
Cada momento…
Um monge foi condenado à morte e tinha vinte quatro horas antes da execução. O rei que o havia condenado, perguntou:
– Como você vai viver as tuas últimas horas?
O monge respondeu:
– Exatamente como vivi a minha vida, momento a momento.
A resposta traz em si a revelação da simplicidade da vida, porque somente se pode viver o presente, o único tempo que temos. Entretanto, muitas vezes, ficamos absortos no passado e nos esquecemos de atuar no presente. Outras vezes, olhamos tanto para o futuro que igualmente descuidamos do presente. Escutei a reflexão num áudio de Jorge Nardi, que não traz nada de novo, porém parece que repetidamente temos que ouvir para que vivamos o presente.
O que fazer para viver no presente respeitando o passado? Por um lado, acredito que o passado não resolvido, muitas vezes, nos bate à porta e isso acontece porque não estivemos tão presentes no passado. Por outro lado, penso que devemos usar o passado ao respeitar e aproveitar o conhecimento, a sabedoria, os costumes e as tradições que nos trouxeram até o presente.
Como viver no presente sem descuidar do futuro? Por um lado, é essencial traçar objetivos e metas para o futuro estando presente no presente. Igualmente, é indispensável estar absorto de corpo e alma em cada atividade que represente os objetivos e as metas, assim como tarefas, incumbências, responsabilidades, ou iniciativas em que se participe. Da mesma forma, no cotidiano é fundamental estar presente. Ao tomar o café da manhã desfrute do sabor, do aroma e da presença de quem te acompanha no momento, deixando de lado os estímulos externos a que estamos expostos. Ao conversar com outra pessoa esteja presente, evitando as distrações presentes nas tentações de responder antes mesmo de escutar. Ao participar de um empreendimento, ao realizar um trabalho ou tomar uma iniciativa entregue a sua presença com ações inteiras com a real intenção de estar onde se está.
Desse modo, com o exercício da presença integral no presente diminuímos a tristeza e a ansiedade. A tristeza, em geral, tem origem no passado ocasionada pelos arrependimentos, culpas e apegos a uma realidade que não existe mais. Cabe a nós fazermos o movimento de sair do passado para estar presentes aqui e agora. A ansiedade nada mais é do que a preocupação excessiva e os medos de eventos que não aconteceram, tirando-nos do presente e levando-nos para um mundo que não existe, o futuro. Enfim, o único momento que temos é o presente, portanto, ninguém tem vinte e quatro horas.
Por fim, o rei se aproximou do monge condenado à morte para entendê-lo melhor. O monge ainda fez alguns comentários, indagando ao rei se ele conhecia alguém que podia viver dois momentos simultâneos, assim como se tinha notícias de alguma pessoa que esteve presente em dois lugares ao mesmo tempo. O monge finalizou dizendo que eram as pessoas que fisicamente estavam num lugar com a mente e a alma em outro que não conseguiam estar no presente. Assim, viviam num estado de tristeza por um passado que já não existe e numa ansiedade constante por um futuro que não se sabe se virá. O rei o escutava com atenção e interesse, estando, finalmente, presente no presente.
E você, em qual mundo vive? O bom humor ajuda a estar presente…
Oração do bom humor
(São Tomás Moro)
Senhor, dai-me uma boa digestão, mas também algo para digerir.
Concede-me a saúde do corpo, com o bom humor necessário para mantê-la.
Dai-me, Senhor, uma alma simples, que saiba aproveitar tudo o que é bom e puro para que não se assuste diante do pecado, mas encontre o modo de colocar de novo as coisas em ordem.
Concede-me uma alma que não conheça o tédio, as murmurações, suspiros e lamentos, e não permitais que eu sofra excessivamente por esse ser tão dominante que se chama “Eu”.
Dai-me, Senhor, senso de humor!
Concede-me a graça de compreender as piadas, para que conheça na vida um pouco de alegria e possa comunicá-la aos demais.
Amém.

Papa Francisco fez a oração nos últimos 40 anos.
Moacir Rauber
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