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QUAL É O SEU PODER?

Fonte: IA COPILOT

Qual é o seu Poder?

Somos levados a acreditar que ao exercer uma determinada função, pública ou privada, temos poder. Em parte, é verdade. Entendamos poder como a habilidade de influenciar a conduta daqueles com quem convivo. Entretanto, muitas pessoas se apegam ao poder como uma prerrogativa, tornando-se soberbos e arrogantes, embora o poder deva demandar serviço, exigindo humildade e responsabilidade. Desse modo, exercer o poder de influência pede que uma intenção honesta esteja alinhada com ações transparentes em que o resultado seja positivo para os envolvidos. Esse entendimento nos leva ao exercício do poder responsável, em que se tem a clareza de que se trata de poder com as pessoas, pelas pessoas e para as pessoas. Por isso pergunto: qual é o meu poder sem as pessoas?

A pergunta traz a memória a reflexão de um autor anônimo que oferece dicas sobre o poder.

“A soberba e a arrogância são formas particulares de deficiência que costumam afetar governantes, diretores, funcionários públicos, mas também porteiros, motoristas de ônibus e quase todos aqueles infelizes mortais que de repente se deparam com uma mísera cota de poder. Aqui estão alguns conselhos para não cair na tentação do poder. Vá para uma área rural e escolha um campo que lhe agrade. Ao anoitecer, desnude-se. Em seguida, atravesse a cerca de arame com cuidado para não perder nenhum dos atributos do poder e caminhe até sentir que está no meio da solidão mais absoluta. Uma vez lá, levante a cabeça para o céu e olhe as estrelas. Naquele instante, você, visto no espaço, deve ser algo como um vírus instalado em uma bola de futebol. Pense, então, que você está parado sobre um minúsculo planeta que gira ao redor do sol e que o sol não é mais do que uma pequena estrela entre milhões de estrelas que formam a nossa galáxia. Lembre-se, além disso, existem milhões de galáxias que, há milhões de anos, giram pelo espaço. Depois de fazer isso, coloque as mãos na cintura fazendo com que os braços tenham a forma de um jarro numa atitude desafiadora ou adote qualquer outra postura que lhe pareça suficientemente adequada para expressar o imenso poder que você tem. Logo, inchando as veias do pescoço, grite com toda a voz que conseguir reunir naquele momento: “Eu sou verdadeiramente poderoso”. Em seguida, espere para ver o resultado. Se perceber que algumas estrelas tremem, não se preocupe muito, é Deus que às vezes não consegue segurar o riso.”

A reflexão nos traz de volta à realidade individual. Por mais respeitável que possa parecer a função que ocupo ou que os bens que possuo possam me fazer crer o importante que sou, somos pequenos e somos dependentes dos outros. Ainda assim, todos temos poder.

Portanto, entendo que todo o poder que eu tenha somente faz sentido se for para servir com responsabilidade e humildade no reconhecimento de minha dependência. Há uma interdependência entre as pessoas, entretanto, eu como indivíduo sou muito mais dependente do que interdependente. Sei que a minha organização sem a minha presença existe, eu sem ela fico desempregado. Lembro que a minha família sem a minha presença existe, eu sem ela estou sozinho. Constato que a humanidade sem a minha existência segue o seu caminho, eu sem ela desapareço.

Por isso, o poder em si não é bom nem mau, depende de como o exercemos. Acredito que devemos assumir o poder de influência que temos para servir de modelo para os nossos filhos; para servir de inspiração para os nossos liderados; ou para servir de incentivo para as pessoas com as quais convivo. Todos temos nossa cota de poder, porém somente no servir eliminamos essa forma particular de deficiência presentes na soberba e na arrogância em que acreditamos que o poder nos dá prerrogativas. É no servir que o poder se torna humilde e responsável em que afetamos o mundo com afeto.

“Eu vim não para ser servido, mas para servir” (Mc 10:45).

Moacir Rauber

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SOU DEPENDENTE!

