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COMO MANTER VÍNCULOS QUE IMPORTAM?

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Como manter vínculos que importam?

A amizade surgiu nas salas de aulas da universidade e desenvolveu-se ao longo dos anos. Visitavam-se regularmente e nas datas festivas juntavam as famílias. A amizade era sólida e assim se manteve ao longo dos anos. Entretanto, no último encontro entre as amigas, elas entraram em conflito frente a disputa por uma vaga de trabalho almejada por ambas. Na discussão foram usadas palavras agressivas. Por fim, antes de se retirar, uma delas disse:

– Você é mal agradecida!

A frase expressava que uma delas sentia a falta de reconhecimento por parte da outra. Não disse que não se importava, apenas que algo não estava bem. Naquele dia as duas se separaram e não sabiam como voltar atrás, porque assim como “a flecha lançada” não há como recolher a “palavra pronunciada”. Entretanto, nenhuma das duas queria terminar a amizade que as unia há tanto tempo.

Desse modo, frente a um conflito, a primeira pergunta é: quero resgatar e manter esse vínculo? Se sim, é essencial começar a pensar: o que fazer? Na situação acima, a primeira oportunidade ambas haviam perdido ao não fazer uma Pausa Estratégica no momento em que surgiu a divergência que culminou no conflito. Entenda-se a pausa estratégica como um ato voluntário de tomar consciência daquilo que está acontecendo para saber o que importa. Muitas vezes, uma curta pausa muda tudo, inclusive evitando que palavras sejam ditas como flechas que machucam e nos afastam das oportunidades. Porém, acredito que “as oportunidades perdidas” nos dão a possibilidade de encontrar e criar novas. A sugestão é que se faça uma Pausa de Alinhamento para analisar qual é a intenção na relação e com o vínculo.

Como fazer uma Pausa de Alinhamento? Uma oração ou uma meditação pode ser entendida como uma Pausa de Alinhamento. Aqui a sugestão para resgatar a relação com a outra pessoa é que o interessado se coloque em estado reflexivo e de conexão consigo e com o outro. Há uma meditação desenvolvida na Universidade de Berkeley que fala de nossa humanidade comum, em que somos convidados a pensar na pessoa com quem tivemos o conflito para lembrar que ela tem um corpo, uma mente e uma busca, assim como você; ela tem sentimentos, emoções e pensamentos, assim como você; ela já esteve triste, desapontada, zangada, magoada ou confusa, assim como você; entre outras reflexões que nos reaproximam pela humanidade compartilhada.

Em seguida, pode-se aplicar a estratégia conhecida como “Saborear as Relações” (Jessica L. Borelli & Belinda Campos) que nos leva a relembrar, a recordar e a resgatar momentos felizes com a pessoa com a qual tivemos uma divergência, mas queremos seguir mantendo os vínculos.

Para “Saborear a Relação” com o objetivo de superar o conflito, sugere-se a geração de memórias positivas existentes com essa pessoa. Depois, selecione uma delas que tenha forte emoção de bem estar e percorra as etapas a seguir:

  1. Reflexão Sensorial: relembre os detalhes da memória escolhida, incluindo diferentes sons, visões, cheiros e muito mais. Qual era a situação e o ambiente? O que aconteceu?
  2. Foco na Emoção: procure reviver as emoções de bem estar associadas à memória. Quais eram as emoções presentes? Por que elas surgiram?
  3. Criação de Significado: resgate o significado associado à memória. O que fez com que o momento fosse importante? Qual o significado dele para você? É possível trazê-lo para o presente?
  4. Foco Futuro: tome consciência das implicações futuras para o relacionamento. Posso e quero criar novas memórias com essa pessoa?
  5. Divagação Mental: permita que outras memórias de bem estar venham à mente. O que mais vale a pena lembrar dessa e de outras memórias com a pessoa?

Enfim, tenha em mente as perguntas acima com o objetivo de se conectar com as emoções de bem estar que criaram os vínculos com a pessoa. Portanto, relembre e rememore os momentos felizes vividos para valorizar, resgatar e manter a relação que importa para você.

Ao final de dois dias, uma delas se aproximou da outra e disse, “Quero falar com você” e a amizade segue forte como sempre.

Moacir Rauber

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Adaptado e traduzido de “How to Fully Appreciate Your Loving Relationships”de Jessica L. Borelli, Belinda Campos em Greater Good Magazine, disponível em < https://greatergood.berkeley.edu/article/item/how_to_fully_appreciate_your_loving_relationships?>, acessado em 01-08-24.

