Cada momento…

Fonte: IA Gemini

Cada momento…

Um monge foi condenado à morte e tinha vinte quatro horas antes da execução. O rei que o havia condenado, perguntou:

– Como você vai viver as tuas últimas horas?

O monge respondeu:

– Exatamente como vivi a minha vida, momento a momento.

A resposta traz em si a revelação da simplicidade da vida, porque somente se pode viver o presente, o único tempo que temos. Entretanto, muitas vezes, ficamos absortos no passado e nos esquecemos de atuar no presente. Outras vezes, olhamos tanto para o futuro que igualmente descuidamos do presente. Escutei a reflexão num áudio de Jorge Nardi, que não traz nada de novo, porém parece que repetidamente temos que ouvir para que vivamos o presente.

O que fazer para viver no presente respeitando o passado? Por um lado, acredito que o passado não resolvido, muitas vezes, nos bate à porta e isso acontece porque não estivemos tão presentes no passado. Por outro lado, penso que devemos usar o passado ao respeitar e aproveitar o conhecimento, a sabedoria, os costumes e as tradições que nos trouxeram até o presente.

Como viver no presente sem descuidar do futuro? Por um lado, é essencial traçar objetivos e metas para o futuro estando presente no presente. Igualmente, é indispensável estar absorto de corpo e alma em cada atividade que represente os objetivos e as metas, assim como tarefas, incumbências, responsabilidades, ou iniciativas em que se participe. Da mesma forma, no cotidiano é fundamental estar presente. Ao tomar o café da manhã desfrute do sabor, do aroma e da presença de quem te acompanha no momento, deixando de lado os estímulos externos a que estamos expostos. Ao conversar com outra pessoa esteja presente, evitando as distrações presentes nas tentações de responder antes mesmo de escutar. Ao participar de um empreendimento, ao realizar um trabalho ou tomar uma iniciativa entregue a sua presença com ações inteiras com a real intenção de estar onde se está.

Desse modo, com o exercício da presença integral no presente diminuímos a tristeza e a ansiedade. A tristeza, em geral, tem origem no passado ocasionada pelos arrependimentos, culpas e apegos a uma realidade que não existe mais. Cabe a nós fazermos o movimento de sair do passado para estar presentes aqui e agora. A ansiedade nada mais é do que a preocupação excessiva e os medos de eventos que não aconteceram, tirando-nos do presente e levando-nos para um mundo que não existe, o futuro. Enfim, o único momento que temos é o presente, portanto, ninguém tem vinte e quatro horas.

Por fim, o rei se aproximou do monge condenado à morte para entendê-lo melhor. O monge ainda fez alguns comentários, indagando ao rei se ele conhecia alguém que podia viver dois momentos simultâneos, assim como se tinha notícias de alguma pessoa que esteve presente em dois lugares ao mesmo tempo. O monge finalizou dizendo que eram as pessoas que fisicamente estavam num lugar com a mente e a alma em outro que não conseguiam estar no presente. Assim, viviam num estado de tristeza por um passado que já não existe e numa ansiedade constante por um futuro que não se sabe se virá. O rei o escutava com atenção e interesse, estando, finalmente, presente no presente.

E você, em qual mundo vive? O bom humor ajuda a estar presente…

Oração do bom humor

(São Tomás Moro)

Senhor, dai-me uma boa digestão, mas também algo para digerir.

Concede-me a saúde do corpo, com o bom humor necessário para mantê-la.

Dai-me, Senhor, uma alma simples, que saiba aproveitar tudo o que é bom e puro para que não se assuste diante do pecado, mas encontre o modo de colocar de novo as coisas em ordem.

Concede-me uma alma que não conheça o tédio, as murmurações, suspiros e lamentos, e não permitais que eu sofra excessivamente por esse ser tão dominante que se chama “Eu”.

Dai-me, Senhor, senso de humor!

Concede-me a graça de compreender as piadas, para que conheça na vida um pouco de alegria e possa comunicá-la aos demais.

Amém.

Fonte IA Grok

Papa Francisco fez a oração nos últimos 40 anos.

Moacir Rauber

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PÁSCOA, TEMPO DE SE ESVAZIAR!

Fonte: IA COPILOT

PÁSCOA, TEMPO DE SE ESVAZIAR!

Os eventos nas áreas organizacionais, que têm os seus palestrantes e conferencistas, as peças de teatro, que têm os seus atores, ou os filmes, que têm as suas estrelas, são convites para que essas pessoas se encham de si mesmo. Algo assim aconteceu comigo na semana passada.

