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Você quer ajudar? É preciso aprender…

Há alguns anos, estava eu com a minha cadeira de rodas no centro de Florianópolis, aguardando, juntamente com os pedestres, que um semáforo abrisse para cruzar a rua. Na esquina não havia rampa. Estávamos num horário de pico. Logo formou-se um grande grupo de pessoas atrás de mim que também aguardavam o sinal abrir. Quando o sinal abriu eu empinei a minha cadeira de rodas para mais facilmente descer o meio fio que se encontrava à minha frente. Uma senhora que estava logo atrás, ao ver o movimento que fiz em que as rodas dianteiras da minha cadeira subiram, jogou-se desesperadamente para frente agarrando as manoplas existentes no encosto da cadeira para me segurar. Creio eu que ela deva ter tropeçado no trajeto de onde saiu até me alcançar, pois as suas mãos conseguiram agarrar a cadeira e com isso, quando ela caiu me arrastou junto. Ela esborrachou-se no chão! Eu também. A cadeira virou com tudo para trás, levando-me com ela. Ainda sem saber o que acontecia apenas pude perceber que caí sobre alguém. Estava entre deitado sobre uma pessoa e ao mesmo tempo enrolado com ela. Braços e pernas, eu não sabia quais eram os meus. Rapidamente tentei desvencilhar-me para voltar a subir em minha cadeira. Olhei para a senhora que estava com os dedos sangrando. Perguntei-lhe se ela estava bem, recebendo uma resposta afirmativa. Foi então que comecei a entender o que havia acontecido. Ela desculpou-se explicando que havia me visto empinar a cadeira e achou que eu estaria caindo. Então expliquei-lhe o procedimento que faço para descer um degrau ou um meio fio, como era o caso. Ela desculpou-se várias vezes. E a nossa conversa foi acompanhada por um grande grupo de curiosos que, inicialmente, estavam todos apreensivos, mas que logo virou em motivo para risadas.

 

O que se pode deduzir da situação? O que ficou de aprendizagem? Algo muito simples, que inclusive para ajudar é preciso ser competente. Estudar, aprender e desenvolver novas competências por meio da ampliação da visão de mundo não contribui apenas profissionalmente. As profissões e as organizações exigem claramente que as pessoas exibam as competências esperadas. Caso não as tenham, não entram. Caso entrem e não as exibam, saem. Entretanto, a aprendizagem é uma oportunidade de expansão das perspectivas individuais que ultrapassa os limites de uma profissão, permitindo que as pessoas sejam cidadãs mais contributivos e responsáveis. E a curiosidade é a fonte da sabedoria que pode ser desencadeada pelas perguntas. Por isso, quando se pretende ajudar alguém, a primeira atitude talvez seja perguntar se a pessoa quer e precisa de ajuda para então saber como e se realmente pode ajudar. Aplica-se a mesma regra para pessoas, empresas e organizações. Dificilmente se pode contribuir sem conhecer!

Como vão as suas competências? Você está pronto para ajudar? É preciso estar disponível para aprender.

Moacir Rauber

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