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O QUE VOCÊ VÊ PARA O QUE OLHA?

Fonte: IA BING

O que você vê para o que olha?

A atividade consistia em tirar uma foto do ambiente escolar. Os professores saíram com seus celulares para fazer as fotos e ao retornar a facilitadora as exibia, dizendo:

– Como a foto se conecta contigo e com o teu papel aqui?

Uma professora exibiu a foto de uma borboleta pousada numa flor; outro professor mostrou a foto do alambrado com um buraco e o sol por trás; mais um professor exibiu a foto de uma sala com as suas carteiras escolares; por fim, lembro-me de outra que mostrava pares de calçados no chão do ginásio de esportes e de um professor abraçado a um aluno. Todos viram as mesmas fotos, porém cada uma delas dava margem para diferentes interpretações. Com a realidade é semelhante, porque ainda que se esteja diante do mesmo fato a interpretação dele depende de quem o vê.

Desse modo, é importante entender que o conflito pode ser uma oportunidade e ele se inicia quando uma das partes se sente prejudicada frente a ação da outra numa área que considera importante. As divergências de opinião sobre um fato ou as discordâncias de postura na criação de normas ou os desacordos sobre um tema levam ao surgimento de conflitos que, se não cuidados, terminam em confronto. O que fazer diante de uma divergência que pode gerar um conflito e até um confronto?

A proposta a partir da integração da Inteligência Positiva (Shirzad Chamine) e da Comunicação Não-Violenta (Marshall Rosenberg) para a resolução de conflitos é que se pratique a Pausa para resgatar os Poderes do Sábio na busca por acessar os recursos internos de cada um.

Assim, antes da ação a Pausa, considerada uma ferramenta para tomar consciência da realidade, revelando-se como um processo ativo de escolher o movimento. Portanto, a Pausa dá a possiblidade de Observar sem julgar ou acrescentar opinião. Essa postura resgata o Sábio com os seus Poderes permitindo que a Empatia registre os Sentimentos próprios e alheios; que identifique as Necessidades das partes envolvidas; e que se Expresse  de forma a ver as oportunidades num aparente conflito. A Pausa leva a que as partes Explorem a situação: o que está acontecendo aqui? Inovem nas alternativas: qual é a oportunidade existente? Naveguem pelas possibilidades: o que é ou não importante aqui? E Ativem os resultados: quais são as ações exigidas? Desse modo, a Pausa é essencial para que fotos e fatos, ainda que materialmente iguais, possam ser interpretados de diferentes maneiras, transformando conflitos em alternativas.

A professora que exibiu a foto da borboleta na flor viu a importância de se aproximar para ver a beleza, assim seria o papel dos professores com os alunos. O que você veria?

Fonte: IA BING

A foto do alambrado despertou no professor que entre as grades e os limites é possível encontrar as passagens para caminhar em direção a novas conquistas. O que ela despertaria em você?

Fonte: IA BING

A professora que exibiu a foto da sala com suas carteiras reforçou a importância dos limites que preservam a integridade dos alunos, estimulando o cuidado e o autocuidado. Qual seria a sua interpretação?

Fonte: IA BING

A professora que mostrou sandálias e sapatos, assim como o professor que mostrou uma foto com um aluno lembraram que eles são a razão de ser da escola. O que elas representariam para você?

Fonte; IA BING

Por fim, a interpretação das fotos trouxe algo bom em cada uma das interpretações. Assim, a intenção é resgatar os nossos recursos internos para ver algo bom e agir em conformidade, ainda que nos enfrentemos com situações aparentemente não boas. A dor, o sofrimento e a frustração são inerentes a vida humana, entretanto como nós as observamos é a nossa escolha. Resgatar o nosso sábio do domínio dos sabotadores para interromper o ciclo da violência é o desafio para ver o mundo de forma mais generosa e compassiva.

O que você vê para o que olha?

Moacir Rauber

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O QUE VOCÊ TEM NO CORAÇÃO?

Fonte: IA BING

O que você tem no coração?