Após uma participação como palestrante num evento com a presença de mil pessoas na plateia, a vaidade procurou ocupar o seu espaço. Logo após o término da palestra os cumprimentos pelo bom desempenho e os elogios me levavam a me encher de mim mesmo ao embebedar o meu ego. Esses são alguns dos riscos a que se está exposto ao representar um papel ou fazer uma palestra como especialista sobre um tema comum a todos. As dores e os sofrimentos, assim como as alegrias e as realizações relatadas todos as tiveram e acontece a identificação de cada um com o conteúdo abordado. Por isso, as pessoas se aproximavam e diziam, Parabéns, foi sensacional ou Você é incrível.  O que fazer para não se encher de si mesmo dando lugar a vaidade? Como a Páscoa pode nos ajudar?

Vive-se um tempo que somos incentivados a cuidar da autoestima para ter uma boa percepção e uma autoavaliação positiva de nós mesmos, levando-nos a ser mais produtivos e a manter relações satisfatórias no ambiente de trabalho e fora dele. Uma boa autoestima favorece a que se desenvolva a fortaleza emocional, afastando-nos do vitimismo que nos paralisa. Portanto, a autoestima é essencial para que desenvolvamos os sentimentos de valor, pertencimento e confiança e nos apropriemos da competência que temos, assim como nos mantenhamos estimulados a desenvolver as competências que ainda não exibimos. Aqui acredito que há um ponto de inflexão. A autoestima estimulada, defendida e aprendida tem avançado para a visão de “auto me estimo” a tal ponto que muitas pessoas transformam valor em soberba, pertencimento em propriedade e confiança em arrogância. Desse modo, entendo que a Páscoa, com toda a sua tradição cristã, pode nos ajudar a que nos esvaziemos um pouco de nós mesmos para reconhecer que o outro é igual a mim.

Portanto, voltando aos elogios recebidos pela palestra dada, fiquei feliz pelo valor que representou para o outro, porém com a consciência de não me transformar em soberbo ao acreditar ser melhor do que qualquer pessoa. Igualmente me deixou contente que parte das reflexões repercutiram no outro para que ele se aproprie da própria vida, com o sentimento de pertencimento sem ser propriedade nem proprietário de ninguém. Por fim, os elogios recebidos me deixaram genuinamente agradecido, alertando-me para que a confiança exibida em determinadas situações não se transforme em arrogância. Ao sair do palco e retomar a própria vida a confiança deve resultar em ações para que o pertencimento e o próprio valor sejam reconhecidos. Mais uma vez vem o convite para se esvaziar de si mesmo.

Por fim, entendo que as atividades que nos põe em evidência e em destaque, como atores, cantores, palestrantes, entre outros, são um convite para à vaidade. Entende-se vaidade como a sobre valorização da aparência física ou das qualidades intelectuais a partir do reconhecimento dos outros, assim como a “qualidade do que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória” (Dicionário Oxford). No momento de receber os elogios, sempre agradeço com autenticidade, porém faço o exercício de me manter em alerta, porque eu sei quem eu sou. O que é ilusório em tudo isso? A história contada é passado, o meu desafio é no presente. Assim sendo, esvaziar-se de si mesmo é um exercício diário e vitalício, nem sempre fácil, de não permitir que o ego faça com que você se encha de si mesmo.

Finalmente, a Páscoa é um convite para que cada um se esvazie um pouco de si, assim como Jesus se esvaziou de sua divindade para resgatar a nossa humanidade.

FELIZ PÁSCOA!

Moacir Rauber

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ANTES DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL… VOCÊ!

Fonte: IA Copilot

Antes da IA… Você!

As pessoas estão em polvorosa para saber como usar a inteligência artificial (IA), independentemente da função que se exerça na organização. O uso da IA já está disseminado nos algoritmos de indicação, sugestão e recomendação de produtos e serviços no comércio eletrônico, serviços de streaming e nos buscadores da internet. Entretanto, para o uso pessoal ainda estamos tateando para dar sentido ao seu uso, sem que isso represente uma diminuição de nós mesmos ao não diferenciar uma ferramenta externa do nosso ambiente interno. (1) Posso ser um líder inovador usando a IA? (2) Faz parte da transformação digital o uso da IA? (3) Qual o impacto social do uso da IA no ambiente organizacional?

