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Você me dá o seu livro de presente? Juro que vou ler…

Amigos e livros não são amigos. 

Aqueles livros que emprestamos para os outros, muitas vezes, não voltam. Alguns dos  livros que emprestei não foram devolvidos. Tenho livros na minha casa que sei que não são meus, mas não posso devolvê-los simplesmente porque não sei de quem são. A situação pode ser ainda mais estranha de como a amizade e os livros não combinam. Lançar um livro num país onde o índice de leitura nos faz parecer analfabetos não é fácil. Contar com os amigos para que o livro alcance sucesso pode ser ainda mais ingrato. No mês de abril lancei o meu quarto livro com o título Ladrão de si mesmo. Foram vários eventos organizados em diferentes cidades e locais do país. Na minha cidade natal foram realizados vários encontros, conversas e palestras. Muitos dos meus amigos compareceram e compraram o seu exemplar. Alguns vão ler. São amigos e leitores. Outros não vão ler. Compraram por amizade. Tenho quase a certeza de que se eu encontrar a muitos daqueles que compraram o livro daqui a um ano eles ainda não o terão lido. São meus amigos, não são amigos dos livros. O outro aspecto que chega a ser cômico se refere aos amigos que não vão comprar e não vão ler, mas querem ter o livro. 

Recebi algumas abordagens no mínimo estranhas:
– Oh, Moacir, você poderia me dar um livro? Juro que vou ler…

O pedido veio de uma pessoa que eu sei que não é uma leitora. Quer um e jura que vai ler o livro. No pedido quer o livro de graça. Na oferta de ler o livro parece que estaria me fazendo um favor. Incrível, não é? Por isso, torna-se cômico escrever um livro e receber tais pedidos, ou melhor, ofertas. Impressionante que as pessoas acreditem que elas merecem receber um livro de presente pelo galanteio que farão àquele que escreve ao lerem o seu material. E não foi uma só vez que isso aconteceu.

Quando alguém escreve não espera o favor de ninguém para ler o livro. O escritor tem no seu íntimo o sonho e o desejo de que o livro seja lido por quem gosta de leitura, seja ele amigo ou não. O escritor carrega consigo a certeza de que a leitura daquilo que ele escreveu pode ajudar o leitor a construir uma mensagem ou simplesmente permitir que ele obtenha algumas horas de prazer com a sua leitura. Compartilha-se uma visão de mundo por meio do texto. Ainda que seja um livro de ficção ele vem carregado com as impressões daquele que o escreve. Pode-se construir um ou dez personagens com características psicológicas distintas, mas todos eles têm na sua essência a presença do escritor. Cabe ao leitor ler, concordar ou discordar com o que propõe o autor, mas também pagar pelo produto que é o livro. 

Não creio que haja escritor que queira que o seu livro seja lido como um favor. Assim é com um jornal, com uma revista ou com outros materiais escritos por profissionais. Eles são resultados da formação de alguém que se dedicou para desenvolver a capacidade de interpretar a realidade, analisar dados, de criar personagens, no caso dos livros de ficção, e de escrever.  É um trabalho. Não se escreve para que a leitura seja feita como um favor. Escreve-se para compartilhar ideias, descobertas, percepções e reflexões para aqueles que gostam de ler. Amigos ou desconhecidos? É indiferente. Que concordem ou discordem? É importante que tenham opinião. Que recebam o livro como um presente? Apenas se o receber de um amigo, não do escritor.

PEÇA O SEU!!!


50 ANOS: mais do que esperava

50 ANOS:

Os otimistas diziam que eu chegaria aos trinta. A vida me deu os quarenta e agora os cinquenta. 

Ela me deu mais do que eu poderia imaginar…

A vida me deu pais extraordinários e eu nem sempre retribuí da mesma forma.(Noêmia e Egídio – in memoriam)

A vida me deu irmãos incríveis e eu talvez não tenha sido tão incrível para com eles. 

A vida me deu parentes e amigos inesquecíveis e que muitas vezes eu os esqueci.

Para mim, meu aniversário de cinquenta anos na semana passada foi um marco na trajetória de dias e na lembrança de pessoas especiais.
Alguns dias foram mais intensos, outros menos, mas nenhum foi igual ao outro.
Lembrei de tantas pessoas especiais com as quais tive o privilégio de conviver e de compartilhar momentos únicos. Com algumas convivi e compartilhei mais, com outras menos, mas não encontrei ninguém que fosse igual entre si.
Agradeço por cada dia vivido e a cada pessoa que deixou um pouco de si na minha vida.
É isso que faz a vida valer a pena ser vivida.
Tudo sempre é novo de novo!
Muito obrigado!!!


Gangorra humana

Os últimos meses foram de uma literal gangorra humana. Foram perdas de pessoas queridas, constatação de que quase nada é como parece ser e o enfrentamento de situações emocionais tensas. Por outro lado, foram meses em que conheci pessoas admiráveis, confirmei que os amigos são extraordinários e vivi momentos agradáveis de aprendizagem simples e objetiva.

Enquanto a gangorra balança a vida segue. 

Balanço positivo!!!
Fonte: http://atividadesdealfabetizacaodatialiu.blogspot.de/2015/02/volta-as-aulas-desenhos-atividades.html