GASTAR DINHEIRO ATÉ UM TOLO SABE…

Fonte: IA COPILOT

Gastar dinheiro qualquer tolo sabe…

Há alguns anos, quando surgiram as máquinas de café em cápsulas, visitei um amigo que havia comprado a maravilha do momento. Mostrou-me como funcionava e a sua praticidade, em seguida, ofereceu-me um café expresso feito na hora. Uma maravilha. Algum tempo depois, esse mesmo amigo me visitou e fomos até a cozinha onde preparei um café. Ao ver que não tinha a máquina de cápsulas, ele disse:

– Que mão de vaca, ainda não comprou uma máquina?

– Não, respondi. Gosto muito dessa cafeteirinha…

O consumo é o motor da economia que reverte em bem estar social e renda, uma vez que produz riqueza e cria empregos. Igualmente gera arrecadação de impostos que retorna em serviços para a própria sociedade. É um modelo que deveria funcionar bem, desde que fôssemos conscientes de nossas responsabilidades referentes a capacidade produtiva e, consequentemente, do consumo derivado dela. A realidade, entretanto, é diferente. Por um lado, o mercado desenvolve e vende produtos que atendem as necessidades das pessoas. Por outro lado, o mesmo mercado inventa, cria, desenvolve e vende produtos sem que isso atenda a uma necessidade, são as modas. Trata-se de uma armadilha em que muitas pessoas caem ao gastar mais dinheiro do que a sua capacidade produtiva, ao ver no modismo uma necessidade. Assim, terminam por comprar o que não necessitam com dinheiro que não tem para atender necessidades que não existem.

A necessidade existente ao consumir café, como a conexão, o bem estar ou o ritual que traz ordem e paz, era e ainda é atendida pela cafeteira de pressão estilo italiana. Esta, foi patenteada em 1933 com sua simplicidade e capacidade de produzir um bom café. Logicamente, o meu amigo não se deu por vencido e argumentou sobre a maravilha da cafeteira em cápsulas, com as quais eu concordo. De todas as formas, cada um com as suas escolhas.

Na minha forma de ver o mundo, procuro comprar o que necessito com o dinheiro que tenho. Não se trata de ser mão de vaca ou tacanho, contudo, comprar algo que exija que ganhe mais dinheiro para sustentar uma necessidade que não tenho não me parece tão inteligente. Nesse ponto voltamos ao mercado, pois ele tem a capacidade de transformar comportamentos e desejos em moda que se consome.

Portanto, a necessidade atendida ao se consumir um bom café é transformada em desejo de comprar uma máquina de cápsulas. É importante ter claro de que a máquina é apenas uma estratégia de atender uma necessidade, como pode ser o uso de uma cafeteira comum. Comprar a máquina é uma escolha individual. Num movimento semelhante, o mercado inventou, criou, desenvolveu e nos vende produtos, como anabolizantes, cigarros eletrônicos ou unhas postiças para atender uma suposta necessidade. Pergunto: qual seria a necessidade atendida pelos produtos mencionados? Provavelmente, as necessidades atendidas poderiam ser de apreciação, aceitação, valor próprio ou auto estima. Contudo, seriam essas as estratégias mais apropriadas para atender tais necessidades? A resposta é de cada um.

Por fim, o mercado continua a nos vender produtos e serviços para atender determinadas necessidades e para isso segue inventando, criando e desenvolvendo novidades. Assim, de tempos em tempos aparecem as novas “necessidades” que nos enlouquecem como um “morango do amor”, uma ayerfreyer ou outro produto qualquer que parece impossível que não o compremos. Frente a isso, o que fazer? Creio ser importante responder: qual é o preço que te cobra o produto ou o serviço comprado? Ter em mente a necessidade a ser atendida, lembrando da relação custo benefício daquilo que se compra e quanto do teu tempo de trabalho ele vai consumir. São questões a serem consideradas antes de comprar aquilo que você quer.

Na semana passada visitei o meu amigo que me ofereceu um café. Vi que ele o preparou com filtro, pó e água quente. Perguntei: e a máquina de cápsulas? Ele respondeu: ahh, descartei, ela dava muitos problemas…

Lembre-se, gastar dinheiro qualquer um sabe, inclusive um tolo. Por isso, domesticar a vontade para resistir aos desejos está na base de fazer feliz uma jornada.

“Nascemos originais e morremos fotocopias” (Carlos Acutis).