Independentemente da função, cada um pode ser um líder a partir da transformação digital com consequentes impactos sociais. Entretanto, o uso da IA não é uma garantia de que seja inovador, porque a IA é uma ferramenta, ela não é você. Por isso, para desenvolver a competência de ser um líder inovador é necessário estar aberto para a troca de ideias num ambiente flexível em que experimentar é uma opção em meio ao caos. A transformação digital é a capacidade de abraçar novas tecnologias, incluindo a IA, para melhorar desempenho e reformular processos, aplicável em qualquer função. Por fim, o impacto social daquilo que se faz, ou não, com a tecnologia e com a inovação que se produz deve nortear o trabalho a partir da consciência social da não exclusão, da equidade e do bem-estar resultantes das ações individuais e organizacionais.

Desse modo, a IA é uma ferramenta que vai produzir impactos sociais no nosso ambiente organizacional com reflexos na sociedade. Por isso, antes da IA, pergunte-se: qual o impacto social da minha atuação como líder na função que exerço? Aqui trazemos um olhar para as características pessoais da fragilidade, da força e da anti-fragilidade (Taleb) como conceitos que nos ajudam a tomar consciência de nosso papel para melhorar no caos.

O caos parece instalado com a chegada da IA, entretanto, entenda-se que o caos não é a ausência de ordem, mas a existência de variadas ordens. Nesse cenário é essencial estar consciente da própria fragilidade para não quebrar, como um copo de cristal; ter o discernimento da força para não ser resistente ao novo, impedindo-nos de evoluir como uma rocha; e desenvolver a anti-fragilidade para resistir ao estresse do caos, tornando-se mais forte pela prática e exercício, adaptando-se como um músculo ou o cérebro.

Nassim Nicholas Taleb reforça, no livro “Anti-Frágil, coisas que se beneficiam com o caos”, a importância de que reconheçamos a nossa fragilidade para podermos nos prevenir dela: não gosto de incertezas ou de variações? Conhecer as próprias fragilidades nos ajuda a adotar medidas para que nos adaptemos àquilo que precisamos mudar. No outro lado, a força marcada pela robustez que não quebra, porém não evolui e não muda com os impactos, representa a estagnação pessoal. Pergunte-se: estou evoluindo ou apenas sobrevivendo? Responder a essa questão nos dará a dimensão das mudanças que posso fazer. Por fim, chegamos a anti-fragilidade como aquele que sabe resistir no momento certo e ser flexível quando necessário, beneficiando-se do caos ficando mais forte. Enquanto a resiliência se refere a capacidade de voltar ao estado original após sofrer um impacto, o anti-frágil volta melhor após o impacto. Enfim, ao tomarmos a consciência de que a mudança e a incerteza são as constantes que darão o ritmo no nosso ambiente, desenvolver a anti-fragilidade é uma característica determinante no nosso futuro.

Desse modo, cabe a nós estarmos preparados para sairmos melhor frente aos impactos dos eventos não previsíveis que vão nos alcançar.

Por fim, a IA permite que você seja um líder inovador, assim como a transformação digital é uma escolha que vai gerar impacto social no seu ambiente. Antes, porém, desenvolva a sua anti-fragilidade e pergunte-se: o mundo vai ser melhor com isso?

Antes da IA, olhe para você!

Moacir Rauber

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SEM TEMPO PARA VIVER!

Fonte: BING IA

Sem tempo para viver!

Ainda é comum encontrar pessoas que falam dos seus compromissos que se atropelam na agenda. Geralmente estão estressados pelo excesso de trabalho, pelas inúmeras reuniões, pelas tarefas que se acumulam e assim sucessivamente. Quase sempre terminam dizendo:

– Não aguento mais o ritmo que tenho…

Esse tipo de comentário me provoca um pouco de graça, porque, afinal, quem assume ou não os próprios compromissos? Alguém pode dizer que é a secretária ou o chefe, mas a decisão final é individual. A outra reação é de preocupação, porque muitos vivem a rotina do excesso de atividades, resultando no estresse que culmina em doenças físicas e mentais. Talvez, por isso, a saúde mental tenha se transformado num dos temas mais falados nos meios organizacionais e empresariais. O que fazer para diminuir a incidência do estresse negativo que afeta a tantas pessoas nos ambientes corporativos?

Não há uma só resposta para um problema tão complexo, mas atender as necessidades é o que move cada ser humano e a comunicação afetiva é uma ferramenta.

