim, assim como se esforçava para fazer aquilo que deveria ser feito.

Enfim, onde estão os ECOS do meu amigo que já não está mais conosco? Eles estão por todos os lados, porque na sua atividade ele se ocupava da integralidade dos jovens que com ele treinavam. Ele estimulava o desempenho físico e mental por meio das atividades do remo e da frequência escolar, além de ter presente a dimensão espiritual em que somos parte de algo maior do que nós mesmos. Com isso, fazia nascer dentro de cada um dos seus alunos o sentido de pertencimento à equipe, ao clube, ao esporte, à comunidade, ao país e à humanidade. Desse modo, o meu amigo deixou ECOS de pertencimento a partir de pessoas integrais que entenderam a relação de interdependência entre os indivíduos. São o ECOS das conexões que mantém uma organização ou um sonho vivo, ainda que o seu idealizador já não esteja aqui.

Finalmente, ao migrar do Ego para o Eco Oguener Tissot deixa Ecos de amor, de compromisso, de luta, de fé e de amizade naturais em quem transformou o mundo a sua volta com a força do pertencimento, resultado das conexões humanas.

Moacir Rauber

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Oguener Tissot (In Memoriam)

QUAL É O SEU PODER?

Fonte: IA COPILOT

Qual é o seu Poder?

Somos levados a acreditar que ao exercer uma determinada função, pública ou privada, temos poder. Em parte, é verdade. Entendamos poder como a habilidade de influenciar a conduta daqueles com quem convivo. Entretanto, muitas pessoas se apegam ao poder como uma prerrogativa, tornando-se soberbos e arrogantes, embora o poder deva demandar serviço, exigindo humildade e responsabilidade. Desse modo, exercer o poder de influência pede que uma intenção honesta esteja alinhada com ações transparentes em que o resultado seja positivo para os envolvidos. Esse entendimento nos leva ao exercício do poder responsável, em que se tem a clareza de que se trata de poder com as pessoas, pelas pessoas e para as pessoas. Por isso pergunto: qual é o meu poder sem as pessoas?

A pergunta traz a memória a reflexão de um autor anônimo que oferece dicas sobre o poder.

“A soberba e a arrogância são formas particulares de deficiência que costumam afetar governantes, diretores, funcionários públicos, mas também porteiros, motoristas de ônibus e quase todos aqueles infelizes mortais que de repente se deparam com uma mísera cota de poder. Aqui estão alguns conselhos para não cair na tentação do poder. Vá para uma área rural e escolha um campo que lhe agrade. Ao anoitecer, desnude-se. Em seguida, atravesse a cerca de arame com cuidado para não perder nenhum dos atributos do poder e caminhe até sentir que está no meio da solidão mais absoluta. Uma vez lá, levante a cabeça para o céu e olhe as estrelas. Naquele instante, você, visto no espaço, deve ser algo como um vírus instalado em uma bola de futebol. Pense, então, que você está parado sobre um minúsculo planeta que gira ao redor do sol e que o sol não é mais do que uma pequena estrela entre milhões de estrelas que formam a nossa galáxia. Lembre-se, além disso, existem milhões de galáxias que, há milhões de anos, giram pelo espaço. Depois de fazer isso, coloque as mãos na cintura fazendo com que os braços tenham a forma de um jarro numa atitude desafiadora ou adote qualquer outra postura que lhe pareça suficientemente adequada para expressar o imenso poder que você tem. Logo, inchando as veias do pescoço, grite com toda a voz que conseguir reunir naquele momento: “Eu sou verdadeiramente poderoso”. Em seguida, espere para ver o resultado. Se perceber que algumas estrelas tremem, não se preocupe muito, é Deus que às vezes não consegue segurar o riso.”

A reflexão nos traz de volta à realidade individual. Por mais respeitável que possa parecer a função que ocupo ou que os bens que possuo possam me fazer crer o importante que sou, somos pequenos e somos dependentes dos outros. Ainda assim, todos temos poder.

Portanto, entendo que todo o poder que eu tenha somente faz sentido se for para servir com responsabilidade e humildade no reconhecimento de minha dependência. Há uma interdependência entre as pessoas, entretanto, eu como indivíduo sou muito mais dependente do que interdependente. Sei que a minha organização sem a minha presença existe, eu sem ela fico desempregado. Lembro que a minha família sem a minha presença existe, eu sem ela estou sozinho. Constato que a humanidade sem a minha existência segue o seu caminho, eu sem ela desapareço.

Por isso, o poder em si não é bom nem mau, depende de como o exercemos. Acredito que devemos assumir o poder de influência que temos para servir de modelo para os nossos filhos; para servir de inspiração para os nossos liderados; ou para servir de incentivo para as pessoas com as quais convivo. Todos temos nossa cota de poder, porém somente no servir eliminamos essa forma particular de deficiência presentes na soberba e na arrogância em que acreditamos que o poder nos dá prerrogativas. É no servir que o poder se torna humilde e responsável em que afetamos o mundo com afeto.

“Eu vim não para ser servido, mas para servir” (Mc 10:45).

Moacir Rauber

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