CUIDADO PARA NÃO COMER PEIXE PODRE…

Fonte: IA GEMINI

Cuidado para não comer peixe podre…

O pedido havia sido feito, agora bastava esperar alguns minutos e poderia desfrutar da explosão de sabores prometida na experiência de comer o lanche mais saboroso do mundo. Seguramente encontraria carne tenra, queijos saborosos, pão macio, folhas de alface, rodelas de tomate, muita maionese, grande quantidade de ketchup, mostarda e outros ingredientes que ele não fazia ideia. A lembrança do sabor era tão forte que começava a salivar antes mesmo da chegada do seu pedido. Logo que chegou deu a primeira mordida e exclamou:

– Que coisa boa!

Em seguida, devorou o lanche alcançando o prazer esperado.

O exemplo se aplica a outros momentos de nossas vidas em que somos estimulados, ou permitimos ser, a consumir com rapidez. Assim, podemos navegar pelas lembranças sobre a primeira paixão ou o primeiro emprego. A experiência, provavelmente, foi forte, intensa, profunda e, muitas vezes, revigorante. Porém, chega um tempo que não se sente com a mesma intensidade, ainda que se esteja no mesmo lugar com as mesmas pessoas e com a mesma experiência. Depois, começa a parecer uma triste repetição de algo que não mais nos encanta, nem nos envolve e muito menos nos emociona. A expansão do prazer imediato encontra o seu limite e assim buscamos uma nova experiência. Do que estamos falando? Da descrição dos viciados em prazer induzidos pela ditadura do sentir.

G. K. Chesterton, escritor inglês nascido no final do século XIX, alertava para uma confusão entre os sentimentos e o compromisso, fato que nos tem atingido em diferentes esferas da vida cotidiana. Os casamentos são menos duradouros porque sempre queremos “sentir” como no primeiro dia. As amizades se desvanecem porque não me abraçou com sentimento. O trabalho já não me satisfaz porque falta emoção. E assim seguimos rolando o dedo pela tela do celular buscando o próximo vídeo para obter o prazer imediato. Está bem sentir com intensidade, porém é o compromisso que nos mantém conectados com as nossas escolhas.

É importante lembrar que sentir está na base de nossas emoções. Assim, sentir é tomar consciência, perceber, adivinhar, intuir ou registrar as emoções que nos são naturais, como a alegria, a tristeza, o medo, a raiva, a surpresa e o nojo. Por isso, o sentir, com sua volatilidade natural, vem primeiro e o compromisso, com a força da escolha, vem em seguida. Entenda-se compromisso como a promessa de cumprir com determinadas condições assumidas com outra parte. O compromisso é com a outra parte, entretanto ele tem origem dentro de cada um a partir de uma convicção individual que livremente nos faz assumir a responsabilidade.

A partir daqui a solidez do compromisso passa pela força de resistir a volatilidade dos sentimentos. Ceder à busca incessante por prazer imediato nos transforma em viciados. Parece duro, porém, o que é senão vício irritar-se quando algo já não me provoca êxtase como na primeira vez? O que é senão dependência quando consumimos redes sociais conscientes de que perdemos nosso tempo e liberdade? O que é senão compulsão quando sabemos que comemos algo ruim, porém o importante é que seja saboroso? Assim, seguimos comendo aromatizantes, conservantes e corantes presentes em grande quantidade naquela explosão de sabores encontrada no fast food pedido. Nessa lógica, podem nos servir um peixe podre, desde que o cheiro e o sabor sejam bons, consumiremos.

Você consegue resistir à ditadura dos sentimentos?

Cada um com as suas escolhas, porém eu acredito que a ditadura dos sentimentos nos afasta dos compromissos assumidos, pois eles exigem esforço, dedicação e amor. Aquela emoção inicial que faz brilhar os nossos olhos está na paixão que pode nos levar ao amor duradouro, mas para isso é preciso compromisso. São os compromissos que fazem um matrimônio perdurar, assim como uma amizade eterna. São os compromissos que mantém a força dos laços de sangue que se comprovam nas relações de pais e filhos, de irmãos, de tios e de sobrinhos.

Quais são os teus compromissos? Mantenha-os, senão terminará comendo peixe podre.

Moacir Rauber

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O DOMESTICADOR: A FELICIDADE ESTÁ NA JORNADA!

Fonte: Pixabay

O DOMESTICADOR: A FELICIDADE ESTÁ NA JORNADA

Ele cumpria cinquenta anos de trabalho e em todos esses anos sempre esteve disponível para as demandas da sua organização e de seus clientes. Igualmente, era o dia em que completava oitenta anos de idade com um sorriso de menino, a disposição de um adulto e a sabedoria de quem alcançou a maturidade, o que nem sempre acontece com a idade. Era chegada a hora de que mais uma vez ele se mudasse de lugar, porque a sua organização havia designado que ele voltasse para a matriz. Ainda assim, a felicidade estava expressa em sua face. Ele comentou:

– Deixarei aqui muitos amigos, mas estou feliz. É que a jornada foi boa. Ainda é… riu.