Por um lado, as pessoas têm a necessidade de subsistência, como o abrigo e o alimento, atendida pelo trabalho. Igualmente, elas também têm a necessidade de descanso, representadas pelo equilíbrio e a harmonia que devem ser encontradas no ambiente de trabalho para que possam descansar. Desse modo, é um desafio para os gestores que precisam criar um ambiente em que a produtividade esteja alinhada com o tempo disponível para alcançá-la. Após esse alinhamento, é essencial que cada indivíduo que integre a organização tenha clareza sobre o sentido daquilo que ele faz. Qual é o impacto na vida dos outros a realização do meu e do seu trabalho? Entendo que a partir dessa clareza cada um deve ter a autonomia, que igualmente é uma necessidade individual, para ter uma agenda compatível com a sua capacidade produtiva num ambiente de segurança psicológica gerada pela confiança. Cada um de nós precisa tempo para viver, e a comunicação afetiva pode contribuir.

Portanto, uma agenda compatível com as próprias capacidades faz com que as pessoas atendam outras necessidades, como a liberdade, o afeto, o reconhecimento, o pertencimento e a conexão que contribuem para a transformação saudável do ambiente organizacional. Dessa perspectiva, as pessoas poderão desenvolver-se mais, apropriando-se de ferramentas e recursos produzidos pelo conhecimento humano, como a IA, para o beneficio comum numa organização que não tem lados.

Enfim, precisamos de tempo para viver e a comunicação afetiva pode ser um recurso, porque ninguém pôde nascer por nós, assim como ninguém poderá morrer por nós. Essa consciência nos leva a um processo de comunicação afetiva em que nos ocupamos em acolher os outros por meio de sons que se propagam como ondas suaves e que nos conectam ao outro. Nessa proposta, o “não” para o outro é um “sim” para si mesmo com a tranquilidade de quem tem a segurança psicológica produzida pela confiança existente no ambiente. Destaque-se: “nas relações não é o grito que ressoa mais forte, mas o sussurro que acolhe nos transforma”. Essa é a natureza da comunicação afetiva que nos permite desenvolver o sentimento de pertencimento em que a nossa empresa é o nosso chão, conectando com as pessoas em que o horizonte é o limite da transformação. Finalmente, a consciência da unicidade da vida nos leva a desenvolver a competência da comunicação afetiva expresso no conceito de ser ambivertido (Daniel Pink). Nele, aproveitamos o melhor de nossa parte introvertida, assim como do nosso lado extrovertido ao saber calar no momento de calar e de falar no momento de falar.

Desse modo, não tem sentido que alguém tenha que morrer para ter as suas necessidades de subsistência e de descanso atendidas. Concluo com a ideia da interdependência com a consciência de que não somos tão importantes a ponto de que o mundo não exista sem nós, mas somos sim relevantes para que o mundo seja do jeito que é simplesmente porque existimos nele.

Para isso, cada um precisa de tempo para viver!

Moacir Rauber

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Do EGO para o ECO!

Do EGO para o ECO!

Parece que ainda escuto o meu amigo falando sobre os projetos esportivos para resgatar os valores humanos entre os jovens. Ele pensava na disciplina do esporte como o exercício da liberdade de fazer aquilo que se escolheu fazer a partir do senso de pertencimento para transformar a realidade dos jovens a partir de conexões saudáveis.

Era o ano de 2010 na cidade de Pelotas e eu conversava com Oguener Tissot, que sonhava em transformar a cidade num polo de remo olímpico no Brasil. Existia um clube de remo na cidade com poucos sócios e participação menor ainda.  Mesmo assim, o meu amigo começou um projeto chamado Remar para o Futuro. Recebia algum apoio privado e público, embora enfrentasse a resistência de muitos que criticavam as suas inciativas.

Em 2013 ele começou uma escola de remo associada ao Clube Centro Português e alguns anos depois ele havia transformado o sonho em realidade. Passou a ser referência nacional na prática do Remo Olímpico como esporte de alto rendimento, sendo considerado um dos melhores técnicos do esporte no país, além de ser o principal criador de novos talentos. Muitos dos jovens de Pelotas passaram a integrar os grandes clubes de remo do Brasil, além da seleção brasileira. Outros tantos usaram os valores do remo para transformar dificuldades em oportunidades pelas novas conexões estabelecidas. Os jovens haviam desenvolvido o sentido de pertencimento a algo maior do que eles.

Entretanto, a vida nos reserva surpresas. No dia 20 de outubro de 2024 a jornada do meu amigo (e sua equipe) terminou aos 43 anos de forma trágica num acidente de repercussão nacional. Pergunto:

– Qual foi o ECO deixado pelo meu amigo?

Ecoam nas pessoas o trabalho, a jornada, as iniciativas, os movimentos, a dedicação, o esforço, a luta, o amor e a presença, sentida na sua ausência, a partir das obras realizadas e dos projetos que vão seguir.

