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NÃO FALE TUDO, GRITE!

Não fale tudo, GRITE!

A coragem de se falar tudo o que se pensa, muitas vezes, é motivo de orgulho para alguns, razão de preocupação para outros e um desafio para muitos. Nós ouvíamos o diretor da empresa falar com o peito estufado pelo orgulho de que ele falava o que pensava e não lhe importava quem estivesse presente. Ele falava! Nós estávamos ali com nossa presença física, não necessariamente o escutávamos. Ele arrematou:

– Falo tudo o que me vem à cabeça!

Naquele momento, necessitávmos da sua aprovação para que o projeto seguisse, assim silenciamos, sem dizer se concordávamos ou não. Creio que se vive um momento em que a autoridade não se sustenta mais por um cargo ou uma função que alguém ocupa, ainda que tenha sido legitimamente conquistada. Tampouco se trata de questionar por questionar o papel que cada um ocupa nas diferentes interações sociais. Entretanto, entendo que não há mais espaço para que as relações não tenham como base o respeito entre as pessoas, independentemente de sua posição hierárquica ou social. Isso porque nenhuma posição hierárquica ou social é real, embora seja real a responsabilidade pelas ações derivadas dessa posição. Assim, as ações deveriam ser decorrentes das intenções que deveriam trazer em seu âmago o respeito por si e pelo outro. Por isso, aquele que falar tudo o que lhe vem à cabeça e da forma como vem, desrespeita o respeito. Além disso, entendo que seguidamente falar tudo o que vem à cabeça pode revelar alguém que tem baixa autoconfiança, uma limitada autoestima e um orgulho arrogante que o distancia da coragem. Muitas vezes, esse falar sempre revela alguém com pouco equilíbrio emocional, porque em determinadas situações há que ter coragem para silenciar. Silenciar seria o caminho? Não. Santa Catarina de Sena (1347 – 1380) dizia, “Basta de silêncio! Gritem com mil línguas. Foi por terem os homens calado que o mundo hoje está apodrecido.” Desse modo, julgo que algumas questões devem ser consideradas para que falar tudo seja viável, possível e realizável, sem que seja um sinal de pouco equilíbrio. Preocupar-se por falar tudo o que se pensa é sinal de consciência sobre um mundo que cada um carrega. Assim como desejar falar tudo o que se pensa no tempo apropriado é uma busca de quem tem a consciência de que há um caminho a ser percorrido entre aquilo que se pensa e aquilo que se fala. Para mim, sinal de evolução. Assim, como falar tudo o que se pensa? (0) Faça uma pausa e conte até dez. (1) Observe o que é fato. (2) Sinta e averigue o que o outro poderia estar sentindo. (3) Avalie o que realmente importa. (4) Expresse-se com respeito por si e pelo outro. (5) Repita o processo diante de situações aparentemente conflituosas, lembrando de que aquilo que você fala seja melhor do que o silêncio da sua pausa. É um exercício de prender os seus sabotadores internos deixando de criticar os outros, de criticar a situação ou de se criticar. Faça o movimento de ativar o seu sábio ao praticar a empatia e a autoempatia; ao explorar a situação sem julgar; ao navegar por alternativas; ao inovar na forma de falar sendo inteligente positivamente. Fale tudo o que precise falar com afeto. Deixe a sua alma gritar!

O diretor que sempre falava tudo o que lhe vinha à cabeça sem se preocupar com o outro saiu da organização. O seu orgulho era irreal porque não havia o cuidado com o outro o que gerava preocupação em muitos. Está batendo em outras portas. Ele não havia mudado o que pensava para falar tudo o que pensava. Sei que nem tudo o que eu penso eu posso dizer, mas posso mudar o que penso para poder dizer tudo. Isso é possível! Dessa forma, “gritem” com a autoconfiança de quem sabe que o mundo não é justo, mas que eu posso ser. “Gritem” com a autoestima de quem se cuida e cuida do outro. “Gritem” com a humildade que revela o respeito de quem se respeita e com isso respeita o outro.