Naquele dia, o meu amigo teria uma reunião com o gestor de outro departamento sobre um tema comum para a organização. Um dia normal, porém, a sensação de esgotamento pela atividade que estava por vir o atingia. Ao imaginar a reunião a sua energia mudava. O ânimo se transformava em apatia, a disposição em abatimento e o entusiasmo em desinteresse. Ele o considerava uma pessoa tóxica. De todas as formas pensava, Faz parte. Lá vou eu! Talvez essa seja uma situação recorrente para muitas pessoas no ambiente organizacional, social e familiar. Quantas vezes nos encontramos com pessoas que sugam a nossa energia? O que fazer para evitar que o outro roube o seu bem estar? Há formas de fazê-lo.

Nos últimos anos a neurociência tem buscado compreender a estrutura do cérebro e o seu funcionamento, que se reflete no comportamento humano em áreas da memória, do humor e da atenção. Entende-se que a neurociência constata os fenômenos, porém não os muda. Ao analisarmos os comportamentos e os rituais ancestrais, pode-se deduzir que o remédio já existe e que ao resgatar certas práticas podemos nos reconectar com a nossa essência. Parece-me que percebemos que tanto aceleramos e nos expusemos a todo tipo de estímulo externo que nos desconectamos de nossa energia vital e espiritual. Por isso, o retorno ao essencial é uma necessidade para que nos reconectemos com aquilo que importa. O que fazer? Faça uma Pausa. Exercite a (1) empatia e a auto empatia. Igualmente, (2) explore a situação para entender o que é real. Em seguida, (3) capte se há uma oportunidade nela. (4) Mova-se pela situação para descobrir o que é importante no que está acontecendo. Por fim, (5) provoque-se para alinhar a sua intenção com as suas ações. Passos semelhantes estão presentes nos estudos de neurocientistas expressos em inúmeros livros atuais, com uma diferença de dois, três ou quatro mil anos para algumas das práticas propostas por antigas correntes filosóficas ou religiosas. Constatações a parte, antes de se reunir com alguém que você considera tóxico, indague-se: qual é a minha intenção ao reunir-me com ele? Quais são as ações que estão ao meu alcance? Não é analisar o comportamento e as ações do outro, analisar as próprias. Finalmente, ao tomar consciência da situação, desassociando a interpretação da realidade, a pessoa começa um processo de cuidado. Portanto, saber fazer as pausas é um movimento de autocuidado, assim como de cuidado com o outro. Isso muda algo? Não, porque o antipático seguirá sendo antipático, porém sabemos que é normal. De igual forma, as pessoas que pensam e agem de forma diferente vão continuar pensando e agindo diferente, contudo, aceitamos que é natural. Você consegue respeitar isso? Se sim, mais uma vez, respeite-se e cuide-se ao se preparar antes de ir à reunião. E o que fazer durante a reunião? Esteja preparado e faça o exercício de contato com o coração.

Nos ambientes em que circulamos nem sempre convivemos com pessoas agradáveis para nós. Algumas podem estar passando por momentos difíceis e outras parece que emanam uma energia que turva todo o ambiente. Em contato com tais pessoas, imediatamente a gente se põe triste ou incomodada, como no caso da reunião em questão. Por isso, antes da reunião, prepare-se. Durante a reunião, esteja preparado para contatar com a sua essência. São os chamados exercícios de contato com a realidade propostos na Inteligência Positiva ou simplesmente Mantenha Contato com o Coração (Anselm Grün). Portanto, durante a reunião no momento em que você sentir que a sua energia está mudando, faça uma Pequena Pausa. Feche os olhos por um ou dois segundos. Reconecte-se com as intenções para as quais você se preparou antes da reunião. Apoie a sua mão suavemente sobre o seu coração. Faça um movimento de contato dos dedos com o seu peito. Cuide-se. Não dê poder ao outro de determinar os teus sentimentos.

O que você tem no coração? Aí está a resposta!

Moacir Rauber

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É POSSÍVEL TRANSFORMAR PEDRAS EM OURO?

As ferramentas existem…

É possível transformar Pedras em Ouro?

As ferramentas existem…

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra

Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra

Carlos Drummond de Andrade

Trabalhar na mesma empresa nem sempre significa ter alinhados os interesses individuais com os objetivos organizacionais. Nesse ponto, surgem os conflitos comuns quando a missão, os valores e a visão não se refletem no dia a dia da empresa. A função de um era vender, enquanto a do outro era analisar o crédito. Muitas vezes, a venda não se concretizava por uma restrição ao crédito e o conflito aparecia. A última reunião estava tensa e o vendedor disse:

– Pra que vender se ele não aprova o crédito?