Por que tantos ECOS? Porque o meu amigo soube migrar do EGO para o ECO. Ocupou-se de si com a consciência de que o reflexo seria positivo para os outros. Ainda que pudesse ter trabalhado em projetos economicamente mais lucrativos, ele escolheu trilhar o caminho da vocação numa nítida transição do individual para o coletivo que garantem mais ECO do que exaltam o EGO.

Tive o privilégio de acompanhar o trabalho realizado na Escola de Remo Tissot, que ultrapassou as fronteiras da cidade e do país. O ECOS deixados pelo meu amigo se constituem num dos mais belos exemplos de empreendedorismo em que o lucro foi gigantesco para todos os envolvidos. O meu amigo viveu o seu sonho? Viveu o sonho e viveu do seu sonho, porque o sustento da sua vida vinha da atividade que realizava. Ele fazia o que gostava? Sim, assim como se esforçava para fazer aquilo que deveria ser feito.

Enfim, onde estão os ECOS do meu amigo que já não está mais conosco? Eles estão por todos os lados, porque na sua atividade ele se ocupava da integralidade dos jovens que com ele treinavam. Ele estimulava o desempenho físico e mental por meio das atividades do remo e da frequência escolar, além de ter presente a dimensão espiritual em que somos parte de algo maior do que nós mesmos. Com isso, fazia nascer dentro de cada um dos seus alunos o sentido de pertencimento à equipe, ao clube, ao esporte, à comunidade, ao país e à humanidade. Desse modo, o meu amigo deixou ECOS de pertencimento a partir de pessoas integrais que entenderam a relação de interdependência entre os indivíduos. São o ECOS das conexões que mantém uma organização ou um sonho vivo, ainda que o seu idealizador já não esteja aqui.

Finalmente, ao migrar do Ego para o Eco Oguener Tissot deixa Ecos de amor, de compromisso, de luta, de fé e de amizade naturais em quem transformou o mundo a sua volta com a força do pertencimento, resultado das conexões humanas.

Moacir Rauber

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Oguener Tissot (In Memoriam)

QUAL É O SEU PODER?

Fonte: IA COPILOT

Qual é o seu Poder?

Somos levados a acreditar que ao exercer uma determinada função, pública ou privada, temos poder. Em parte, é verdade. Entendamos poder como a habilidade de influenciar a conduta daqueles com quem convivo. Entretanto, muitas pessoas se apegam ao poder como uma prerrogativa, tornando-se soberbos e arrogantes, embora o poder deva demandar serviço, exigindo humildade e responsabilidade. Desse modo, exercer o poder de influência pede que uma intenção honesta esteja alinhada com ações transparentes em que o resultado seja positivo para os envolvidos. Esse entendimento nos leva ao exercício do poder responsável, em que se tem a clareza de que se trata de poder com as pessoas, pelas pessoas e para as pessoas. Por isso pergunto: qual é o meu poder sem as pessoas?

A pergunta traz a memória a reflexão de um autor anônimo que oferece dicas sobre o poder.

“A soberba e a arrogância são formas particulares de deficiência que costumam afetar governantes, diretores, funcionários públicos, mas também porteiros, motoristas de ônibus e quase todos aqueles infelizes mortais que de repente se deparam com uma mísera cota de poder. Aqui estão alguns conselhos para não cair na tentação do poder. Vá para uma área rural e escolha um campo que lhe agrade. Ao anoitecer, desnude-se. Em seguida, atravesse a cerca de arame com cuidado para não perder nenhum dos atributos do poder e caminhe até sentir que está no meio da solidão mais absoluta. Uma vez lá, levante a cabeça para o céu e olhe as estrelas. Naquele instante, você, visto no espaço, deve ser algo como um vírus instalado em uma bola de futebol. Pense, então, que você está parado sobre um minúsculo planeta que gira ao redor do sol e que o sol não é mais do que uma pequena estrela entre milhões de estrelas que formam a nossa galáxia. Lembre-se, além disso, existem milhões de galáxias que, há milhões de anos, giram pelo espaço. Depois de fazer isso, coloque as mãos na cintura fazendo com que os braços tenham a forma de um jarro numa atitude desafiadora ou adote qualquer outra postura que lhe pareça suficientemente adequada para expressar o imenso poder que você tem. Logo, inchando as veias do pescoço, grite com toda a voz que conseguir reunir naquele momento: “Eu sou verdadeiramente poderoso”. Em seguida, espere para ver o resultado. Se perceber que algumas estrelas tremem, não se preocupe muito, é Deus que às vezes não consegue segurar o riso.”

