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A DANÇA E O MOVIMENTO NO BAILE DA VIDA

Fonte da imagem https://ensaiosdedanca.weebly.com/valsa

A Dança e o Movimento no Baile da Vida

A filha não queria estudar porque lhe parecia chato. O pai havia tentado argumentar usando o bom senso, a autoridade, a coação e nada ajudou. Por fim, optou pela recompensa, o que provocou uma breve mudança antes que voltasse a ser como antes. A filha não queria estudar, porque era tudo muito demorado e não terminava nunca. Um dia eles foram a uma apresentação de danças de salão. A filha ficou encantada em como os bailarinos dançavam alinhados e sincronizados cada um exibindo diferentes passos. O pai fez a conexão e disse:

– Filha, o que você está vendo?

Ela não disse nada.

– De fora parece meio confuso, mas todos estão no mesmo ritmo. E as pessoas não começam a dançar para chegar no fim. Elas dançam para aproveitar o baile. Assim é a vida. Assim são os estudos…

Num mundo que nos parece caótico, porque não sabemos para onde ele vai, a dança de salão faz um paralelo perfeito. Ao se observar de fora parece que cada um está fazendo o movimento numa direção diferente. É o caos. Não entendemos. Ao participar da dança o caos continua, mas constata-se a existência de várias ordens dentro de uma ordem maior. Igualmente, cada participante sabe que é preciso dar o passo seguinte. Não se pode parar. É preciso acompanhar o movimento com as habilidades e competências próprias. Porém, a escolha do movimento é individual e deliberada, podendo ser desenvolvida e aprimorada. O que representa o movimento no nosso dia a dia pessoal e organizacional? É a escolha de participar da dança ou ficar como espectador. Para participar é fundamental estudar e desenvolver as capacidades para aproveitar o baile, a vida. Os estudos são um começo para entender o movimento, o ritmo e a direção. Fazer uma faculdade nos formatos presenciais ou virtuais é uma escolha para aprender os passos da dança. São muitas as danças na vida. Nas organizações cabe a cada um observar o todo organizacional para saber a direção do passo e as competências a serem desenvolvidas para se alinhar num mesmo objetivo. Portanto, o MOVIMENTO é uma escolha deliberada para sair da imaginação para a realidade, motivando a que cada um desenvolva os seus recursos (hard skills e soft skills) para exibir um lindo passo na dança, no baile e a vida. A consciência do movimento faz com que se ampliem as capacidades individuais produzindo resultados coletivos por meio da expansão da imaginação, do exercício da criatividade e da implementação da inovação. O movimento que você faz ajuda a que você transforme o abstrato em realidade? Ele contribui a que você deixe de ser espectador para participar do espetáculo da dança?

A filha continuava a olhar encantada para os dançarinos daquela valsa. Havia a sincronia do movimento na dupla, alinhados com a direção do movimento dos demais bailarinos. Ter a possibilidade de escolha não quer dizer fazer o que eu quero independentemente dos outros. É fazer o que eu quero respeitando os outros. Por isso, os corpos de cada dupla se moviam de uma maneira que revelavam o gozo da execução do movimento e o prazer de estar presente. Nos bailarinos se podia ver a fruição de cada passo da dança, com a mente aberta para aprender, colaborar, construir e seguir o movimento no baile. Assim, os bailarinos dançavam e aprendiam a cada passo dado, inclusive ao observar os outros. O pai pergunta:

– Você gostou, minha filha?

– Adorei!!! Respondeu a filha.

– Participar ou ficar de fora depende de você fazer o movimento para aprender a dançar e participar do baile da VIDA!

É o movimento agitando o corpo, estimulando a mente e alimentando o espírito. Com o movimento participamos da vida entendendo que “a meta não se alcança no final do caminho, mas cada passo é a meta” (Monge David Steindl-Rast).

Qual é o MOVIMENTO que você faz no BAILE da VIDA?

Moacir Rauber

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Você é um gênio?

Você é um gênio?

O rapaz era um gênio na sua área, mas era também genioso com os colegas. Para ele pouco importava se a pessoa com quem falava era da sua de outra equipe ou mesmo alguém hierarquicamente superior, ele sempre tinha algo a dizer. Quando a questão se voltava para a área técnica de sua atuação, quase sempre, tinha razão. Mas nem tudo é tecnologia, mesmo numa organização que trabalha com tecnologia. Assim, o seu comportamento trazia prejuízos relacionais, por vezes, maiores do que os benefícios obtidos com a sua grande capacidade técnica. Na área de gestão de pessoas o comportamento do jovem gênio era analisado. Após várias tentativas do responsável dos recursos humanos de conversar com o “gênio” sobre o seu comportamento, o assunto chegou à direção. O diretor o chamou para conversar. A autoconfiança do jovem era tamanha que acreditava que seria mais uma vez promovido. Chegando na sala do diretor, imediatamente se acomodou confortável e confiantemente em uma poltrona. A conversa começou e o diretor, um pouco constrangido, disse:

– Você realmente é um gênio naquilo que faz…

O rapaz estufou o peito e rapidamente respondeu:

– Muito obrigado!

A resposta não expressava gratidão pelo elogio, mas a segurança de quem simplesmente recebia aquilo que merecia. Era o mínimo… devia ter pensado o jovem. O diretor, que não esperava que ele dissesse algo naquela curta pausa, emendou:

– … mas você está demitido.

Ser um gênio somente não basta. O conhecimento técnico por trás de cada uma das funções ou cargos que o “gênio” irá desempenhar é o mínimo dele exigido. Não há espaço para não exibir as competências específicas mínimas para cada tipo de trabalho. Desse modo, as grandes corporações têm acompanhado o desenvolvimento e contratado as melhores cabeças reveladas em universidades ou pelo próprio mercado para compor as suas equipes. Equipes, eis a questão. Porém, muitos dos gênios que se destacam nas universidades não têm a mínima noção daquilo que significa trabalhar em equipe. Não desenvolveram as competências socioemocionais que poderiam validar as suas competências técnicas. Não foram instruídos e nem capacitados para entender as pessoas. Por isso, nem sempre se consegue fazer uma equipe de um amontoado de gênios para render aquilo que deveriam render. Muitas vezes, ainda que os melhores talentos técnicos estejam reunidos, não se consegue fazer com que o resultado da equipe seja maior do que a soma das partes. Eis o grande desafio.

Você é um gênio na sua área técnica? Parabéns! O desafio agora é entender de pessoas para que cada um a sua volta possa exibir o seu potencial na totalidade, transformando-o em talento a serviço da sua equipe. Além de ser produtivo, deve ser bom trabalhar e estar com que você é e, com isso, mostrar que o resultado da sua equipe é maior do que a soma dos indivíduos que a compõe nas suas distintas partes. Caso contrário, você até pode ser um gênio, mas não terá ninguém que queira trabalhar com você. Lembre-se de que sem os outros não há equipe, não há organização e não há necessidade nem de gênio nem de genialidade.

Moacir Rauber

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