O homem seguia com seu cavalo por uma estrada e ao passar por outro homem que estava sentado à beira, este lhe perguntou:
– Para onde o senhor está indo?
– Pergunte ao cavalo… Respondeu o primeiro.
É uma história antiga sobre como as pessoas não assumem o protagonismo da própria vida. Existem muitos cavalos em nossas vidas que podem nos levar para lugares que não queremos ir, entre eles as emoções. E são muitas as pessoas que deixam o cavalo das emoções dar o rumo da sua vida. As pessoas que se orgulham de falar, de expressar e de demonstrar tudo o que sentem no momento que sentem entregaram o comando da vida ao cavalo das emoções. Quando estão com raiva gritam, esperneiam e agridem, acreditando que são autênticas. Não são. Elas estão deixando o cavalo dar a direção da sua vida, porque reagem sem a racionalidade de um ser humano. Quando estão com medo atacam, fogem ou paralisam. Outra vez é o cavalo dando o rumo ao não controlar uma emoção natural. Quando estão alegres cantam, pulam e abraçam. Não se importam com os outros, porque o cavalo continua no comando. Quando estão tristes se lamentam, acusam e choram. Mais uma emoção natural, mas se quisermos fazer de nossa vida algo melhor não podemos deixar que o cavalo a comande.
Não tem nada de errado com nenhuma das emoções, como a raiva, o medo, a alegria ou tristeza. Elas são básicas do ser humano e acontecem com aqueles que nascem na Índia, no Japão, na Austrália, no Canadá ou no Brasil. Essas emoções existem em qualquer ser humano. A diferença está com aquilo que cada um faz com as emoções que o acometem. Ao enfrentarmos uma situação de injustiça que nos produz a raiva é natural que façamos algo. Porém, ao reagirmos imediatamente gritando, esperneando e agredindo, não temos tempo para agirmos em conformidade com a racionalidade de que dispomos. O mundo pode não ser justo, mas nós podemos ser justos ao dominarmos o nosso cavalo da raiva. Ao vivenciarmos uma situação que nos provoque medo, o momento em que paramos e respiramos fundo permitirá que assumamos o controle do cavalo para avaliarmos qual é a melhor ação a ser tomada. Muitas vezes, o medo sequer é real, ele é apenas resultado de um cavalo assustado. Ao experimentarmos momentos de alegria a reação resultante também pode demonstrar quem está no comando do cavalo da sua vida. Extravasar cantando, pulando e abraçando é muito bom, porém é importante saber se os cascos do cavalo não machucam aqueles que de repente não estão no mesmo momento que você está. Enfim, ao passar por um quadro de tristeza é natural se lamentar, chorar e até acusar, porém como e quando se vai fazer é que mostrará quem dá a direção da sua vida: você ou o cavalo da tristeza.
Desse modo, entendo que o protagonismo da vida depende de como cada um doma o cavalo das próprias emoções. Sentir raiva, medo, alegria e tristeza é natural para cada pessoa, porém, deixar-se levar ou domar o cavalo das emoções é uma escolha. Como nós agimos com as emoções quando nos deparamos com situações que as desencadeiam é que dará a dimensão de quanto nós dirigimos o nosso cavalo ou é ele que nos leva. Portanto, é o controle das reações e o domínio das ações que vai determinar se é você ou é o cavalo quem está no comando da sua vida.
Quem está no comando da sua vida?
Moacir Rauber
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