A reflexão nos traz de volta à realidade individual. Por mais respeitável que possa parecer a função que ocupo ou que os bens que possuo possam me fazer crer o importante que sou, somos pequenos e somos dependentes dos outros. Ainda assim, todos temos poder.

Portanto, entendo que todo o poder que eu tenha somente faz sentido se for para servir com responsabilidade e humildade no reconhecimento de minha dependência. Há uma interdependência entre as pessoas, entretanto, eu como indivíduo sou muito mais dependente do que interdependente. Sei que a minha organização sem a minha presença existe, eu sem ela fico desempregado. Lembro que a minha família sem a minha presença existe, eu sem ela estou sozinho. Constato que a humanidade sem a minha existência segue o seu caminho, eu sem ela desapareço.

Por isso, o poder em si não é bom nem mau, depende de como o exercemos. Acredito que devemos assumir o poder de influência que temos para servir de modelo para os nossos filhos; para servir de inspiração para os nossos liderados; ou para servir de incentivo para as pessoas com as quais convivo. Todos temos nossa cota de poder, porém somente no servir eliminamos essa forma particular de deficiência presentes na soberba e na arrogância em que acreditamos que o poder nos dá prerrogativas. É no servir que o poder se torna humilde e responsável em que afetamos o mundo com afeto.

“Eu vim não para ser servido, mas para servir” (Mc 10:45).

Moacir Rauber

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NÃO DESPERDICE A SUA DOR…

Não desperdice a sua dor!

A família estava sentada na mesa do jantar e, de repente, escuta-se um grito e um choro muito forte vindo da sala de estar. O desespero era nítido na reação e no movimento de todos que se levantaram e correram na direção do grito, porque sabiam que o filho pequeno brincava na sala. Ao ver o menino, ele apertava um dos dedos da mão direita com a mãozinha esquerda, sentado diante de uma tomada, em que havia enfiado o dedo. Ele levou o choque e sentiu a dor, mas felizmente pode tirar o dedo dali. O que a dor pode nos ensinar? O que podemos aprender com o sofrimento?

A dor e o sofrimento são inerentes a nossa condição humana. Ela pode ser física, como o dedo na tomada, um tropeção no pé da mesa, uma martelada na mão, uma dor de cabeça ou a dor de um cálculo renal, entre outras dores a que estamos sujeitos. Por outro lado, igualmente temos as dores emocionais que surgem a partir de um processo de demissão inesperada, a perda de um ente querido ou o final de um relacionamento. O que fazer com as dores da vida?

A dor física nos ensina a tomar cuidados e a adotar comportamentos preventivos com relação a sua origem. Para minimizar a dor ou para não tropeçar no pé da mesa podemos usar um tênis ou mudar a mesa de lugar. Para não dar uma martelada na mão podemos desenvolver a nossa habilidade ou usar algo diferente para segurar o objeto a ser martelado. Para evitar a dor de cabeça ou um cálculo renal podemos mudar determinados hábitos alimentares, buscar ajuda médica ou tomar analgésico. Enfim, a possibilidade da dor física nos ajuda a encontrar estratégias e comportamentos que a evitem, ainda assim em algum momento ela nos vai alcançar.

A dor emocional tem outras raízes e podem desencadear doenças que nos produzam dor física. Além disso, a dor emocional pode nos levar ao sofrimento crônico. Para muitos, a demissão de um trabalho considerado estável pode gerar a dor emocional da insegurança, além do medo pela imprevisibilidade do futuro. Para outros, frente a demissão a escolha pode ser pela curiosidade, estímulo, impulso e movimento de descoberta do desconhecido na busca de um novo trabalho. A perda de um ente querido é a causa de muitas dores humanas, desencadeando, por vezes, um processo de sofrimento prolongado. Para muitos, o sofrimento passa a ser uma companhia indesejável e permanente. Para outros, ainda que sintam a dor, a gratidão pelo tempo de convívio é a escolha, mas para isso é essencial cumprir o luto. Da mesma forma, o final de um relacionamento pode ser um momento de dor que leve ao sofrimento crônico, entretanto a escolha é de cada um. Enfim, a dor emocional não cuidada tende a se transformar em sofrimento, inclusive físico.