Ao vê-lo, veio-me à mente o diálogo de um Abade com um jovem monge.

“O abade perguntou ao monge:

– O que você fez hoje?

– Oh, hoje tive que domar dois falcões, aprisionar a dois servos, adestrar dois gaviões, vencer um verme, dominar um urso e cuidar de um doente.

– Como assim? Não há como fazer tudo isso no mosteiro.

– Não é no mosteiro, Abade, é em mim.

E prosseguiu:

– Os dois falcões são meus olhos que muitas vezes se fixam na maldade. Preciso vigiá-los!

– Os dois veados são as minhas pernas que se não controladas me levam para onde não quero ir…

– Os dois gaviões são minhas mãos que devo educá-las para fazer boas obras.

– Minha língua é o verme que se não dominado lastima, machuca e envenena outras pessoas.

– O urso é o meu coração com quem devo lutar constantemente para não viver centrado em mim num auto amor vaidoso.

– E o doente é todo o meu corpo…do qual devo cuidar para não ser dominado pela luxúria.”

É uma analogia que mostra o exercício de caráter que pode nos levar a que nos afastemos de uma vida instintiva para assumir o seu controle, aproximando-nos da felicidade. E isso se aplica a qualquer um de nós em nossas lutas pessoais para aprender a domesticar-nos internamente para ter êxito nas relações com as pessoas ou organizações.

Voltemos a observar o nosso amigo que se despedia. Ele estava alinhado com os valores da sua organização e com os votos feitos: obediência, pobreza e castidade, além do compromisso de viver em comunidade.

Ele é um sacerdote e pela obediência arrumou os seus pertences. Olhamos o que ele havia acumulado nos últimos catorze anos em que esteve na casa: uma mala de roupas, uma mala de livros, um computador e mais algumas coisinhas. Na realidade, era o acumulado durante toda uma vida. Era espantoso para a nossa (minha) visão de mundo ver na prática o voto de pobreza, em que se usam os bens materiais e intelectuais sem se apegar a eles.

Pelo voto de castidade, os padres aprendem a se sobrepor aos instintos mais fortes dos seres humanos, como a energia sexual. Eles se abstêm, mas nós poderíamos aprender a cuidar de nossos desejos para não precisar abortar crianças.

Pelo voto de obediência, os padres conseguem manter os dois votos anteriores cumprindo com a sua missão numa jornada que é marcada pelo profundo sentido da vida a partir da espiritualidade.

Talvez nesse caminho é que as pesquisas científicas mostram que os padres, assim como outras pessoas que desenvolvem uma espiritualidade profunda, são as pessoas mais felizes do mundo.

Enfim, são pessoas que aprenderam a ver o mundo sob uma perspectiva de amor, assim como têm a convicção de que sabem de onde vieram, onde estão e para onde vão. Além disso, as suas atividades sempre se voltam para o bem do outro, fazendo que esse bem volte para si mesmo em forma de felicidade. Por fim, os padres e as pessoas mais felizes do mundo não julgam, apenas perdoam.

Portanto, é essencial entender que a felicidade está na jornada e que ela passa por domesticar os nossos bichos internos.

Desejo uma boa Jornada ao aprender a ser Domesticador de Si Mesmo!

Moacir Rauber

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Fonte da Analogia: Palabras de Aliento – Pe. Jorge Nardi

Dedicado ao Pe. Bertrand De Vetter

SILÊNCIO E FALA: QUAL É A TUA INTENÇÃO?

Fonte: COPILOT

Silêncio e Fala: qual é a tua intenção?

A reunião de encerramento da semana estava agendada e começaria no horário, entretanto a responsável pelo pós-vendas ainda estava atendendo a uma cliente. Cinco minutos atrasada ela chegou e pediu para falar. Estava nervosa e irritada, porque os problemas se repetiam com a mesma cliente. Ela expôs a situação misturando fatos e julgamentos em que mencionava pontos verificáveis e acrescentava opiniões sobre o comportamento da cliente. Os demais a escutaram e fizeram silêncio. A representante dos serviços de pós-venda, igualmente, silenciou por um momento esperando que o gerente da unidade se posicionasse, uma vez que a responsabilidade final era dele. O gerente não falou, entretanto, sua expressão estava carregada de uma fúria silenciosa. Assim, a posição não veio. O silêncio agora era constrangedor. A responsável pelo pós-vendas foi vencida pela irritação e desqualificou a cliente, dirigindo-se ao gerente. Finalmente, o gerente falou. Ele começou resgatando situações que envolviam a representante de pós-venda, expondo-a, destacando pontos em que ela se havia equivocado.

