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TREM DA VIDA

Hoje é um dia em que o Trem da Vida faz sentido, porque nos lembramos que cedo ou tarde vamos desembarcar. Este ano, do meu vagão desembarcaram pessoas muito especiais, que deixaram lembranças inesquecíveis e que um dia espero encontrar na Estação Principal.

O texto abaixo foi traduzido de um áudio do Pe. Jorge Nardi que vale a pena ler.
Abraço.

O TREM DA VIDA!

Existe um texto que compara a vida com uma viagem de trem. Uma comparação interessante quando bem interpretada. Interessante porque a nossa vida é como uma viagem de trem com embarques e desembarques, com pequenos acidentes no caminho, surpresas agradáveis e com algumas subidas e descidas tristes.

Quando nascemos e subimos ao trem encontramos duas pessoas queridas que nos farão conhecer nossa viagem, o nossos pais. Lamentavelmente, em algum ponto eles vão desembarcar para não subir mais. Ficaremos órfãos do seu carinho, da sua atenção e do afeto. Mas apesar da sua ausência a viagem deve continuar. Conheceremos outras pessoas interessantes na longa viagem, entre eles nossos irmãos, amigos e conhecidos. Muitos deles realizarão conosco somente um curto passeio. Outros estarão sempre ao nosso lado compartilhando alegrias e tristezas. No trem também estarão outras pessoas que andarão de vagão em vagão ajudando a quem necessite. Muitos baixarão e deixarão recordações inesquecíveis. Outros estarão presentes ocupando assentos sem que ninguém perceba que estão ali sentados.

É curioso ver como alguns passageiros que queremos decidem se sentar longe de nós, em outros vagões, o que nos obriga a viajar separados deles. Mas isso não nos impede, mesmo que com mais dificuldades, de nos aproximarmos deles. O difícil é aceitar de que apesar de estarmos próximos não podemos estar juntos, pois muitas vezes outras são as pessoas que nos acompanham.

Esta viagem é assim. Cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, chegadas e partidas. Sabemos que este trem somente realiza a viagem de ida. Então tratemos de viajar o melhor possível, tentando manter uma boa relação com todos os passageiros. Procurando o melhor de cada um deles. Lembrando, sempre, que em algum momento da viagem alguém pode perder as suas forças e devemos entender isso. Também nos vai acontecer isso. Certamente alguém o entenderá e nos ajudará.

O grande mistério dessa viagem é que não sabemos em qual estação será a nossa vez de desembarcar. Penso: quando tenha que baixar do trem terei saudades? A minha resposta é sim, porque deixar os meus filhos viajando sozinhos será muito triste e separar-me dos amores de minha vida será doloroso. Mas tenho a esperança de que em algum momento voltaremos a nos encontrar na estação principal. E terei a emoção de vê-los chegar com muito mais experiência do que tinha ao iniciar a viagem. Serei feliz ao pensar que em algo pude ajudar para que eles tenham crescido como pessoas.

Agora neste momento o trem diminui a velocidade para que subam e baixem pessoas. A minha emoção aumenta conforme o trem vai parando. Quem subirá? Quem baixará? Quem será? Gostaria que você pensasse que o desembarcar do trem não é somente uma representação da morte ou o término de uma história que duas pessoas construíram e que por motivos íntimos deixaram desmoronar. Estou feliz de ver como certas pessoas, como nós, têm a capacidade de reconstruir para voltar a começar. Isso é sinal de luta e garra. E saber viver é saber ver o melhor de todos os passageiros.

Quem escreveu tudo isso disse, agradeço a Deus porque estamos realizando essa viagem juntos, ainda que as vezes os nossos assentos não estejam próximos, certamente o vagão em que vamos e o maquinista são os mesmos.

(Traduzido do áudio Pe Jorge Nardi)