Moacir Rauber

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Excesso de confiança ou Zona de Conforto?

Muitas vezes, deixo o carro estacionado bem em frente ao portão de saída para a rua do meu prédio que está a mais ou menos vinte metros da esquina. Assim, saio com a minha cadeira de rodas e a empino para descer direto para a rua sem ir até a esquina onde tem o rebaixamento do meio fio. É um movimento que faço há muito tempo, resultado da habilidade desenvolvida pelos mais de trinta anos de uso. Consigo subir ou descer pequenos degraus. Logicamente que essa habilidade não veio de graça. Para aprender a usar a cadeira de rodas de forma ágil foram horas e horas de muita prática. Foram tentativas, erros e acertos. Na maioria das vezes, um erro ao manobrar a cadeira de rodas significava um tombo. Mas depois de tanto tempo de prática descer um meio fio era algo simples de se fazer. Já fazia parte da minha zona de conforto e eu tinha toda a confiança do mundo em fazer tal manobra. Naquele dia, estava prestes a descer o meio fio quando alguém ao meu lado me chama pelo nome:

– Moacir, cuidado para não cair.

Eu parei o movimento e voltei-me para o meu vizinho. Começamos a conversar sobre o que eu faria e expliquei-lhe com toda a confiança:

– Não, fica tranquilo. Faço isso há muito tempo. É só um pequeno degrau.

Terminamos nossa conversa, empinei a cadeira, movimentei-me para descer o meio fio e caí na rua. O que aconteceu comigo?

Vivem-se situações parecidas nas empresas e nas profissões. Naquele momento, eu fui traído pelo meu excesso de confiança que tinha origem na minha zona de conforto. Ao empinar a cadeira ainda olhava para o lado e perdi a noção da distância até o início do meio fio. Com isso, o meu ponto de equilíbrio foi para o espaço e eu fui para o chão bem em frente ao meu vizinho que olhava horrorizado. Fiquei deitado com o rosto virado para o chão com vergonha de encarar o meu vizinho. Ele até pode ter pensado, Tava querendo se exibir…, mas logo se movimentou para me ajudar de forma comovida. Algo parecido ocorre conosco em outras situações, como quando vemos um amigo fracassar em seu novo empreendimento. Inicialmente, também ficamos comovidos. Muitas vezes, porém, dirigimos ao outro um pensamento maldoso ou mesmo uma crítica aberta. Por um lado, para quem está falido ou estirado no chão a comoção pode servir como alívio, porém traz em si o risco ao estímulo para nada mais fazer. Os sentimentos de pena e dó são cruéis, porque eles até podem abrandar a dor, porém podem fazer com que alguém não queira se levantar. Por outro lado, para sair de onde eu estava, no chão, havia somente uma coisa a ser feita: demonstrar atitude. Somente eu poderia me tirar de onde eu estava. Assim, levantei a cabeça, olhei para o meu vizinho e disse-lhe:

– Tá tranquilo. Caí sozinho e vou me levantar sozinho!

Girei, sentei-me e puxei minha cadeira para perto de mim. Posicionei-me de forma a poder subir e com um movimento brusco subi na cadeira de rodas. Olhei para o vizinho que demonstrava uma sensação de alívio.

Acredito que a situação nos permite fazer uma reflexão sobre as habilidades que nos levam para a zona de conforto e que fomenta o excesso de confiança. Percebi que eu caí justamente numa manobra que fiz e faço muitas vezes. Era a minha zona de conforto que gerava o excesso de confiança. Entretanto, para se sair da zona de conforto ou do desconforto das quedas provocadas pelo excesso de confiança, somente há uma forma e ela se chama atitude. Atitude para fazer o que deve ser feito. Atitude para não aceitar o falso conforto que encontramos no fundo do poço. Atitude para se mover em direção aos nossos objetivos. Atitude para se levantar, sabendo que o maior prejudicado é aquele que fica no chão depois de uma queda. Atitude é se manter em movimento. O que você vai fazer para se mover?