Quais são os principais elementos da situação? Acredito que os principais elementos presentes na situação nos mostram o silêncio e a fala no processo de comunicação, em que cada um deles pode ser usado para uma finalidade ou outra. Por um lado, pode-se usar o silêncio para ponderar, mas também para menosprezar. Pode-se usar o silêncio para discernir, mas também para acusar. Pode-se usar o silêncio para respeitar, mas também para ofender. Pode-se usar o silêncio para diferenciar, mas também para expor. Enfim, o silêncio é uma das formas de comunicação mais eloquentes de que nós, como seres humanos, dispomos. Por outro lado, a fala pode ser usada para desmerecer, mas também para promover. A fala pode ser usada para incriminar, mas também para defender. A fala pode ser usada para ridicularizar, mas também para honrar. A fala pode ser usada discriminar, mas também para igualar. Desse modo, a fala é uma estratégia única de comunicação que somente os seres humanos dispõem. Por fim, acredito que o silêncio e a fala deveriam ser usados para conectar as pessoas, mas nem sempre é assim.

O que o silêncio e a fala podem nos ensinar sobre comunicação? As opções de uso desses dois recursos comunicacionais são muitas, porém há algo que antecede o seu uso: a intenção! O que está por trás do silêncio? Qual é a intenção ao falar? Na situação exposta, a intenção inicial da fala da responsável pelos serviços de pós-venda era a de compartilhar um problema que afetava a todos na empresa em que uma cliente sempre queria ter razão, ainda que não tivesse. A irritação presente na fala, misturando fatos e julgamentos, criou lados, deixando a responsável pelos serviços de pós-venda de um lado e o gerente de outro lado. Faltou silêncio antes de falar. A fala, ainda que de maneira indireta, fez com que o gerente se sentisse desmerecido e ridicularizado. Veio o silêncio que foi usado pelo gerente, intencionalmente, para expor e ofender. Sobrou silêncio. Portanto, a intenção do silêncio e da fala é o elemento essencial para que a comunicação pondere, discirna, respeite, diferencie, promova, defenda, honre e iguale sem criar lados.

Há muitas técnicas e recursos comunicacionais que podem ser usados para estabelecer uma verdadeira conexão, entretanto, todos eles são antecedidos pela intenção. Qual é a tua intenção ao falar e ao silenciar? É ela que vai determinar a tua forma de comunicação ao reconhecer que o mundo é redondo e assim como numa organização, numa relação, numa cidade, num estado e num país não temos lados. Somos únicos, somos múltiplos e necessitamos da conexão que se produz no silêncio e na fala.

Moacir Rauber

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TEMPOS DIFÍCEIS… AMOR DURADOURO!

Tempos difíceis… Amor duradouro!

Na maioria das cerimônias de casamento, pode-se ver na expressão dos noivos a alegria, o entusiasmo e a satisfação de quem está dando um passo a mais rumo a felicidade em que o amor é a base. Acredito que o caminho percorrido e a história vivida está na raiz do amor de matrimônios duradouros. Entendo que o matrimônio não deve representar apenas o desejo de desfrutar de um momento idealizado que termina ao ser confrontado com a realidade. No matrimônio a expansão dos envolvidos deve ser a realidade. Na sexta-feira passada estivemos presentes num desses momentos. Qual havia sido o caminho dos noivos até o momento?

A história do jovem casal remonta ao período da pandemia. Ela minha enteada, ele meu sobrinho. Fazia pouco tempo que eu convivia com a minha esposa e menos tempo ainda que a enteada viera viver conosco, uma jovem de dezoito anos. Naquele ano, o meu sobrinho e afilhado viria passar o Natal conosco, entretanto ele não sabia da presença da enteada, assim como ela não o conhecia. Quando ele chegou, nós o fomos buscar na rodoviária. De longe o vi parado na beirada da calçada, entretanto havia uma vaga para estacionar um pouco mais adiante. Ao passarmos por ele, a minha enteada o olhou e comentou sem saber quem era:

– Que rapaz lindo! Num comentário despretensioso.

Logo que estacionei, ele se aproximou e me cumprimentou. A minha enteada ficou completamente ruborizada ao vê-lo entrar e sentar-se ao seu lado. Apresentações feitas sem que ele soubesse falar espanhol e sem que ela falasse português, assim como minha esposa que eram de Buenos Aires. Cabia-me fazer a ponte entre os falantes de português e de espanhol. Pensava, “Como vai ser o convívio e a comunicação?… Bom, deixa acontecer”. Chegamos em casa sem muitas palavras trocadas entre os dois, porém à noite começamos a jogar cartas e surgiram as alternativas. Além do português, do espanhol, do portunhol e das mímicas usadas para estabelecer a comunicação, os dois começaram a falar em inglês. Haviam encontrado um caminho. O jogo terminou e a conversa continuou. As férias do meu sobrinho em Florianópolis terminaram e ele voltou para a sua cidade (Toledo-PR). Assim, a distância e as restrições de controle da COVID os separaram. Entretanto, foram eles que se casaram. O que aconteceu?

