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VOCÊ SE CASARIA CONSIGO MESMO?

Fonte: BING IA

Você se casaria consigo mesmo?

Minha esposa e eu fazemos leituras conjuntas e terminamos de ler o livro “A liberdade é uma escolha” de Edith Egger. Entre as reflexões, ela faz a pergunta: você gostaria de ser casado com você mesmo? Estávamos frente a frente e a pergunta era dirigida para cada um de nós. Muitas vezes, quando fazemos uma formação de desenvolvimento pessoal pensamos: “quem deveria estar aqui é minha esposa”, ou ainda meu pai, meu colega de trabalho, meu chefe ou meu empregado, entre outros exemplos. Entretanto, a pergunta era individual e não havia margem para que fosse dirigida ao outro. Era essencial responder.

Avançando para outros papéis, poderia perguntar-me: eu gostaria de ser o meu líder na empresa em que trabalho? Ou ainda, eu me contrataria como colaborador e como eu seria sendo meu colega?

Primeiro, ao pensar como seria a minha conduta como chefe ou líder, é essencial fazer o exercício de encontrar as qualidades e as competências dele esperadas e quais delas disponho. Para um líder é fundamental ter uma visão estratégica do negócio em que se atua para ter um conjunto de informações que permitam tomar as decisões mais acertadas, assim como é relevante exibir a competência da adaptabilidade no atual cenário. Igualmente, é esperado de um líder a empatia, a integridade e a resiliência num mundo cada vez mais disruptivo, mantendo-se alinhado com os valores individuais e as diferentes necessidades. Além disso, para ser um bom líder é importante se avaliar sobre as competências comunicacionais, o modelo inspiracional e motivacional que se representa, assim como se o comportamento demonstrado é capaz de desenvolver talentos e gerir conflitos. Você gostaria de ser o seu líder? Ao fazer este exercício voltado para si mesmo com respostas autênticas podemos facilmente concluir que existem competências a serem desenvolvidas e que, talvez, o meu líder tenha muitas delas.

Da mesma forma, não importa a função que você exerça, pergunte-se: você se contrataria como colaborador? Você se escolheria como colega? A autenticidade da resposta pode nos dar muitos indícios sobre a nossa situação atual e os caminhos a seguir na nossa jornada organizacional. Assim, ao responder a essas perguntas posso obter respostas sobre as minhas competências de proatividade, deassunção de responsabilidades e de conduta que me permitem ser um bom colega com capacidades adaptativas nos trabalhos colaborativos exigidos numa equipe. Além disso, nos permite ver se estamos abertos a aprender, avaliando as habilidades comunicacionais frente às divergências para buscar resultados positivos nos potenciais conflitos. Por fim, ao pensar se me contrataria ou me escolheria como colega, faço uma autoavaliação do meu comportamento ético, considerando ética aquilo que fazemos ainda que não sejamos vigiados.

Enfim, líder ou liderado é essencial ser um Ser Humano melhor.

Assim, voltando a pergunta proposta por Egger sobre ser casado consigo mesmo, as questões orientativas propostas podem ser levadas para as relações em outras esferas. Gostaria de ser o meu pai? Em alguns pontos sim em outros nem tanto. Como me reconheço como filho e irmão? Como filho minhas escolhas não foram sempre acertadas e como irmão ainda posso melhorar. São questões dirigidas a mim que me fazem pensar e repensar as atitudes em diferentes domínios das minhas relações pessoais, inclusive como amigo. Sou um bom amigo? Mais uma pergunta que me permite mudar comportamentos. Por fim, indagar-se sobre quais as competências são essenciais para manter uma relação saudável ou sobre comportamentos que podem manter um casamento, a motivação dos liderados ou a relação com o líder pode fazer a diferença.

Desse modo, parar e pensar sobre as perguntas propostas para a área organizacional pareceu-me fácil, porque respondê-las estando em frente ao cônjuge foi desafiador. Contudo, foi um momento de conversa autêntica e reveladora em que, sinceramente, ainda não sei se casaria comigo, mas fico feliz que a minha esposa tenha me escolhido, deixando-me o compromisso de melhorar como pessoa.

Moacir Rauber

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