Por fim, particularmente acredito que a dor física nos ensina a adotar estratégias para evitá-la. Por outro lado, a dor emocional exige que queiramos aprender, porque é uma escolha impedir que a dor se transforme em ansiedade; é um caminho evitar que a dor se transmute em depressão; é um processo possível obstar que a dor exploda em raiva; igualmente, é um processo de construção diária e contínua fazer com que a dor não se transforme em medo, mas em impulso, estímulo e energia para manter o movimento na direção que se pretende ir.

Finalmente, o que um dedo na tomada pode te ensinar sobre a dor? Depende daquilo que queremos aprender. Ao olhar para o menino de dois anos, depois do susto e do medo, ele nos olhava com cara de assustado, mas com uma expressão travessa no rosto. A dor e o medo já haviam passado. Além de aprender a não meter o dedo na tomada, ele sabe como é importante não manter o dedo nela. E você, em quais tomadas mantém o dedo?

“Se a dor acompanha ao ser humano, o que é senão tolice desperdicá-la?” (Josemaría Escrivá)

Moacir Rauber

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QUAIS SÃO OS TEUS COMPROMISSOS?

Quais os teus compromissos Quaresmais?

A conversa fluía agradável como sempre, porém acelerada. A cada poucos segundos a minha amiga olhava para o celular de maneira quase nervosa, respondia uma mensagem e voltava para a conversa. Assim seguimos até que apontei para o celular e perguntei:

– Está tudo bem? Alguma urgência?

Ela respondeu:

Sim, sim, está tudo bem. Tudo normal.

Assenti com a cabeça e pensei, “Se isso é normal, imagina um dia agitado…”.

É um pensamento que antecede a um julgamento sobre o outro, porém quero refletir sobre um fenômeno que acomete a muitos: o excesso de estímulo e a abundância de recursos.

Já é senso comum que estamos sobre estimulados com informações e tecnologia, assim como uma grande parcela vive com excesso de recursos financeiros, comidas e bebidas. Talvez a Quaresma, para muitos pode parecer antiquado, seja um período para resgatar o controle daquilo sobre o que temos controle.

Ao ver a minha amiga num elevado grau de ansiedade, pensei em como me relaciono com o celular. Lembrei que ele é a última coisa que vejo antes de dormir e a primeira que olho ao acordar. Por isso, antes de julgá-la, pude reconhecer que a minha situação não era diferente.

Ao escutar a homilia na quarta-feira de cinzas que marca o período da Quaresma, fui incitado a praticar um movimento consciente em três dimensões: a caridade, a oração e o jejum. Além de ser relembrado que do “pó viemos e ao pó voltaremos”.

Conectei o convite com a minha realidade diária: como estava a dimensão da caridade? Entendendo-se caridade como um princípio cristão criado há séculos que nos leva a amar ao próximo como a nós mesmos, atuando de maneira a ajudar a quem precisa de forma desinteressada, perguntei-me: o que faço que contribui para uma sociedade melhor?

Em seguida pensei: qual é a minha prática de oração? Considerando que a oração é uma prece dirigida a Deus com o intuito de alinhar as minhas intenções com as minhas ações, indaguei-me: que momento dedico para a oração de maneira ordenada e disciplinada?

Por fim, lembrei do jejum: quando foi a última vez que jejuei? Entenda-se jejum como “privação parcial ou total de alimentos, por um certo tempo” (Oxford Language), questionei-me: quando me privei dos prazeres do paladar?

Infelizmente, vejo que faz tempo que não jejuo e não deixo de consumir quase tudo o que está disponível no tempo que quero. Com isso, termino por comer e beber mais do que deveria, o que faz com que o excesso de peso comece a rondar a minha vida. Além disso, nos últimos tempos não fiz jejum de tecnologia, estando conectado quase o tempo todo. A sobre exposição aos estímulos, automaticamente, fez com que reduzisse o tempo da oração, saltando diretamente da cama para a aceleração do dia a dia e não perguntando-me ao final do dia: o que fiz hoje que contribuiu para uma vida melhor? O que fiz hoje que não contribuiu? E, o que posso fazer diferente amanhã para contribuir? Assim, a caridade que tem o propósito de fazer do mundo um lugar melhor com a própria presença foi afetada. Enfim, ao não jejuar e não orar deixei de ser caridoso, porque estava ocupado em atender tão somente aos meus desejos.

Portanto, o convite para jejuar vai além de não desfrutar dos prazeres do paladar, mas de cuidar de tudo aquilo que se consome com os demais sentidos. O que você tem consumido com a vista, a audição, o olfato e o tato? O cuidado com o que consumimos pode nos conduzir à oração, que é o resgate da conexão com Deus para que aquilo que se faz faça sentido. Estão alinhadas as tuas intenções com as tuas ações? E isso nos leva a dimensão caritativa em que a nossa presença contribui positivamente na vida do outro. Desse modo, ao atender as três dimensões propostas para a Quaresma o mundo será melhor.