Há um ditado oriental que diz: “…tempos difíceis criam homens fortes”. Creio, sinceramente, que esse ditado pode ser aplicado aos matrimônios que se sustentam no tempo, porque assim como tempos difíceis criam homens fortes, as situações desafiantes constroem um amor duradouro. Mas, o que é um amor duradouro?

Para muitos o amor de que falamos é um sentimento originado da paixão entre duas pessoas que formam um casal. Acredito que a paixão é a chispa e o amor é um processo derivado das escolhas diárias. A chispa surgiu entre os jovens, o amor, entretanto, é muito mais do que a paixão. O amor é uma construção que exige contato, esforço, dedicação e comprometimento não apenas por uma semana, mas para a vida inteira. É esse entendimento que os casais de relacionamentos duradouros têm. Penso, sinceramente, que é isso que vejo na relação desses dois jovens. Fisicamente, eles se afastaram por um ano inteiro, porém se mantiveram em contato. Falavam e compartilhavam suas histórias todos os dias, em segredo. Com o esforço próprio, a dedicação e o comprometimento de um para com o outro começaram a construir o amor. Enquanto a paixão é fugaz e impulsiva, o amor é duradouro e paciente. A paixão se não alimentada, extingue-se. O amor se não construído, desaba. Nesse intercalar, eles seguiram alimentando a chispa da paixão e construindo o amor.

Finalmente, creio que o matrimônio do meu sobrinho e da filha de coração nasceu de uma situação desafiante para crescer, florescer e se solidificar com frutos saudáveis em que ambos se expandem. É isso que vi no casal que disse “sim”!

Moacir Rauber

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História de Bárbara e Juliano Fischer Rauber

Por Romina & Moacir Rauber

OS SEGUIDORES

Livro de 2007 é mail atual do que nunca:

“Tem-se revelado mais vantajoso para nós unirmo-nos na direção errada do que mantermo-nos sós na direção certa. Aqueles que seguiram o idiota assertivo em vez da pessoa introspectiva e sensata passaram-nos alguns de seus genes. Isto pode-se verificar através de uma patologia social: os psicopatas congregam seguidores.”

O Cisne Negro

Nassim Nicholas taleb

UM CHURRASCO NO DOMINGO…

Fonte: COPILOT IA

Um churrasco no domingo…

A revolta era imensa, porque não fazia sentido que ele estivesse passando por todos os problemas sem uma explicação para uma sucessão de fatos trágicos em sua vida. Ele se considerava um homem de bem, cumpridor das leis, pagador de impostos, marido respeitoso e pai carinhoso. Ainda assim, parece que todas as coisas iam mal. No último semestre, o caminhão que não tinha seguro pegou fogo; a esposa entrou num processo de depressão; o filho foi atropelado e quase faleceu; e a venda de um ativo para cobrir os prejuízos resultou em golpe. O que mais me falta acontecer? Indagava-se para logo emendar:

– Onde está Deus agora?

Não seria eu quem daria essa resposta. A crença em Deus e o tema da espiritualidade é um caminho solitário. Não há como o outro acreditar por mim e desenvolver a espiritualidade. De igual maneira, o caminho do autoconhecimento, que pode nos levar a encontrar o sentido da vida, inclusive por meio da espiritualidade, somente pode ser percorrido por cada um. Outro dia escutei a reflexão: “No domingo muitas pessoas reservam um tempo para o espírito, assim como fazem um churrasco. Nos outros dias da semana todos alimentam o corpo com arroz, feijão ou outra comida. Fica a pergunta: qual é o alimento do espírito durante a semana? Não se alimenta, por isso temos tantos anêmicos espirituais…”(Pe. João – Campeche). A anemia espiritual, entendo, que nos faz ter baixa capacidade de digestão emocional e, consequentemente, ansiedade, aumento do estresse, pouca produtividade e cansaço, além de infelicidade.

Em tempos disruptivos onde vivemos sobre estimulados todos os dias, ganha força uma necessidade humana: a espiritualidade. Entenda-se espiritualidade como a busca pelo sentido da vida em que se transcende a própria vida, conectando-se com o outro e com o mistério da vida, normalmente, não obrigatoriamente, associada a uma prática religiosa. Para muitos não faz sentido, para a maioria é relevante. Por que então estamos anêmicos espiritualmente? Porque deixamos de alimentar o espírito.

