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ELE É “GENTE BOA”!!! SERÁ?

É gente boa! Será?

A obra estava com seu cronograma atrasado e o responsável parecia preocupado. Nos últimos dias o pedreiro principal havia chegado tarde, saído antes e, inclusive, faltado. Ao final do dia o mestre de obras conversou com o pedreiro que deu os motivos pela falta de pontualidade. Para o dia em que chegou tarde a desculpa foi o trânsito. Para o dia em que saiu antes a justificativa foi buscar a esposa no trabalho. Para o dia que não veio a razão foi um problema no carro. Na semana anterior já havia dado como motivo para faltar ao trabalho o falecimento de um primo e assim se sucediam os pretextos que culminavam em baixo desempenho. Com isso, a obra não acompanhava o cronograma proposto e o compromisso assumido com o proprietário não era cumprido. Ainda assim, o mestre de obras ao se reportar ao dono do empreendimento dizia:

– Ele “gente boa”, trabalha bem, só que está com alguns probleminhas e anda meio acelerado…

“De gente boa” há uma fila interminável de devedores e de inadimplentes que levaram muitas empresas a falência. Não se trata da intenção, mas da ação. Problemas de trânsito, de rotina familiar e de deslocamento todos nós temos, entretanto, a diferença está em como atuamos frente a eles.

Aos problemas que não estão no nosso controle não há nada a ser feito e não há que se ocupar deles. Entretanto, as questões que podem ser previstas devem ser pensadas, revisadas e reprogramadas para que não produzam resultados negativos, nem reduzam o desempenho e que não provoquem perdas financeiras e humanas. Portanto, o ordenamento da vida, seja laboral ou extra laboral, é essencial.

Desse modo, o foco deve estar naquilo que está no seu controle, como a intenção e as ações derivadas. Com relação ao trânsito como motivo para chegar tarde ao trabalho, o que pode ser feito? Talvez reprogramar o horário de saída para chegar no horário. Quanto a sair mais cedo para buscar a esposa é um tema que pode ser solucionado, uma vez que o pedreiro trabalha como autônomo. Portanto, ele tem com alternativa começar antes para cumprir a sua jornada sem atrasar o andamento da obra. A desculpa do carro com problema mecânico pode ser evitada com a correta manutenção do veículo, que exige uma rotina e um cuidado. Enfim, a intenção mostrada em palavras que faz do pedreiro “gente boa” deve estar respaldada por ações que a confirmem. Caso contrário, são apenas palavras.

Para que não sejam apenas palavras, há um caminho para domesticar a si mesmo como uma maneira de alinhar as intenções com as ações. Comece por (1) educar a vontade como uma maneira de cumprir com os compromissos espontaneamente assumidos. Em seguida, é essencial (2) manter em mente os bons ideais de colher os resultados pelos compromissos cumpridos. Para isso, é indispensável (3) criar bons hábitos que o mantenham na rota de cumprir com as promessas feitas; e, por fim, (4) entender os sentimentos próprios e alheios para avaliar o caminho escolhido. Com esse passo a passo é possível domesticar a si mesmo ao cumprir com as escolhas feitas sem perder a paz e a tranquilidade.

Mas o que fazer com aquilo que não está no seu controle? Nada. Entretanto, sempre se podem fazer ações corretivas para os compromissos assumidos e não cumpridos por algo que não estava no seu controle. Chegou tarde um dia? Chegue mais cedo no outro. Não pode vir num dia? Compense num sábado em que não trabalharia. Teve que sair mais cedo por algum compromisso privado? Fique até mais no dia seguinte. Por isso, falhar e não retificar é falhar em dobro. Errar e não corrigir é errar duas vezes. Arrepender-se e reincidir é sinal de que ainda falta educar a vontade ao fraquejar frente aos maus hábitos, esquecendo-se dos bons ideais. Por isso, “é gente boa”? Intenção sem ação revela o contrário.

Moacir Rauber

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