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Trabalho, carreira & vida: qual é a sua escolha?

Fui agricultor até os vinte anos. Meus irmãos ainda são agricultores. Meus sobrinhos, em determinado momento da vida, ficavam na dúvida se continuavam os estudos ou seguiam os passos dos pais. Numa das muitas conversas com os sobrinhos, disse o seguinte:

– Olha, por mais que os pais de vocês conheçam tudo sobre agricultura, eles não podem ser agrônomos. Porém, um agrônomo sempre poderá ser um agricultor, ainda que não tenha tanto conhecimento prático como os pais de vocês.

Essa foi parte da argumentação para que os meus sobrinhos não parassem de estudar e seguissem um plano de formação profissional que lhes permitisse fazer escolhas. Não se trata de desvalorizar as profissões que não requerem uma formação profissional específica, mas de salientar a importância da preparação para se exercer livremente determinadas escolhas.

Os estudos, em determinadas áreas, vão preparar o indivíduo para exercer uma profissão com o reconhecimento da sociedade. Desse modo, para ser um Engenheiro Agrônomo, um Dentista ou um Advogado é preciso que se faça a faculdade de Engenharia Agronômica, de Odontologia ou de Direito. São marcos regulatórios da nossa sociedade. Isso não quer dizer que não existam agricultores, dentistas práticos e não formados em direito que conheçam mais da respectiva atividade do que muitos graduados. A questão que aqui se coloca é a importância do reconhecimento. Nos dias de hoje, você, agricultor, aceitaria que alguém sem a devida formação técnica desse a assistência para a sua lavoura? Você, paciente, iria até um consultório de um dentista sabendo que ele não tem formação? Você, demandante, contrataria alguém para o defender em tribunal sem que ele tivesse a formação e o reconhecimento da sua profissão? Não. Por isso, ao cobrar de meus sobrinhos que continuassem os estudos para que concluíssem uma faculdade e obtivessem o reconhecimento que somente a educação formal oferece, além de trabalho, eu falava de carreira e de vida.

O trabalho é a base para que cada um possa conseguir o seu sustento com o suor do seu rosto. É bíblico.

Assim, trabalho é o esforço realizado pelas pessoas para atingir as suas metas por meio de atividades específicas. Realiza-se no dia a dia. A ideia de carreira resulta do percurso dos diferentes trabalhos realizados ao longo dos anos. Até há pouco tempo, a carreira era pensada de forma linear em que se assumiam responsabilidades em ordem crescente conforme os anos passavam e estava muito mais fortemente associada a uma profissão escolhida. Atualmente,

… a carreira é a busca individual com base em desafios.

mbora uma carreira possa acontecer independentemente de uma formação técnica específica, a faculdade tem papel fundamental para que se possa conseguir trabalho, construir uma carreira e fazer escolhas na vida.

Vida são as escolhas que fazemos que nos permitem ter um trabalho e construir uma carreira.

Enfim, mais uma vez destaco a conversa tida com os meus sobrinhos. Um agrônomo pode ser um agricultor, um apicultor, um jardineiro, um tirador de leite ou realizar qualquer outra atividade ligada a zona rural. Ele pode construir a sua carreira e passar a sua vida como escolher. Porém, o contrário não é verdadeiro. Um agricultor não pode construir a sua carreira fora das limitações de sua atividade e ser um agrônomo, por exemplo. O mesmo raciocínio se aplica às demais profissões.

Desse modo, entendo que o trabalho é uma necessidade individual, assim como um direito e uma obrigação coletivas e acontece no dia a dia. A carreira é uma construção deliberada ao longo do anos como resultado das escolhas feitas na vida.

Por isso, estudar é uma forma de exercício da liberdade na vida, que nos permite construir uma carreira e, inclusive, escolher o trabalho.

Quais são as suas escolhas?

 

Moacir Rauber

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Em 2018 não seja o jabuti no poste!

O rapaz caminhava pela rua quando se depara com um jabuti no alto de um poste. Ele passa a observá-lo e pensa: o que um jabuti está fazendo no alto de um poste? Como ele chegou até lá? Sempre que ouço a piada, involuntariamente, esboço um sorriso. Ao se levar a analogia para o meio político ela está repleta de exemplos, pois são muitos aqueles políticos que não se sabe como chegaram onde estão e, principalmente, o que eles fazem onde estão. São os jabutis no poste. Na gestão pública, os ditos cargos de confiança acolhem tantas pessoas em funções sem que se tenha noção de como lá chegaram e o que fazem lá. São os jabutis no poste. No meio organizacional privado também são encontradas pessoas em posições que muitas vezes não se tem ideia de como lá chegaram e o que fazem lá. Talvez em menor número, mas são os jabutis no poste. Porém, sabe-se muito bem que nenhum jabuti sobe num poste sozinho. Ele precisa da ajuda de alguém para lá chegar. Da mesma forma, no nosso modelo social ninguém chega ou vai a algum lugar sozinho, porque não há função ou posição que tenha sentido isoladamente. Onde quer que alguém esteja ou aonde quer que alguém vá é obrigatória a participação de outras pessoas para lá chegar e lá se manter. Por isso, desejo que em 2018 você esteja onde deseja estar, mas que não seja um jabuti no alto de um poste. Como não ser o jabuti no alto do poste?

Entendo que o jabuti no alto do poste desfrute de uma visão privilegiada e é o que espero que cada um possa fazer em sua vida. Porém, acredito que uma pessoa que se compare a um jabuti não consiga usufruir tranquilamente dos benefícios dessa posição. Para aproveitar a oportunidade de estar numa posição excepcional é preciso não ser um jabuti e reconhecer a participação dos outros nessa empreitada. Desse modo, para não ser o jabuti no poste se pergunte: (1) como cheguei até aqui? Ao responder essa pergunta você verá quantas pessoas o ajudaram a chegar onde você está. Assim, pergunte-se também: onde estão as pessoas que me ajudaram a chegar até aqui e por que elas não estão comigo? Saiba que se as pessoas que o ajudaram a chegar na sua posição forem reconhecidas elas o ajudarão a permanecer onde você está. Portanto, contribua para que elas também possam desfrutar de excelentes posições, ainda que não seja ao seu lado. Depois, observe novamente a sua posição e se pergunte: (2) o que estou fazendo aqui e quais são os benefícios para os outros pelo fato de eu estar onde estou? Saiba que você somente poderá permanecer e usufruir tranquilamente da sua posição se os benefícios proporcionados aos outros forem maiores do que o custo para lá estar. Ao responder a pergunta, espero que esteja claro que a sua posição contribui para que os outros também possam ter uma visão excepcional daquilo que querem olhar.

Enfim, desejo que em 2018 você possa estar onde você quiser estar. Aproveite, desfrute e contribua para que as outras pessoas também possam fazê-lo. Não seja um jabuti no alto de um poste. Dessa forma, desejo que você seja excepcional naquilo que você dá de retorno para aqueles que o ajudaram a chegar no lugar onde você está. Dê sentido àquilo que você faz que você sempre estará no lugar que deseja estar. Há lugar para todos!

Que em 2018 você esteja onde quiser estar!

Moacir Rauber

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