Conceitua-se anemia como um estado de fraqueza, abatimento e debilidade que afeta o corpo quando os glóbulos vermelhos estão abaixo do normal por uma ou outra razão. Analogicamente, a anemia pode ser citada quando um projeto sofre com a falta de recursos, entre outros sentidos figurados como a anemia espiritual. As rápidas mudanças tecnológicas que impulsionaram as mudanças comportamentais, gradativamente nos foram afastando das práticas religiosas e espirituais. Os estímulos presentes nas possibilidades oferecidas pelo mundo virtual, entre eles as redes sociais e mais recentemente a Inteligência artificial, levaram as pessoas a se sobre estimularem externamente, os sentidos, e a enfraquecerem internamente, a gestão das emoções. Enquanto atendemos os sentidos, como a visão, a audição, o tato, o paladar e o olfato, perdemos o sentido da vida. Ao não ver o sentido da vida, nos enfraquecemos emocionalmente tendo baixa capacidade de digerir os seus problemas naturais. Como resultado, temos pessoas ansiosas, estressadas, improdutivas, cansadas, queixosas e infelizes.

A capacidade de digerir as emoções que surgem ao se enfrentar as dificuldades da vida, acredito ser maior naqueles que tem claro o sentido da vida, entre eles aqueles que alimentam o espírito. Adotar práticas espirituais diárias, como as orações matinais e as meditações, permite que se alinhem as intenções com as ações. É o feijão e arroz do espírito. Nesse caminho, aparece o sentido da vida e a digestão das emoções se torna um exercício mais fácil com foco naquilo que está no nosso controle.

Portanto, as práticas espirituais, entre elas as religiosas, nos fortalecem emocionalmente, fazendo com que sejamos menos ansiosos, menos estressados, mais produtivos, menos cansados, mais alegres e felizes.  Onde está Deus agora? Para o bom homem citado no início eu não sei, para mim está no privilégio da vida a ser vivida com a consciência de sua finitude. Essa consciência fica mais clara ao alimentar o espírito no domingo e com práticas diárias durante a semana. Churrasco no domingo, arroz com feijão na semana para o corpo e para o espírito.

Como você tem alimentado o teu espírito?

Moacir Rauber

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REFORMAR A CASA OU OS HÁBITOS?

Fonte: https://blocosarcanjo.com.br/

Reformar a casa ou os hábitos?

Começar e terminar uma reforma na casa e permanecer vivendo nela é um exercício de equilíbrio, paciência e bom humor, além de ser uma experiência para praticar a Comunicação Não-Violenta e resgatar qualquer traço de sabedoria que se tenha. Acompanhei a experiência da vizinha que confirma uma prática comum no segmento, embora haja exceções.

Na contratação do serviço o prazo é estipulado, o orçamento é combinado e os pagamentos são programados. Enquanto nos trabalhos formais você trabalha um mês inteiro para depois receber, no segmento da construção civil, pelo menos nas pequenas obras, o processo está invertido. Normalmente, os construtores pedem um adiantamento como sinal de negócio.

Escutava a minha vizinha que se propôs a dividir a casa criando dois ambientes mais para poder alugar e incrementar a sua renda. Na comunidade que frequenta ela recebeu a indicação de mão de obra de “confiança”. Estabelecidas as condições de prazo e orçamento, pediram o adiantamento e começaram as obras. Na segunda e na terça-feira os pedreiros vieram cedo e pararam tarde, trabalhando com um vigor que entusiasmou a senhora. Derrubaram as paredes que precisavam ser removidas, arrancaram duas janelas e uma porta. Ela estava feliz porque acreditava que nesse ritmo o prazo de 21 dias úteis seria cumprido. Porém, na quarta e na quinta-feira eles não vieram. O seu quarto estava fechado, mas a casa estava aberta, porque parte das aberturas não estavam. Menos mal que não choveu naquela semana, mas os morcegos entraram na sua casa. Na sexta-feira apareceram dois pedreiros que chegaram um pouco mais tarde e saíram mais cedo, não sem antes pedir um pouco mais de dinheiro:

– Será que a senhora poderia me arrumar um dinheirinho… com variadas justificativas.

Alguém já viveu uma situação semelhante? Se sim, tenho a certeza de que exercitaram a paciência, fizeram exercícios de equilíbrio e manter o bom humor não é tão simples assim.

São Tomás Moro propõe a Oração do Bom Humor para ajudar na paciência e no equilíbrio. Ele começa com o pedido bem humorado Senhor, dai-me uma boa digestão, mas também algo para digerir. Acredito que a maioria daqueles que venham a ler este texto, tem mais para digerir do que capacidade de digestão. Entretanto, o que sobrecarrega o nosso sistema se refere a digestão emocional daquilo que não está em conformidade com o acordado ou com o que nós acreditamos. O que é preciso para reformar uma casa vivendo nela? Exercitar a paciência e resgatar o equilíbrio é indispensável, assim como rever hábitos, entre eles o exercício do bom humor, é essencial.

