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“Não quero morar fora do Brasil. Quero morar em outro Brasil (Israel Nunes)!”

Ano de eleições sempre é um período de dor de cabeça para os brasileiros. E isso ocorre a cada dois anos. Há de se lembrar que, além de se preocupar com a vida política, também é preciso se ocupar da rotina normal da vida, ou seja, mais uma dor de cabeça. Isso quer dizer que no Brasil se tem dor de cabeça um ano sim e no outro também.

A questão que merece destaque é que a política existe para que se tenha uma dor de cabeça a menos e não uma a mais. Segundo Aristóteles, a política tem por objetivo prover a felicidade daqueles a quem eles servem por meio da organização, direção e administração daquilo que é público na sociedade.

Por isso, quando nos organizamos em sociedade escolhemos pessoas para organizarem, dirigirem e administrarem aquilo que é comum a essa mesma sociedade. Portanto, os escolhidos não deveriam ser objeto de problemas para nós, mas de solução. E a classe política do país, assim como os funcionários públicos das diferentes esferas e dos diferentes poderes, são os escolhidos para servir a sociedade e promover a sua felicidade, não o contrário. Por que então a escolha e a existência de políticos geram tamanha dor de cabeça para nós, brasileiros? Não há uma única resposta, assim como existem outras perguntas a serem feitas, porém esta semana me encontrei com um jovem que, na contramão da maioria dos jovens, não pretende se mudar do país para ter um mundo melhor. O seu maior desejo é morar em outro Brasil, usando a política como instrumento para mudar o país. Ainda há esperança…

Durante muitos anos tratamos a política como algo asqueroso e desprezível.  Essa ideia tem a sua razão de ser e ela está expressa numa constatação feita por Martin Luther King, quando ele disse, “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”. Não sei exatamente quando, ou se foi desde sempre, mas a política se afastou da sua origem de gerar felicidade para ser uma fonte de problemas. Isso ocorre justamente quando os bons se eximem da responsabilidade de gerar felicidade para os demais ao não se candidatarem para organizar, dirigir e administrar aquilo que é público na sociedade que integram. Os bons se calam. E assim, temos uma horda de políticos que lá estão apenas para se locupletarem. Os maus assumem. Por isso, para mim, foi uma grata satisfação conversar com alguns jovens, entre eles Israel Nunes, 22 anos, que pretende mudar essa realidade. Eles tratam a política como a ciência de gerar bem-estar ao outro com a pretensão de assumir a responsabilidade sobre a construção de um país melhor e não simplesmente se eximir da responsabilidade ao mudar para um país melhor.

Enfim, construir um país melhor requer assumir responsabilidades para gerar bem-estar e felicidade para a coletividade. O que fazer? Mudar o Brasil. Para isso é preciso participar efetivamente da política! “Mas eu não quero ser político…”, pode ser a resposta de muitos.

Então, que cada um escolha políticos que tenham o real interesse em mudar o Brasil fazendo com que o Estado sirva a sociedade e não contrário. Para isso, é necessário que ao final de um dia, de um mês, de um ano e de um mandato de trabalho cada político, assim como os demais servidores públicos possam dizer para si mesmos, “O meu trabalho ajudou mais do que custou para o bem-estar dos brasileiros”. Qual político pode dizer isso?

É nosso papel escolher pessoas que pensem assim e fiscalizá-los para que eles ajam assim. Isso porque a política não deveria ser uma dor de cabeça a mais para os brasileiros, mas deveria ser exercida de forma a que tivéssemos uma dor de cabeça a menos.

Vamos mudar o Brasil para morarmos em outro Brasil?

Moacir Rauber

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