Qual o teu compromisso de oração?

O que você escolhe jejuar?

A quem você se propõe ajudar?

Assumi alguns compromissos…

Moacir Rauber

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E SE VOCÊ SOUBESSE O QUE FAZER?

E se você soubesse o que fazer?

A situação era nova e exigia uma resposta, entretanto ele não sabia o que fazer. Estava em dúvida e isso gerava ansiedade e medo. Caso dissesse “sim”, tudo mudaria. Caso dissesse “não”, nada mudaria no curto prazo. Quanto mais se aproximava a data para dar uma resposta, mais ansioso ficava e o medo se agigantava. Estava por colapsar:

– Eu não sei o que fazer?

Em seguida teve uma crise de choro…

Você já passou por uma situação de não saber a resposta? Quantas vezes você viu pessoas que não sabiam o que fazer? Provavelmente passou e presenciou situações de dúvida, porém o não saber o que fazer, por vezes, nos leva a não fazer nada, que igualmente é uma resposta. A não ação também é uma ação. Por isso, a importância do gradativo, constante e vitalício desenvolvimento das competências humanas e técnicas para aumentar o repertório de recursos internos de que se dispõe para poder tomar uma melhor decisão frente aos diferentes desafios da vida. Uma dose de ansiedade e de medo são normais.

Particularmente acredito que vivemos num mundo em que perdemos muitos dos nossos recursos emocionais, ainda que estudemos o comportamento humano explorando a inteligência emocional, a mentalidade de crescimento, a psicologia positiva ou outra abordagem, nem sempre mudamos o nosso comportamento. É importante saber, porém: o que fazer com aquilo que se sabe? Por isso, é essencial saber fazer, é fundamental poder fazer e é indispensável querer fazer para finalmente saber ser e estar. Eis as características de uma pessoa emocionalmente forte que transforma a ansiedade e o medo em motores para pôr o conhecimento em prática sem entrar numa crise existencial. É o amor em ação!

Creio que nos debilitamos emocionalmente com o período da abundância que vivemos. Já não aguentamos a perspectiva da dor e do sofrimento, que não é perspectiva, é uma realidade. A facilidade de termos tudo à mão o tempo todo nos debilitou. Qualquer coisa que você queira saber está disponível, porém isso não quer dizer que você saiba. O conhecimento não está em você, ele está nas novas tecnologias e com isso não se desenvolve a sabedoria que nos permite responder com assertividade frente a situações difíceis; não se estimula a coragem para avançar ainda que seja difícil; não se desperta a humanidade para se ocupar de si e dos outros; não se promove a justiça porque o egoísmo se sobressai; não se fortalece a temperança ao desmoronar frente a dúvida, a dor e o sofrimento; e não sabemos o sentido da existência ao não mais buscar pela transcendência. Assim, entramos em crise de choro.

Enfim, penso que observar, estudar e aprender para transformar conhecimento em prática é o desafio das atuais gerações, incluindo aquelas que foram perdendo a fortaleza emocional pelo excesso de recursos disponíveis. Inclusive, em tempos de Inteligência Artificial é mais importante do que nunca aprender, porque ela somente faz sentido se ampliar as nossas competências.

Desse modo é possível aumentar a capacidade de tomar uma decisão (Rápido e Devagar) baseada num repertório de recursos internos que nos ajudam frente as situações difíceis, duvidosas ou assustadoras. Isso porque frente a um dilema ético ou moral, no seu íntimo, você sabe o que está bem ou mal. Frente a uma escolha profissional há um indicador de qual caminho seguir. Diante de um desafio conjugal você sabe que pode ser o momento de calar e não falar. Assim, a decisão é sua com os recursos internos que você tem.

Dessa maneira, acredito que nunca antes na história da humanidade tivemos tanta necessidade de estudar e aprender para transformar o conhecimento em prática e poder ser observado sem temor.

Depois da crise de choro a pessoa disse “sim”, como se soubesse a resposta. Quem mais pode saber sobre você se não for você? Portanto, com coragem engoliu seu medo, resgatou a sabedoria com a humanidade de quem se preocupa com a justiça e a temperança de quem sabe que a vida é muito mais do que uma situação difícil. Ela é simples. Ela é um milagre. Ela é transcendental.

E você sabe o que precisa fazer!

Moacir Rauber

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