Como não ser violento e ser positivo de maneira inteligente quando alguém não cumpre com o prometido? Creio que o bom humor possa nos trazer o equilíbrio frente as dificuldades e que a partir do exercício da paciência possamos nos comunicar com sabedoria e sem agressividade, com firmeza e sem violência. O bom humor pode ser uma chave para acessar os recursos da Comunicação Não-Violenta e da Inteligência Positiva que nos levem ao discernimento do real problema, capacitando-nos a dizer “sim” quando é conveniente; a dizer “não” quando é a melhor resposta; e a dar um “basta” quando a opção é interromper uma relação. Um prejuízo financeiro? Provável, por isso é necessário resgatar o bom humor!

Pode parecer um exemplo superficial, contudo traz em si a complexidade das relações humanas. A reforma da vizinha se prolongou dos vinte e um dias úteis pedidos para um período de dois meses. Ela passou por momentos de dor, sofrimento, angústia, lamentações e suspiros ao perder a sua privacidade.  Entretanto, ela não se resignou. Mudou hábitos ao aprender a dizer “sim”, “não” e “basta”, mantendo o equilíbrio num exercício de paciência que só quem tem bom humor consegue.

Por fim, a obra terminou. Ela reformou a casa e os hábitos!

Moacir Rauber

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ECOS DA PRESENÇA: A ESPERANÇA!

Fonte: https://avos.org.br/

Ecos da Presença: a esperança!

O meu compromisso era de apresentar algumas ferramentas conversacionais ligadas à Comunicação Não-Violenta e à Inteligência Positiva dando aos voluntários alguns recursos a mais no seu trabalho.  Eles trabalhavam como apoio às crianças com doenças graves e seus familiares, atuando no ambiente hospitalar e na casa de acolhimento que funciona ao lado. Na visita que fizemos ao ambiente, ficamos impressionados com a força emocional das crianças que exibem uma luz inspiradora, ainda que enfrentem uma enfermidade grave. Por outro lado, os pais, muitas vezes, se dobram emocionalmente com reflexos físicos visíveis ante a dor dos filhos e, acredito, a sensação de impotência. É um ambiente em que se vê dor e sofrimento, porém é incontestável a presença do amor e da solidariedade. Os voluntários se esmeram no cuidado daqueles que estão fragilizados. Eles acolhem as pessoas com as suas feridas, porém cada voluntário igualmente tem as suas feridas. Isso ficou claro numa conversa logo após o encerramento da oficina em que uma voluntária se aproximou para compartilhar a sua história:

– Perdi meu filho aos 18 anos. Isso faz trinta e três anos. Agora faz 32 anos que atuo com voluntária…

Ela estava visivelmente emocionada com as lembranças do filho que perdera. A perda não estava no seu controle, mas ela mostrava uma força descomunal na sua postura frente à vida que estava no seu controle. Ela tinha feridas, mas havia escolhido a cura.

Há uma frase de José María Escrivá que diz “Se a dor acompanha o ser humano, o que é senão tolice desperdiçá-la?” era uma prática daquela senhora. Ela havia entendido que a dor e o sofrimento são inerentes ao ser humano e não há como evitá-los, contudo, podemos escolher o que fazer com eles. Da mesma forma, entende-se que todos nós trazemos em nós as feridas de uma vida e que cada um de nós, igualmente, traz dentro de si a capacidade de cura. Trata-se de uma ação deliberada de transformar a dor e o sofrimento em atos de amor. E esta senhora, que compartilhava parte de sua vida comigo, mostrou-me como fazê-lo. Ela escolheu estar presente para aqueles que necessitavam. Ela despertava nos demais o seu poder de cura e isso era uma forma de comunicação não-violenta e de prática da inteligência positiva.

Quando perdeu o seu filho, ela era ainda bastante jovem. Assim, seguiu sua vida profissional, contribuindo na renda familiar e dando uma vida digna para os dois filhos menores. Entretanto, ela fez uma escolha importante: reservou uma tarde de sua agenda para estar junto aos filhos de outras mães que estavam assustadas e com medo. Desse modo, nos trinta e dois anos que se dedicava ao trabalho voluntário, ela comentou que entregava a sua presença, dava a acolhida e companhia, criava confiança e, muitas vezes, escutava em silêncio. E era nesse silêncio que ela mais transformava dor e sofrimento em amor.