Os olhos do vendedor expressavam a frustração. O analista de crédito sentia a acusação. O gerente tinha uma pedra em seu caminho, no seu caminho havia uma pedra. O que fazer diante de um conflito? É importante entender que o conflito se inicia quando uma das partes se sente prejudicada frente a ação da outra numa área que considera importante. As divergências de opinião sobre um fato, as discordâncias de postura na criação de normas ou os desacordos sobre o que é importante ou não num tema levam ao surgimento de conflitos que se não solucionados terminam em confronto. Instala-se uma guerra organizacional prejudicial para todos. Nesse momento, o conflito pode ser uma pedra no caminho. Porém, é possível transformar os conflitos em oportunidades. Como? Na visão tradicional todo conflito é disfuncional e deveria ser evitado. Na visão interacionista o conflito é necessário para que se melhore o desempenho. E na visão focada na resolução os conflitos são inevitáveis com a possibilidade de serem solucionados de maneira produtiva. Aqui, acredita-se que se pode transformar pedra em ouro. A reunião acima pode ser oportunidade de paz e de crescimento ou pode terminar em guerra e sabotagem. A proposta a partir da integração da Inteligência Positiva e da Comunicação Não-Violenta (CNV) para a resolução de conflitos é que se pratique a Pausa para resgatar os Cinco Poderes do Sábio por meio dos Quatro Passos da CNV. A Pausa é uma ferramenta de desempenho poderosa para tomar consciência da realidade, revelando-se como um processo ativo de escolher o movimento. A consciência do movimento faz com que um conflito, pedra, se transforme em oportunidade, ouro. A Pausa dá a possiblidade de Observar (Passo 1 da CNV) sem julgar e nos leva a apenas observar sem interpretar nem acrescentar opinião. Essa postura resgata o Sábio com os seus Poderes permitindo que a Empatia (Poder 1) registre os Sentimentos (Passo 2 da CNV) próprios e alheios; identifique as Necessidades (Passo 3 da CNV) das partes envolvidas; e que se Expresse (Passo 4 da CNV) de forma a ver as oportunidades num aparente conflito. A Pausa leva a que as partes Explorem (Poder 2) a situação: o que está acontecendo aqui? Inovem (Poder 3) nas alternativas: qual é a oportunidade existente? Naveguem (Poder 4) pelas possibilidades: o que é ou não importante aqui? E Ativem (Poder 5) os resultados: quais são as ações exigidas? Por fim, a Pausa faz com que os sabotadores individuais que reagem fugindo, paralisando ou lutando se recolham (Crítico, Insistente, Prestativo, Controlador, Hiper realizador, Esquivo, Hiper vigilante, Hiper Racional, Inquieto ou Vítima). A Pausa é essencial para que as pedras sejam vistas como ouro.

Onde está o ouro do conflito inicial? Acredito que o gerente pode usar a situação para recriar as rotinas de venda e de crédito, alinhando a conduta dos colaboradores com a missão, os valores e a visão da organização. Cabe a ele aproveitar o momento para readequar o sistema de recompensas para que os interesses individuais se alinhem aos interesses organizacionais. Isso é fazer das pedras ouro. E no ambiente do profissional de Secretariado, quantas vezes estamos em meio a situações divergentes? Você consegue transformar possíveis conflitos em oportunidades? Mestre Eckhart dizia que se ele soubesse transformar pedras em ouro, pediria mais pedras. Ao fazer a Pausa e seguir os passos da CNV para usar os poderes do sábio não tenha medo das pedras. Elas são ouro! Cada conflito é uma oportunidade que exige maturidade emocional e a espiritualidade ela se desenvolve com mais facilidade. Os alquimistas tentaram com a matéria transformar chumbo em ouro. Nós podemos fazê-lo com as emoções e com os conflitos. Transforme as suas pedras emocionais em ouro. Para isso, é preciso ter FÉ.

Pratique a Pausa

Pause antes de julgar.

Pause antes de presumir.

Pause antes de acusar.

Pause sempre que estiver pronto para reagir asperamente e você vai evitar dizer e fazer coisas das quais se arrependerá mais tarde.

Lori Deschene

Texto de Moacir Rauber

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