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O ano de 2019 será de inovação. Mas o que é inovação?

– A tecnologia de que dispomos hoje é Inovação?

A pergunta foi dirigida ao público de um fórum de inovação e recebeu um sonoro “sim” como resposta da plateia. Na sequência foi conduzida uma atividade em grupo que reproduziu o barulho de uma chuva. Com movimentos coordenados os participantes fizeram sons que iniciaram suavemente os sons da chuva e, em ordem crescente, pode-se ouvir o ruído de uma chuva torrencial. Depois de alcançar o pico do som da chuva, o som voltou suavemente em ordem decrescente até desaparecer por completo. As pessoas que participavam da atividade tinham a nítida impressão de que a chuva acontecera. A reflexão da atividade era a de que as pessoas deveriam fazer chover em termos de inovação em seus ambientes organizacionais. Com relação a pergunta inicial, particularmente, eu discordo com a resposta da plateia que acredita que a tecnologia de que dispomos hoje seja inovação, assim como a chuva não é uma inovação. Entendo que a tecnologia atual seja apenas o resultado da inovação e não a inovação em si, assim como a chuva imaginária é o reflexo de uma ação deliberada e não é a chuva. O que se vê, se ouve e se usa é apenas a expressão externa de uma inovação que já aconteceu dentro de alguém. Mas então o que é inovação?

O conceito de inovação refere-se ao ato de inovar por meio da alteração de costumes, a renovação de processos, a modificação da legislação, a criação de novos equipamentos ou a adoção de um novo viés para algo antigo. No âmbito empresarial e organizacional a inovação está muito atrelada a ideia de lançar novos produtos e serviços em oposição a produtos e serviços antigos. Destaque dado para tudo aquilo que envolve o digital e o virtual em oposição ao analógico e ao físico. Tem um pouco de verdade nisso tudo, porém antes de que a inovação tecnológica seja uma realidade visível, passível de ser sentida e experienciada, ela precisa ser criada e gerada num local invisível: dentro de quem a propôs. O exemplo da chuva no auditório ilustra isso. A chuva não existiu, mas ela foi real dentro de cada um que participou do movimento. Da mesma forma, tudo aquilo que consideramos inovador hoje em dia, como o modelo Uber de negócios ou o exemplo Bla Bla Car de caronas, já existia dentro de alguém antes de ser exibido. Teve alguém ou várias pessoas que pensaram, criaram, planejaram, expuseram, conectaram e, por fim, a inovação apareceu. Portanto, inovar é muito mais do que simplesmente criar apetrechos tecnológicos.

Inovar tem a ver com uma forma de ver o mundo, com a postura e o comportamento em que são aproveitadas as potencialidades individuais para resolver problemas coletivos. Para isso é preciso criar e conectar para que a inovação seja uma realidade.

Enfim, 2019 será um ano excelente para inovar com as pessoas, porque em tempos em que tudo é descartável resgatar, restaurar e preservar relações é uma inovação.

Todas as inovações precisam ser criadas, porém é fundamental que existam relações que as tornem relevantes. São as relações que criam conexões entre as pessoas que fazem com que a inovação apareça. Por isso, se ainda não podemos fazer chover na natureza quando nós queremos, vamos fazer chover nas nossas relações no Ano Novo. Vamos inovar!

O que você vai inovar em 2019?

Moacir Rauber

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