Ao final da nossa conversa ela revelou, Sempre que estou aqui junto de mães e pais que estão lutando pela vida de seus filhos, eu posso escutar o meu filho. Fiquei emocionado. A situação confirma que nós ensinamos com aquilo que fazemos e deixamos de fazer, por isso ela me ensina com aquilo que ela faz. E com a sua atividade ela praticava a comunicação não-violenta ao observar sem julgar as famílias com seus filhos enfermos; ela agia empaticamente ao sentir com genuíno interesse pelos acolhidos na casa; ela entendia e atendia as necessidades suas e dos demais com a sua presença; e ela se comunicava sem violência no silêncio da presença ou na fala calma, tranquila e serena que despertava nas pessoas o poder da cura. Assim, ela dominou os seus sabotadores e resgatou a sua sabedoria ao viver uma vida plena.

Enfim, no seu trabalho voluntário ela escutava os ecos da presença do seu filho e despertava nas demais famílias os Ecos da Esperança dos atos de amor.

Moacir Rauber

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Inspiração: Maria Helena Krueger – produz Ecos de Esperança!

O QUE ESTÁ DEBAIXO DO SEU GUARDA-CHUVA?

Produção: Stratostorm

O QUE ESTÁ DEBAIXO DO SEU GUARDA-CHUVA?

O menino com seus quatro ou cinco anos acompanha o pai de mãos dadas. Caminham entre as árvores com folhas amarelas indicando que é outono. Chove e as roupas denunciam o frio, mas mesmo assim o menino saltita alegremente nas poças de água, brincando e exibindo a confiança plena naquele que o deveria proteger. Caminhando aproximam-se do alpendre de uma casa. O pai envolve o pescoço do menino com um xale, abraça-o num gesto de proteção, de despedida e com tristeza nos olhos. Em seguida, o pai se levanta, abre o seu guarda-chuva amarelo e se afasta pelo caminho. O menino fica parado olhando, enquanto as lágrimas escorrem de seus olhos.

A cena descrita é parte de um curta-metragem chamado Umbrella (https://www.youtube.com/watch?v=Bl1FOKpFY2Q), que sem dizer nenhuma palavra, em sete minutos, diz muito mais do que a maioria dos longas metragens ou de livros inteiros. O curta metragem fala de confiança, de esperança e de proteção em tempos de desconfiança, desesperança e de carência de presença.

Entendo que as relações se estabelecem com base na confiança, sejam elas pessoais, profissionais ou empresariais. A palavra confiança provém de confidere em sua origem latina, composta por con que estabelece uma relação de presença, mais fidere que tem o sentido de fé e de acreditar. Portanto, trata-se de uma das palavras mais profundas nos acordos de negócios, nos contatos profissionais e no estabelecimento das relações pessoais. As relações podem ser descritas como empresariais, mas por trás de cada negócio há pessoas. Portanto sem confiança não há negócios. Os contatos podem ser tratados como profissionais, porém cada um deles exige confiança para que alcancem bons resultados. E as relações pessoais, essencialmente, são baseadas na confiança, porque as pessoas deveriam se relacionar não para obter algo do outro, como num negócio ou numa tratativa profissional, mas para oferecer algo. O que você oferece nas suas relações?

Enfim, confiar é um verbo de ação que se reflete no ato de fiar juntos e confiança é um substantivo que traz em si um sentimento e uma convicção de acreditar. É algo que está em mim em relação ao outro, mas que o outro deve ver em mim na sua relação comigo. Pode-se pensar num matrimônio ou nas amizades que se baseiam na confiança e exigem a reciprocidade de confiar. É essa convicção que fundamenta a relação estabelecida entre pais e filhos desde o seu início.

Aqui volto a atenção para a responsabilidade que nós, adultos, temos para com as crianças. Isso pode ser no papel de pais, professores, vizinhos, tios ou ídolos em que não podemos defraudar a imagem construída de ser adulto que gera confiança nas crianças. Essa confiança é exibida por uma criança de maneira intensa, legítima e convicta com a fé de quem acredita com todo o coração, sendo um dos sentimentos mais lindos de um ser humano. A confiança no peito de uma criança se traduz em esperança de proteção para poder amar.

Naquele dia, o menino viu seu pai se afastar com tristeza, mas ele tinha a convicção de quem confia de que o pai fazia o que fazia para a sua proteção. A confiança que gerava a esperança e acreditava que um dia veria o pai voltar com aquele seu guarda-chuva amarelo. Era justamente debaixo desse guarda-chuva que estava a confiança do filho no pai, com a esperança da proteção que alimentava o seu amor.

O que está debaixo do seu guarda-chuva de sentimentos?

Vale a pena assistir ao curta-metragem Umbrella!

Moacir Rauber

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