O PODER DO SILÊNCIO E A MAGIA DA PAUSA PRESENTES NA COMUNICAÇÃO AFETIVA!

O Poder do Silêncio e a Magia da Pausa presentes na Comunicação AFETIVA!

Não ocupéis a mente com bobagens e não percais o tempo em vão. (Buda)

A reunião estava tensa com acusações presentes na fala dos interlocutores. O CEO observava percebendo que ninguém escutava ninguém. Cada um tinha em mente uma resposta a ser dada enquanto o outro falava para provar que estava certo. Por fim, o CEO disse:

– Por favor, vamos fazer um minuto de silêncio!

Todos se calaram e o silêncio reinou na sala. O CEO ressaltou para que cada um pensara naquilo que o outro havia dito para que o Silêncio e a Pausa pudessem atuar. Por que o poder do silêncio? Qual é a magia da Pausa?

O Silêncio que acontece no momento em que se cala, privando-se de fazer gestos ou movimentos que expressem julgamentos, permite que se escute e escute aos outros. O silêncio ecoa e amplia a capacidade da escuta. Desse modo, o silêncio pode produzir uma Pausa em que interrompemos momentaneamente uma ação. A partir daí acontece a magia da Pausa que faz com que cada um se escute dando sentido a que se retome o movimento. Por vezes, a pausa conduz ao silêncio.

Assim, entende-se que os ecos do silêncio são potencializados na Pausa Programada, na Pausa de Alinhamento e na Pausa Estratégica. Como se dá e o que acontece em cada uma das pausas?

A (1) Pausa Programada é um momento de introspecção mais extenso com o objetivo de fazer um planejamento individual de médio e longo prazo. Jesus fez a sua Pausa Programada de quarenta dias no deserto em que travou as suas lutas com as tentações a que foi exposto (Lucas, 4 1-13). Entretanto, Ele sabia qual era a sua intenção e quais seriam as suas ações. E você, qual é a sua intenção? O silêncio acompanhado da pausa produz ecos na vida.

Em seguida vem a (2) Pausa de Alinhamento que pode ser representado pela meditação por meio de uma oração ou de um ritual em que cada um resgate as suas intenções e as projete nas ações rotineiras. “E, levantando-se de manhã, muito cedo, ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava” (Marcos 1:35), mostra que a oração ou a meditação era uma prática comum para Jesus. Nela, você delineia: quais serão as suas ações? Estão elas alinhadas com a sua intenção? Depois do silêncio Ele escolheu os seus apóstolos.

Por fim, está a (3) Pausa Estratégica que ocorre no dia a dia sem um aviso prévio, revelando-se como a capacidade de domínio próprio com inteligência emocional. É a capacidade de pausar frente a uma situação divergente; é a aptidão de silenciar diante de uma opinião conflitante; é habilidade de não reagir instintivamente num ambiente em que se necessita de sabedoria para fazer a melhor escolha. Pessoas com alto desempenho fazem as pausas estratégicas quando confrontados com situações difíceis, inesperadas ou capciosas. O CEO fez uma pausa. Em João 8, 1-11, Jesus foi posto à prova com a pergunta: “Tu, pois, o que dizes?” sobre a mulher flagrada em adultério. Ele fez uma Pausa Estratégica ao se inclinar e escrever no chão com o dedo. Usou o silêncio. O poder e a magia aconteceram: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar uma pedra”. Você consegue manter o silêncio por dez segundos diante de uma provocação?

Desse modo, o silêncio pedido pelo CEO começava a produzir os ECOs que ele esperava e que os interlocutores desejavam. Ao pedir que cada uma das partes escolhesse um ponto na proposta alheia com a qual concordasse o silêncio produzia a magia. Assim o fizeram. Resultado? Aquilo que poderia ter sido uma discussão improdutiva terminou com pontos de convergência entre as ideias, fazendo com que a soma das partes resulte num todo maior. Particularmente, entendemos que a Espiritualidade permite que se use as Ferramentas vindas do Conhecimento com a Sabedoria da consciência de afetar o mundo. O CEO foi AFETIVO e EFETIVO na sua Comunicação.

O Silêncio e a Pausa produzem ECOs e os seus frutos afetam com AFETO.

Aquele que deseja fazer bem o seu trabalho deve começar por afiar os seus instrumentos.

(Confúcio)

Moacir Rauber & Miriam Moreno

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