* O excesso de confiança pode representar que você está numa zona de conforto.

Em quem você acredita?

Você precisa de alguém que acredite em você?

O jovem estava certo de que tinha uma grande ideia de negócio. Conversava com um e abordava outro, mas parece que as pessoas não conseguiam captar a verdadeira dimensão da sua proposta. Todos concordavam que parecia ser um bom negócio, mas ninguém se dispunha a investir verdadeiramente nele. Algo não estava funcionando na abordagem e, consequentemente, o negócio estava parado. Ou a ideia não era tão boa assim? Aquilo que ele imaginava que poderia ser um ponto de viragem na sua vida e na vida de muitos outros começava a se perder no tempo. Mais de dois anos já se haviam passado desde que ele tivera a ideia. O que faltava para que o negócio decolasse?

Era sobre isso que conversávamos em nossas sessões de Coaching. Foram vários encontros em que se debateu a ideia, também se falou sobre o seu desenvolvimento e sobre as possibilidades de expansão do negócio, que para o meu cliente pareciam infindáveis. Porém, todas as vezes que o assunto nos levava para detalhes mais específicos do negócio ele ficava reticente para não revelar algum segredo que pudesse expor demasiadamente a ideia. Ele sentia-se inseguro com a possibilidade de que alguém pudesse lhe roubar o negócio.

Numa de nossas conversas ele, em tom de desabafo, exclamou:

– Eu preciso de alguém que acredite em mim!

Fiquei em silêncio. Ele também. Depois perguntei:

– E você, em quem você acredita?

Ele me olhou com um misto de sorriso e ironia. Não disse nada por um longo tempo. Eu fiquei pensando sobre o tema. Trouxe o tema para a minha realidade e me questionei sobre quantas vezes eu também gostaria que tivessem acreditado em mim. Creio que essas questões se estendem a muitas outras pessoas. Foram vários os momentos em que senti que tinha potencial para dar mais, mas que faltava alguém que acreditasse em mim e que me ajudasse a atingir um novo patamar. Isso aconteceu na minha juventude quando acreditava que poderia ser um grande jogador de futebol, mas não encontrei ninguém que me pegasse debaixo do braço e me fizesse o jogador que eu acreditava que poderia ser. Agora via que isso não era algo só meu. O jovem à minha frente vivia o mesmo drama. A minha pergunta sobre em quem ele acreditava tinha a intenção de despertá-lo sobre ele mesmo.

Particularmente, acredito que o primeiro passo é que cada um acredite em si, no seu potencial e que tenha a confiança para compartilhar as próprias ideias. Parece-me importante que cada um acredite em si e que também acredite nos outros, partindo do pressuposto de que são os bons valores que nos norteiam,. Não quer dizer ser trouxa e sair por aí revelando todos os seus segredos, mas ter a percepção necessária para compartilhar e estar disposto a mudar. Riscos? É óbvio que existem. Possibilidades? Muito maiores uma vez que você acredita em si a tal ponto de não ter medo do outro. Desse modo, se você está procurando alguém que acredita em você, eu acredito que o primeiro passo seja o de olhar para dentro de si mesmo para avaliar se você acredita em você. Com isso você acreditará nos outros e, cedo ou tarde, eles acreditarão em você.

Você precisa de alguém que acredita em você? Sim, todos nós precisamos de que acreditem em nós, mas primeiro é preciso que cada um acredite em si mesmo.

E você, em que você acredita?

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ECO HOTEL VILA FÁTIMA – local do Workshop de Autoconhecimento

(Re)Encontro com o AFETO: o despertar da unidade.

Eu AFETO o mundo. O mundo me AFETA. Com AFETO o mundo é melhor.