Fonte: IA COPILOT

Sou dependente…

A conferência tratava de um tema relevante para mim: a autonomia e a independência, uma busca que pautou boa parte de minha vida, principalmente a partir da lesão medular que me deixou em cadeira de rodas. Assim, empreendi esforços para resgatar a autonomia e a independência com os cuidados de higiene, para usar a cadeira de rodas de maneira ativa e para dirigir um carro que garantiriam a minha liberdade de escolha. Agora, frente ao palestrante que reforçava a importância da autonomia e da independência como uma manifestação de poder pessoal inerente a cada ser humano, comecei a me questionar: sou verdadeiramente autônomo? Conquistei a minha independência?

O palestrante aprofundou as reflexões sobre o poder pessoal, ressaltando técnicas como mindfulness, exercícios para manter o foco, importância de se conectar com nossos antepassados, entre outras abordagens, citando a ciência e a neurociência para dar credibilidade a sua argumentação. Em todas fazia a conexão entre a autonomia e a independência como a expressão do poder pessoal que define nossa vida presente e futura. “Somos os donos do nosso destino”, desvinculando as reflexões de qualquer visão religiosa ou espiritual, uma vez que se professava ateu. Como cristão, as suas reflexões produziram em mim outras perguntas, principalmente, até onde vai o meu poder?

Não conversei com o conferencista, mas faria algumas indagações:

  • Você pratica mindfulness? Ele diria que sim e eu responderia: “Os cristãos e membros de outras correntes religiosas praticam a meditação como forma de iniciar o dia, fazem as orações para transformar as intenções em ações e rezam como uma forma de manter o foco, diminuindo os juízos de valor que nos afastam do amor a si mesmo e ao próximo”.
  • Você sabe de onde viemos e para onde vamos? Ele teria que dizer que não, porque não há quem tenha a resposta. E eu diria: “Eu também não sei, mas nós acreditamos numa inteligência suprema e num criador universal a quem chamamos Deus.
  • Você acredita no pecado? Ele, provavelmente, responderia que não e eu comentaria: “Acredito que se deve ‘amar o teu próximo como a ti mesmo (Mateus 22:39)’, levando-nos a exibir o amor em todas as ações. Desse modo, somente a ausência de amor é pecado”.
  • Você segue as leis? Creio que ele diria sim e eu concordaria, acrescentando: “Caso seguíssemos os Dez Mandamentos as leis seriam cumpridas com o florescimento de uma humanidade autêntica, generosa e justa.

Finalmente, perguntaria:

  • Você acredita no seu poder? Uma possibilidade é a de que dissesse que está onde está pelo seu poder de escolha que o trouxe até aqui, mostrando a força da autonomia e da independência que cada indivíduo tem. Provavelmente, resgataria a sua história pessoal como um exemplo de poder pessoal, uma vez que nasceu numa família pobre e desprovida de recursos intelectuais. E eu concordaria, em parte.

Em seguida perguntaria:

  • Até onde vai o teu poder individual?
  • Onde estava o teu poder até o nascimento e na infância?
  • Para onde irá o teu poder na tua velhice?

Por um lado, acredito que o início da vida nos mostra que não somos independentes e não temos autonomia, porque independentemente dos pais que tivemos, ou não, fomos cuidados o bastante para seguirmos vivos e isso é um exemplo de dependência. Por outro lado, o final da vida nos retira gradativamente a autonomia e a independência, chegando ao ponto, muitas vezes, da dependência. E não há poder pessoal que impeça de que a vida nos seja tirada sem aviso prévio.

Muitas vezes, defendia a ideia da interdependência, entretanto acredito que o indivíduo é dependente do grupo, enquanto os grupos são interdependentes a partir dos indivíduos que o formam. Desse modo, entendo que na organização sou dependente da minha equipe, seja eu o dono ou o líder; na família sou dependente dos seus integrantes, seja eu o pai, a mãe ou o filho; na comunidade sou dependente dos demais, seja eu o tesoureiro, o secretário ou um membro; na sociedade sou dependente da ordem, seja eu o presidente, um senador, um juiz ou um cidadão qualquer. Por isso, como indivíduos, ainda que sejamos interdependetes, somos dependentes do coletivo.

Além do mais, como pessoa sou dependente de amor, de cuidado, de carinho, assim como de tantas necessidades humanas universais que somente o outro pode me dar. Por fim, sou dependente de sentido encontrado na crença de uma inteligência suprema e de um criador universal.

Sou dependente de Deus.

Moacir Rauber

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